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Defensivos Agrícolas: comercialização recorde em 2011 e expectativas de acréscimo nas vendas em 2012
Em 2011, as quantidades totais vendidas de defensivos agrícolas no Brasil
aumentaram quando comparadas com as do ano anterior. Observou-se que, em termos
de produto comercial, foram transacionadas 826.683 t (acréscimo de 4,9% em
relação a 2010), correspondendo a 352.048 t de princípio ativo (incremento de
2,8%), de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para
Defesa Agrícola (SINDAG) (Figura 1).
Fonte: Elaborada com base em: SINDICATO NACIONAL
DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA DEFESA AGRÍCOLA - SINDAG. Dados básicos.
São Paulo: SINDAG, 2012.
Comparativamente com o ano anterior, esse acréscimo na comercialização em 2011
resultou de melhores vendas para as diversas culturas como a soja, com aumento
de 11,3% em quantidade de produto comercial. Outros produtos que também tiveram
aumento da demanda de defensivos agrícolas foram: reflorestamento (40,9%),
cana-de--açúcar (12,8%), culturas de inverno (10,0%), algodão (7,0%) e citros
(2,5%). Em contrapartida, registraram retração: arroz sequeiro (25,1%), uva
(18,8%), pastagem (17,4%) e cebola (15,0%).
A classe de defensivos que apresentou maior aumento nas vendas em quantidade de
produto comercial foi a dos fungicidas, que em 2011 aumentaram 27,2% (em relação
a 2010). As vendas nessa classe destinadas à cultura da soja foram as que mais
se destacaram (acréscimo de 35,1%), empregados em parte para combater a ferrugem
asiática. Cresceram, também, as vendas de inseticidas (6,4%) e de "outros"
(8,4%), enquanto as de herbicidas apresentaram retração de 2,8% e acaricidas de
20,7%, no referido período.
As vendas brasileiras em dólar americano perfizeram o total de US$8,488 bilhões
em 2011 contra U$7,304 bilhões em 2010, com aumento de 16,2%. Por sua vez, se
transformadas em valores de reais, estima-se que as vendas do setor
apresentaram, em 2011, aumento de 11,1% em relação a 2010, em função da
valorização do real.
Segundo estimativas do SINDAG, considerando o câmbio médio, o setor faturou
R$14.070 milhões em 2011 (contra R$12.668 milhões no ano precedente), assim
distribuídos: inseticidas, R$4.903 milhões; herbicidas, R$4.570 milhões;
fungicidas, R$4.903 milhões; acaricidas, R$191 milhões; e outros, R$576
milhões.
No Brasil, em 2011, a classe de inseticidas foi a que respondeu pelo maior valor
das vendas de defensivos. Em 2011, foi responsável por 34,7% do faturamento
total, ou seja, US$2,94 bilhões, e em quantidade de produto comercial,
representaram 20,7% (170,932 t). As vendas de inseticidas destinaram-se
principalmente para a soja (cerca de 50%), algodão, citros, café,
cana-de-açúcar, milho primeira e segunda safra (Figura 2).
Em 2011, os herbicidas movimentaram US$2,74 bilhões, ou seja, 32,3% do
faturamento total do setor, e responderam por 48,8% da quantidade total vendida
em produto comercial, totalizando 40.3620 t, que se destinaram principalmente
para a soja, milho safra e safrinha, algodão, cana-de-açúcar, café, arroz de
sequeiro e culturas de inverno.
A comercialização de fungicidas, em 2011, movimentou US$2,32 bilhões no Brasil,
o que correspondeu a 174.194 t de produto comercial e 63.858 t de ingrediente
ativo. As culturas que mais consumiram fungicidas foram: soja, café, algodão,
citros, batata--inglesa e feijão.
Os acaricidas, em 2010, foram responsáveis por 1,3% do faturamento total do setor. O consumo de acaricidas no Brasil está concentrado quase na sua totalidade em São Paulo. Em 2011, o mercado paulista representou 62,6% das vendas brasileiras em quantidade de produto comercial e 63,2% do faturamento dessa classe. Isso pode ser explicado pelo fato de a citricultura ser responsável por 67,4% do valor comercializado de acaricidas e o Estado deter a maior área colhida com laranja no país.
Fonte: Elaborada pelos autores com base em: SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA DEFESA AGRÍCOLA - SINDAG. Dados básicos. São Paulo: SINDAG, 2012.
A soja é a principal consumidora de defensivos no Brasil, sendo responsável, em
2011, por 43,5% do valor total das vendas. Em seguida, aparecem o algodão
(12,5%), a cana-de-açúcar (11,6%), o milho safra (5,0%), o milho safrinha
(3,8%), o café (3,7%), os citros (3,1%), culturas de inverno (2,4%) e feijão
(2,4%). Esse conjunto de culturas soma 87,8% do valor comercializado nesse
ano.
