RESUMO: Dentre as questões ambientais, uma das mais importantes em relação à produção agrícola é a contradição que se estabelece entre a necessidade de conservação de importante patrimônio biofísico, com restrições às práticas agropecuárias e agroflorestais, e a sobrevivência de comunidades que vivem em estreita relação de dependência com a natureza. O objetivo deste artigo é discutir o percurso social e político de núcleos de população formados por agricultores familiares antigos, tradicionais
e não tradicionais, residentes na Estação Ecológica Juréia-Itatins (EEJI), localizada na região Sul do Estado de São Paulo (área de preservação ambiental), que, embora venham há muitos anos lutando para a regularização de sua permanência no local, ainda não encontraram uma solução que defina seus destinos. A conclusão sobre os eventos analisados indica que a possibilidade dos moradores continuarem habitando seus locais de origem continua em debate e que os conflitos de interesses entre moradores,
Estado, organizações e sociedade estão longe de uma solução satisfatória. A população moradora local permanece sob ameaça de expulsão.
Palavras-chave: conflitos socioambientais, Mosaico de Unidades de Conservação da Juréia-Itatins,sustentabilidade, mata atlântica, estação ecológica Juréia-Itatins.