A realidade da saúde do agricultor brasileiro define-se, atualmente, por um perfil de morbi mortalidade, no qual se confundem as doenças até então próprias do ambiente rural, ou seja, as patologias infecto-contagiosas transmissíveis, como Chagas, esquistossomose, malária, febre amarela e outras, com aquelas surgidas pelo modelo tecnólogico adotado no campo. Assim, nas décadas de 70 e, principalmente, de 80, as doenças causadas pelos insumos atingiram proporções alarmantes, expondo - como no caso dos insumos químicos, fundamentalmente os agrotóxicos - uma parcela muito grande da população, tanto aquela envolvida com a produção, como a população em geral que se contamina via alimentos, por exemplo. Além dessas, a morbidade, determinada pelos insumos mecânicos e pela forma de organização do trabalho, desempenha papel de importância no padrão epidemiológico atual, marcado pela convivência de doenças "do atraso" com aquelas chamadas "doenças da modernidade".