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Custo da colheita de feijão no Estado de São Paulo
Dentre
as etapas do ciclo operacional de uma cultura, normalmente a colheita se destaca
em razão das dificuldades e dos altos custos envolvidos, seja ela realizada de
forma manual ou mecanizada. Na cultura do feijão, essas dificuldades são maiores
devido às suas características botânicas, pois há mais facilidades de deiscência
das vagens (abertura da vagem que proporciona a liberação do grão), ocasionada
tanto pelo estádio de desenvolvimento e condições da cultura quanto pela
manipulação realizada por máquinas. Tabela 1. Custo horário das máquinas e equipamentos
utilizados na colheita de feijão, em Real A
colheita manual é feita em duas fases, das quais a primeira é realizada através
da contratação de mão-de-obra manual para o arranquio e enleiramento e a segunda
executada por máquina recolhedora-trilhadora. Sites de referência sobre o assunto: http://www.valtra.com.br/agrishow/1_26.htm
Para analisar os custos envolvidos na colheita de feijão, avaliou-se o custo de
operação de dois sistemas de colheita (semi-mecanizado e mecanizado), utilizados
em uma propriedade situada na região Sudoeste do Estado de São Paulo, região
tradicional na produção de feijão, com área de 200 hectares e produtividade de
57 sacos por hectare. Esse tamanho de propriedade é considerado representativo
para o Estado, nesse nível de tecnologia.
Foi utilizado o valor da mão-de-obra da colheita da safra das águas e os preços
das máquinas referem-se a fevereiro de 2004. No cálculo do custo-horário das
máquinas, utilizou-se a metodologia do Instituto de Economia Agrícola (tabela
1).
Fonte: Instituto de Economia Agrícola da Agencia de Paulista
de Tecnologia dos Agronegócios (IEA/APTA). Item do custo Trator 110cv Recolhedora Ceifadora Tratorista Custo variável Custo fixo Custo total horário Tempo em 1 ha (h)
O custo da colheita manual foi calculado em R$158,80/ha ou R$2,78/sc. A operação
de arranquio e enleiramento manual teve um custo de R$125,00/ha ou R$2,20/sc,
enquanto a operação de recolhimento e trilha apresentou custo de R$33,68/ha ou
R$0,59/sc.
A colheita, totalmente mecanizada (ceifador/arrancador mecânico para arranquio e
a recolhedora-trilhadora), apresentou custo de R$109,88/ha ou R$1,93/sc. O custo
da operação realizada com o ceifador foi de R$76,20/ha ou R$1,34/sc, enquanto o
custo de operação da recolhedora foi o mesmo da operação manual (R$33,68 /ha ou
R$0,59/sc).
Nas condições apresentadas, a colheita mecânica é a melhor opção em relação aos
custos de operação. Mas uma decisão de troca do sistema de colheita manual para
o totalmente mecanizado deve basear-se em análise econômica que leve em conta
também o valor do investimento em equipamentos apropriados (ou valor do aluguel
desses equipamentos). A decisão final vai depender, principalmente, da escala do
empreendimento, bem como da constatação de que os ganhos adicionais líquidos
adquiridos com a nova modalidade sejam maiores do que os ganhos líquidos da
modalidade em uso.
Além disso, devem-se avaliar outras condições necessárias para o uso, por
exemplo, do ceifador, que requer uma sistematização do solo (principalmente
adequação de espaçamentos) pois pode levar o produtor a incorrer em custos
adicionais.
A adoção da colheita mecânica pode mostrar-se uma solução para as questões
trabalhistas ocorridas com a contratação de mão-de-obra, mas pode tornar-se um
transtorno em caso de não se possuir mão-de-obra especializada e de não se
executar a otimização do conjunto mecanizado, principalmente em relação ao
número de horas de utilização no ano. Outro fator importante da colheita
mecânica é o monitoramento das perdas, que são muito maiores nesse tipo de
operação.
Os custos de produção podem ser utilizados como indicadores na opção de sistemas
de colheita, mas um estudo de viabilidade econômica detalhado deve ser utilizado
na tomada de decisão.
http://www.ufv.br/poscolheita/colheita/Feijao/Indice.htm
http://www.cnpaf.embrapa.br/negocios/cir_tec/circ_37.pdf
Data de Publicação: 27/05/2004
Autor(es): Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor