O presente artigo analisa a experiência participativa de uma associação de pequenos produtores, no contexto do Programa de Apoio ao Pequeno Produtor (PAPP), do Projeto Nordeste. A análise centrou-se nos aspectos de metodologia de participação, concepção da participação na visão do Estado e do grupo de agricultores envolvidos, observando os limites e perspectivas da experiência participativa. Tomaram-se por base as diferentes interpretaçães sobre a natureza e o contexto do processo de participação: sensibilização de indivíduos para contribuírem e responderem ao processo de desenvolvimento; inclusão das pessoas em todas as etapas de um programa de desenvolvimento; e participação enquanto fim e não como meio, o empowering ou ganho de poder pelos grupos. Conclui-se que a experiência participativa da Associação de Coração de Jesus teve como saldos positivos a aprendizagem do grupo nos seus conflitos pelo poder e a legitimação de uma categoria de trabalhadores (meeiros) como participantes do desenvolvimento econômico da região. Ao mesmo tempo gerou conflitos e contradições no seio do grupo dos agricultores, criando diferenciações internas de interesses.