RESUMO: O Estado tradicionalmente procura criar e sustentar as condições de acumulação do capital e, ao mesmo tempo, negar sua natureza classista através de mecanismos institucionais de legitimação, passando a ideia de que representa os interesses comuns e gerais de uma sociedade democrática. A extensão rural, processo de intervenção desse Estado como política pública no âmbito da reforma agrária, sofre mudanças em sua maneira de atuação em função de contextos políticos e momentos históricos. Este artigo apresenta a correlação entre as ações do extensionista na Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP) José Gomes da Silva que procuram superar os "limites de ação do Estado" visando o desenvolvimento sustentável dos assentamentos e da agricultura familiar. Trata das interpretações e re-significações dos conceitos de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), do desenvolvimento rural sustentável, de assentamentos rurais e dos limites de ação do Estado. A metodologia utilizada foi a da pesquisa histórica combinada com a análise qualitativa sobre a aprecia-ção de documentos internos e externos ao ITESP que registram os fatos, as falas e as atitudes dos agentes de ATER durante a trajetória histórica de formação institucional do ITESP, objeto deste estudo. Conclui-se que o desenvolvimento sustentável dos assentamentos rurais e da agricultura familiar depende das ações do extensionista que atentam para a superação dos "limites de ação do Estado".