No exame do comportamento das vendas, em termos de valor, por unidade da
Federação, Mato Grosso se destacou como o maior Estado consumidor em 2011,
representando 20,6%, ou seja, US$1,75 bilhão (correspondendo a 22,9% em termos
de produto comercial). Em seguida, aparecem: São Paulo (15,3%), Paraná (12,1%),
Rio Grande do Sul (10,4%), Goiás (9,7%), Minas Gerais (8,3%), Bahia (7,7%) e
Mato Grosso do Sul (4,8%). As demais unidades da Federação, juntas, responderam
por 11,1% do valor total.
No Brasil, nos três primeiros meses de 2012, estima-se que as vendas de
defensivos agrícolas totalizaram R$2.383 milhões, ou seja, aumento de 27,2% em
relação ao mesmo período de 2011, impulsionadas pelas culturas de
cana-de-açúcar, algodão, milho e citros.
A classe dos inseticidas, no período de janeiro a março de 2012, em relação ao
mesmo período de 2011, foi a que mais cresceu (45,9%), totalizando R$966
milhões, graças ao crescimento nos mercados de algodão, soja e cana-de-açúcar.
Por sua vez, registrou-se queda nas vendas para tomate, cereais e arroz.
Os herbicidas, cujas vendas perfizeram R$856 milhões no referido período,
apresentaram incremento de 35,0%, tendo em vista o acréscimo nos mercados de
algodão, cana-de-açúcar, cereais, feijão e milho, apesar de queda nos mercados
de soja, arroz e citros.
No caso dos fungicidas, as vendas brasileiras retraíram-se em 10,5% nos três
primeiros meses de 2011, somando R$399 milhões. Esse fato é explicado,
parcialmente, pela queda nas vendas para algodão, arroz, soja e milho, apesar do
crescimento para o café.
De acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto de Economia Agrícola
(IEA)1 nas principais regiões produtoras da agricultura paulista,
quando se comparam os preços dos defensivos agrícolas comercializados no Estado
em abril de 2012 com os do mesmo mês de 2011, observa-se que, do total de 124
produtos pesquisados, em valores correntes, 82 produtos (66,1%) registraram
acréscimo nos preços entre 0,1% e 41,0%, sendo que 41 tiveram decréscimo entre
0,1% e 24,1% e 1 ficou estável. Por sua vez, em valores reais corrigidos pelo
IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas (FGV)2, observou-se que 65 produtos
variaram negativamente, entre 0,3% e 26,9%, enquanto 59 produtos apresentaram
aumento entre o mínimo de 0,1% e o máximo de 35,8%. Portanto, dos principais
defensivos agrícolas comercializados no Estado de São Paulo, 52,4% apresentaram
queda nos preços e 47,6% aumentaram, em termos corrigidos com base de abril de
2012.
Na análise das relações de troca, constatou-se que, em abril de 2012, as
culturas de algodão, café beneficiado, cana-de-açúcar, laranja para indústria e
milho apresentaram relações de troca desfavoráveis, quando comparadas com abril
de 2011, ou seja, perda do poder aquisitivo dos produtores paulistas na compra
da cesta de defensivos, enquanto culturas de soja e feijão das águas, ao
contrário, apresentaram relações de troca favoráveis.
A previsão da indústria de defensivos agrícolas no Brasil é de que em 2012 as
vendas tenham um crescimento de 5% em relação ao ano anterior, alcançando US$9
bilhões. Para a safra 2011/12, estima-se bom desempenho do mercado de defensivos
voltados para a soja, milho, algodão e cana-de-açúcar. Particularmente, na
cultura da soja, espera-se incremento da demanda em decorrência dos excelentes
preços oferecidos pelo produto.
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1INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA. Banco
de dados: preços agrícolas - defensivos. São Paulo: IEA, 2012. Disponível em
<http://ciagri.iea.sp.gov.br/nia1/defensivos.aspx>. Acesso em: 07 jun.
2012.
2FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS - FGV.
Instituto Brasileiro de Economia. Índices gerais de preços. Rio de
Janeiro: FGV/IBRE, 2012. Disponível em:
<http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumChannelId=402880811D8E34B9011D92B6B6420E96>.
Acesso em: 30 maio 2012.
Palavras-chave: mercado de defensivos, indústria de defensivos.
Data de Publicação: 04/07/2012
Autor(es):
Célia Regina Roncato Penteado Tavares Ferreira Consulte outros textos deste autor
Maria de Lourdes Barros Camargo (mlcamargo@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Celso Luís Rodrigues Vegro (celvegro@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor