Este artigo enfoca metodologia que decompõe a variabilidade da renda agrícola em preço, produção, produtividade e área plantada, e a utiliza para estudar a instabilidade da renda dos produtores de algodão, de laranja, de leite e de milho, no Estado de São Paulo, durante 1970-93. Com esse propósito, utilizam-se o Coeficiente de Variação Simples (CVS), o Coeficiente de Variação Ajustado para a Tendência Linear (CVT) e a Decomposição da Variância da Renda. O CVT apresenta resultados diferentes do CVS, principalmente no subperíodo 1982-93, tendo-se acentuados aumentos da instabilidade da renda nessa época. A laranja é destacadamente o produto de maior instabilidade, seguindo-se o algodão e o milho; o leite apresenta maior estabilidade. A produção é importante na explicação da instabilidade, principalmente nos anos 70, embora o preço seja a grande fonte de instabilidade da renda. Na desagregação da variância da produção entre produtividade e área, os resultados, em sua maioria, não são conclusivos. As políticas de preços mínimos e de preços administrados, as rentabilidades das atividades e as organizações dos produtores ajudam a entender os resultados.