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Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2013/14, Fevereiro de 2014
1 - INTRODUÇÃO Previsões de área e produção de culturas no Estado
de São Paulo referentes ao ano agrícola 2013/14 foram obtidas em levantamento
realizado entre os dias 3 e 21 de fevereiro de 2014, pelo Instituto de Economia
Agrícola ( Este levantamento disponibiliza
os primeiros números relativos aos danos causados pelo baixo índice pluviométrico
que vem afetando as culturas exploradas no Estado de São Paulo. Ele permite
aferir que tais condições adversas impactaram em diferentes níveis as regiões
produtoras, resultando em quedas na produtividade e, consequentemente, na
produção em termos estaduais (Tabela 1). 2 – LEVANTAMENTO FINAL DA SAFRA DAS ÁGUAS 2013/14 Na cultura da batata das águas da safra 2013/14, ocorreu
redução de 2,4% na área cultivada, em consequência das
alterações de preços durante o ano. Devido a variações climáticas regionais, a
produção colhida foi de 194,0 mil toneladas, com queda de 1,4% relativamente à
safra anterior. Dentre os 40 Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) existentes,
a produção paulista está concentrada em 4 que participam com 78,5% da área
cultivada no Estado: Itapetininga (39,0%), Avaré (19,0%), Itapeva (12,0%) e São
João da Boa Vista (8,5%). As informações finais para o
feijão das águas registram aumento de área de 7,7%, com 59,4 mil hectares,
produção de 112,7 mil toneladas (+2,8%) e perdas de produtividade de 4,6% em relação
à 2012/13, resultados que podem ser explicados pelas condições climáticas
desfavoráveis durante o desenvolvimento da cultura. 3 - ACOMPANHAMENTO DA SAFRA
AGRÍCOLA 2013/14 O
levantamento em fevereiro apontou o andamento das culturas em desenvolvimento
na safra. A área com a cultura do algodão indicou crescimento de 3,9% ao
alcançar 11,6 mil hectares, o que representa uma recuperação do cultivo em
relação aos anos anteriores. A produção é estimada em 2,7 mil arrobas, 7,5%
maior que a da safra anterior. As condições mais favoráveis no
mercado, por ocasião do plantio, devido ao estoque em patamar inferior ao da
temporada passada, contribuíram para a decisão do produtor em ampliar a área
com a fibra. Para o amendoim das águas, a comparação
deste levantamento (safra 2013/14) e o final para a safra 2012/13 aponta
aumento de 8,0% na área plantada e reflete o otimismo do produtor frente às
condições de mercado no período de plantio. Entretanto, o desenvolvimento da
cultura sofreu os efeitos da falta de chuvas e as estimativas apontam queda na
produção em torno de 15%, percentual que ainda poderá ser alterado até o final
da colheita. Já para o amendoim da seca, observa-se expansão de cerca de 20%
na área
plantada e de 23,3% na produção. Os
dados para a cultura de arroz são de retrações de área (3,5%) e de produção
(5,3%) no Estado de São Paulo, onde esta atividade vem perdendo importância
diante da produção em melhores condições empregadas (escala) em outros estados
da federação. Para
a batata da seca, cujo plantio ocorre em janeiro-fevereiro, houve redução de área
de 6,1% quando comparada a 2013, sendo cultivada em 8,2 mil hectares, com
produção esperada de 245,7 mil toneladas, ou seja, 2,8% maior que no ano
anterior. Quatro EDRs respondem por 80,0% da área cultivada: Itapetininga
(29,0%), Itapeva (20,0%), São João da Boa Vista (18,0%) e Avaré (13,0%). Para o feijão da seca, no
levantamento de fevereiro de 2014, as tendências são de quedas de 6,6% na área
(22,8 mil hectares) e de 9,7% na produção esperada (43,1 mil toneladas), em
relação ao ano agrícola anterior, em vista das condições meteorológicas que não
foram favoráveis no início do plantio. A estimativa para o milho primeira safra 2013/14 (verão) é
de 489,4 mil hectares em cultivo, o que representa redução de área em 10,9% em
relação à safra anterior. Para a produção, é esperada queda ainda mais
acentuada (na ordem de 30%), devendo ser colhidas 2,44 milhões de toneladas,
devido às adversidades climáticas dos últimos meses, influenciando na queda de
rendimento (22,1%). Os primeiros números para a cultura do milho segunda
safra (safrinha) apresentam decréscimo de 15,5% em área plantada, com 279,4 mil
hectares, e produção esperada (1,16 milhão de toneladas) que poderá ser menor
em 18,2%, na comparação com a última safra. Mantida a tendência de anos
anteriores, a área de cultivo de soja apresenta expansão de 15,0%
comparativamente à safra passada e pode alcançar 707,3 mil hectares, em virtude
da elevada liquidez nos mercados doméstico e internacional. A produção, por sua
vez, pode sofrer redução de 17,7% e totalizar 1,59 milhão de toneladas por
conta dos efeitos causados pela estiagem nas principais regiões produtoras. As
estimativas de área e produção de cebola de bulbinho apontam, respectivamente,
diminuição de 14,0% e 1,6%, mas com ganhos de 14,5% na produtividade em relação
à safra passada. O primeiro levantamento relativo
à mandioca para indústria aponta que deverão ser cultivados 55,2 mil hectares,
o que representa diminuição de 2,3% em relação à safra anterior, enquanto a
produção esperada deve alcançar 907,8 mil toneladas, 6,2% menor. A redução da
área de cultivo de mandioca industrial nas principais regiões produtoras do
estado reflete, em parte, a competição com outras culturas, notadamente as de
milho e soja, que apresentam preços mais compensadores que os da raiz.
Adicionalmente, deve--se considerar que, além da questão dos preços, a mandioca
apresenta um ciclo de desenvolvimento mais longo que o destas duas culturas e,
portanto, retorno mais demorado. Além disso, a colheita da mandioca não é
mecanizada, o que demanda contratação de mão de obra cada vez mais escassa para
esta finalidade, ocasionando aumento no custo de produção. No caso do plantio
da mandioca para mesa, com 15,2 mil hectares, a redução de área é mais
significativa (-11,6%) e a produção esperada de 188,7 mil toneladas indica
decréscimo de 7,2%. A
previsão da área cultivada com tomate para indústria (rasteiro) deverá diminuir
32,5% em 2014, relativamente a 2013. Porém, essa queda deve ser observada com
cautela, pois, após a época do levantamento, há possibilidade de novos plantios
em função dos contratos entre produtores e indústrias. Espera-se uma diminuição
no volume a ser produzido nos mesmos níveis de área (32,4%), visto que a
produtividade poderá manter-se igual à da safra passada, aproximadamente 80
t/ha. São Paulo produz cerca de 12,0% do tomate industrial no Brasil, enquanto
o Estado de Goiás é o maior produtor, com aproximadamente 85,0%. A
estimativa da previsão de safra de tomate de mesa (envarado) para 2014 mostra
que houve diminuição de 4,4% da área cultivada frente à final de 2013. A
produção poderá ser 12,8% menor, pois a produtividade diminuiu 8,8%, ficando em
cerca de 67,3 t/ha. Estes números refletem a instabilidade de preços e de clima
ocorridas em 2013. O Estado de São Paulo
contribui com cerca de 25,0% do tomate de mesa no Brasil e Minas Gerais com
20,0%, sendo os dois principais produtores de tomate para consumo in natura. Na bananicultura foram observados
decréscimos de 3,4% na área plantada e de 6,2% na produção, em relação àquela
obtida no ano agrícola anterior, em virtude de redução de 5,1% na produtividade
esperada. Em relação à cana-de-açúcar, as
informações obtidas no levantamento de fevereiro de 2014 corroboram as análises
efetuadas em artigo publicado no site do IEA3 em meados
deste mesmo mês, época em que ainda se encontravam em campo os questionários.
Os dados demonstram que a estiagem vem afetando a produção, pois o período de
calor sem chuvas é inapropriado ao desenvolvimento da planta. Com a escassez de precipitações, associada às
altas temperaturas, a cana para indústria não vem atingindo seu potencial,
repercutindo em queda na produtividade de 6,4% e, consequentemente, na produção
estimada de quase 7,0% (30,14 milhões de toneladas a menos), visto que a área
passível de ser colhida (-0,4%) praticamente não se alterou. Até o
momento, a área nova registra queda de 13,64%. Entre outras implicações,
espera-se o adiamento no início da colheita em algumas regiões produtoras do
estado, fato que os próximos levantamentos proporcionarão uma melhor avaliação. Na cultura do café, em relação à safra agrícola 2012/13,
espera-se aumento de 5,4% na área plantada e, apesar de uma expectativa menor
de 2,9% na produtividade, o volume a ser produzido na atual safra poderá ser
4,1% superior. Para a safra cafeeira atual, justamente quando os efeitos da
anomalia climática mais incidiam sobre as lavouras, ocorreu o levantamento de
fevereiro, que é a estimativa subjetiva da safra paulista. Inicialmente
(novembro de 2013), havia projeção de que a produção poderia atingir 4,89
milhões de sacas de café beneficiado, sendo, porém, este montante reduzido
neste levantamento em 11,74%, ou seja, a colheita atualmente está estimada em
4,32 milhões de sacas. Anteriormente, a produtividade média dos cafezais
paulistas estava prevista em 24,7 sc./ha, declinando para as 21,7 sc./ha no
atual levantamento. Aparentemente,
no maior cinturão cafeicultor paulista (Alta Mogiana), as perdas provocadas
pela anomalia climática não foram tão agudas, comparativamente a outras zonas
produtoras no estado. Por essa razão, a oferta paulista não exibe quebra acentuada.
Todavia, a manutenção da escassez de precipitações ao longo do mês de março
pode vir a intensificar as perdas, assim como a mensuração efetiva do
rendimento obtido no beneficiamento pode trazer novas baixas na expectativa de
colheita da safra agrícola 2013/14. O levantamento realizado no campo em fevereiro de
2014 apresenta para a cultura da laranja redução de 1,7% na área plantada, em
relação à safra agrícola 2012/13, atingindo a marca de 495,2 mil hectares para
a safra 2013/14 (ano industrial 2014/15), por conta da erradicação de pomares
comprometidos com a incidência do greening.
Esta primeira previsão da safra paulista indica
uma produção de 291,1 milhões de caixas (40,8 kg), 1,7% maior que a obtida na
safra passada que foi de 286,3 milhões de caixas, visto que a florada foi
abundante no final do ano passado. Esses números são provenientes do levantamento
realizado pelo método subjetivo e incluem tanto as frutas comerciais como os
frutos provenientes de pomares não expressivos economicamente e as perdas
relativas ao processo produtivo e à colheita. Espera-se, em princípio, uma
produtividade agrícola de 25.946 kg/ha, superior àquela obtida na estimativa
final da safra em 3,1%. À época do levantamento (fevereiro de 2014), as
anomalias climáticas revelaram seus efeitos nas frutas das variedades tardias
da safra passada, provocando murchamento, enquanto para as frutas da temporada
atual é consenso de que é prematuro realizar qualquer estimativa sobre
eventuais reduções na produção em função da seca, mesmo porque o efeito dela
dependerá também da fase em que estiver o fruto e, não menos importante, das
condições em que se encontram os pomares, no que tange aos tratos culturais. Os resultados deste levantamento encontram-se
disponibilizados nas tabelas 1 e 4 para o Estado de São Paulo, por EDR na
tabela 2 e por Região Administrativa (RA) na tabela 3. O levantamento das safras agrícolas do Estado de
São Paulo, efetuado em abril, fornecerá informações mais precisas sobre os
reais efeitos do déficit
hídrico
e seus rebatimentos nas produções e produtividades para a safra agrícola
2013/14. _____________________________ 2Entende-se por
método subjetivo a informação fornecida pelo técnico da Casa de Agricultura, em
função de seu conhecimento regional e/ou da coleta de dados de forma
declaratória, fornecida pelo responsável pela unidade de produção. 3BUENO, C. R. F.
et al. Anomalia climática e seus efeitos sobre as
lavouras paulistas. Análises e
Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 9, n. 2, fev. 2014. Disponível
em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=12880>. Acesso em: abr. 2014. Palavras-chave:
previsão
de safra, safra 2013/14, produção, ano agrícola 2013/14.
1Os autores
agradecem aos técnicos das Casas de Agricultura e aos diretores dos EDRs o
desempenho no levantamento. Também agradecem os comentários dos colegas
pesquisadores do CPDEEA, e dos técnicos de apoio Getúlio Benjamin da Silva e
Talita Tavares Ferreira, do CPDIEA, Irene Francisca Lucatto, do Departamento
Administrativo, e a equipe do Núcleo de Informática do IEA.
Data de Publicação: 19/05/2014
Autor(es):
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