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Crise da autonomia camponesa entre os moradores de Itinguçu: Estação Ecológica Juréia-Itatins (EEJI)
Esta pesquisa tem a finalidade de analisar a situação de crise no modo de vida e nas
relações sociais que se instala entre os moradores de Itiguçu com a mudança da sua condição de posseiro em morador a partir da criação da Estação Ecológica Juréia-Itatins (EEJI), Estado de São Paulo, ao longo de três décadas (de 1970 a 2000). Mas não só pelo impacto da criação da Estação como também pela intensificação das relações do núcleo com o meio urbano (Peruíbe), pela sua proximidade e pela frequência das relações que se estabelecem com o mundo moderno através do turismo existente no local, devido à Cachoeira Paraíso. Ao focalizar o trabalho no núcleo Itinguçu procurou apreender, de forma objetiva, a divisão sexual e as relações de gênero subjacentes e seus significados. A pesquisa é baseada em informações obtidas em levantamento de campo com a observação direta e entrevistas direcionadas e/ou com discurso livre, aplicadas em períodos diversos entre 1998 e 2000, aos moradores do bairro de Itinguçu, situado na fronteira da Estação Ecológica Juréia-Itatins e o município de Peruíbe. O trabalho utiliza o recurso da comparação para estabelecer diferenças e semelhanças entre o universo pesquisado e os estudos realizados por Queiroz (1960) e Moura (1978). Dessa análise concluiu-se que os moradores de Itinguçu encontram-se hoje em uma situação de comprometimento da realização e reprodução camponesa tanto quanto dos valores morais que norteiam seu universo, caracterizando-se um estado de anomia social.
Data de Publicação: 30/12/2003
Autor(es): Nilce da Penha Migueles Panzutti (panzutti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor