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Ocupação de mão-de-obra no rural paulista decresce 10% em 2003
Em 2003, foram ocupadas 1,194 milhão de pessoas no rural paulista (média dos levantamentos de junho e novembro), englobando atividades agrícolas (88,1%) e não-agrícolas (11,9%)1. Esse total foi 10% inferior ao ocupado em 2002 (1,331 milhão). Enquanto a ocupação agrícola decresceu 10,3%, nas atividades não-agrícolas o decréscimo foi de 5,5% (tabela 1).2 TABELA 1 - Estimativa da População Trabalhadora em
Atividades Agrícolas, Residente e Não-Residente nas UPAs, Estado de São Paulo,
junho de 2002 a novembro de 2003 Em
2003, observou-se também queda no número de pessoas ocupadas em atividades
não-agrícolas nas UPAs. Enquanto as atividades administrativas e de serviços
apresentaram dinamismo, a ocupação em atividades industriais caiu 15,3%. As
pessoas residentes nas UPAS e que trabalham em atividades de serviços e
industriais na cidade totalizaram 16.100 pessoas em 2003 (média dos
levantamentos de junho e novembro), com acréscimo de 6,8% em relação a 2002
(15.080 pessoas) (tabela 2). TABELA 2. Estimativa da População Trabalhadora em
Atividades Econômicas Rurais Não Agrícolas, Estado de São Paulo, junho de 2002 a
novembro de 2003 O terceiro levantamento de safras agrícolas do Estado de São Paulo de 2003/20044 indicou variação positiva na
produção, em relação à safra passada, para algodão (22,4%), café (25,6%),
cana-de-açúcar (2,7%) e laranja (3,1%), cultivos que possuem parcela
significativa da colheita por meio de processo manual. Acréscimos também são
esperados para amendoim da seca (10,8%), amendoim das águas (22,3%), arroz
(2,9%), feijão das águas (17,7%), soja (21,4%), soja safrinha (46,3%) e tomate
envarado (2,6%). Neste contexto, as perspectivas são mais favoráveis para o
mercado rural em 2004. 1Para estimar o total de pessoas ocupadas nas
atividades rurais do Estado de São Paulo, a atual amostra probabilística é
composta por 3.204 Unidades de Produção Agropecuária (UPAs) e foi sorteada com
base no cadastro obtido no Censo Agropecuário realizado pela Secretaria de
Agricultura e Abastecimento por meio do IEA e da CATI e conhecido como Projeto
LUPA.
A ocupação agrícola está relacionada ao desempenho da safra agrícola,
notadamente dos produtos que mais empregam mão-de-obra. Sob esse aspecto, vale
destacar que a produção de café diminuiu 39,3% em relação a 2001/02. Também
foram observados decréscimos nas produções de laranja (9,6%), arroz (1,5%),
amendoim (5,0%), cebola (8,3%), mamona (22,3%) e mandioca (13,8%).
Em relação à safra anterior (2001/02), foram favoráveis os resultados obtidos para algodão (17%), milho somado ao milho safrinha (7,1%), soja somada à soja safrinha (4,1%) e trigo (82,1%), assim como para batata (1,7%), feijão (0,5%) e tomate rasteiro (7,0%). A produção de cana-de-açúcar, importante empregadora de mão-de-obra, manteve percentual de acréscimo próximo ao das safras anteriores, em torno de 5%3.
Acréscimos de produção foram observados para mamão, abacaxi, figo para mesa,
mexerica, murcote, tangerina, limão e uva para indústria. Decresceram as
produções de abacate, caqui, goiaba, manga, pêssego para mesa, poncã e uva para
mesa. As frutíferas são exigentes no uso de mão-de-obra por unidade de área,
pois apresentam a colheita manual além da necessidade de cuidados especiais para
a obtenção de produtos de boa qualidade.
Para a população trabalhadora residente nas unidades de produção agropecuária
(UPAs), a queda foi de 13,6% (de 557.090 para 481.444 pessoas, média dos
levantamentos de junho e novembro), enquanto os não-residentes tiveram redução
de 8,5% (de 652.615 para 597.236).
Quanto aos residentes nas UPAs, as categorias com maior representatividade na
ocupação são os proprietários e seus familiares (41,9% em novembro de 2003) e os
assalariados (45,0% em novembro de 2003, incluindo-se os administradores). A
categoria volante representa a maior parcela do trabalho não-residente nas UPAs
(37,3% em novembro de 2003). Estes trabalhadores apresentam a ocupação mais
precária, pois obtém trabalho de forma irregular, por meio de deslocamentos
freqüentes em direção aos ciclos de colheita das grandes culturas. A queda de
8,3% na ocupação de volantes representou 21,1 mil pessoas a menos.
1Engloba os familiares que auxiliam
no trabalho. Categoria Residente Proprietário1 Administrador Arrendatário1 Parceiro1 Assalariado2 Outros Subtotal Não-Residente Proprietário1 Arrendatário1 Parceiro1 Assalariado3 178.785 Volante Subtotal Total
2Engloba
administrador (exceto em novembro), mensalista, diarista, tratorista, etc.
3Engloba administrador,
mensalista, diarista, tratorista, etc.
Fonte: Instituto
de Economia Agrícola e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral.
1Pessoas residentes
ou não na UPA, ocupadas em usina de açúcar, de leite, olarias, etc. Setor Atividades Industriais1 105.151 92.363 Atividades Administrativas2 7.357 18.738 Prestação de Serviços3 12.325 11.752 Sub Total 124.833 122.853 Atividades Industriais e de
Serviços na cidade 19.745 14.846 Total 144.578 137.699
2Pessoas residentes ou não
na UPA, ocupadas em empresas agroindustriais.
3Pessoas residentes ou não na UPA ocupadas em
pesqueiros, hotelaria, turismo, etc.
Fonte: Instituto
de Economia Agrícola e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral.
2As autoras
agradecem à estagiária Mariana Xaubet Ferreira e ao Analista de Sistema Arnaldo
Lopes Júnior.
3CASER,
D. V. et al. Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas no Estado de São
Paulo, ano agrícola 2002/03, levantamento final, novembro de 2003. Disponível em
< http://www.iea.sp.gov.br/ >.
Acesso em 25/04/2004.
4CASER, D. V. et al. Previsões e Estimativas das
Safras Agrícolas no Estado de São Paulo, ano agrícola 2003/04, 3º levantamento,
fevereiro de 2004. Disponível em < http://www.iea.sp.gov.br/ >.
Acesso em 25/04/2004.
Data de Publicação: 05/05/2004
Autor(es):
Maria Carlota Meloni Vicente (carlota@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Vera Lucia Ferraz dos Santos Francisco Consulte outros textos deste autor
Celma Da Silva Lago Baptistella (csbaptistella@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor