Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Ano de 2024, Recordes para Exportação e Saldo Comercial em São Paulo


 

1 - BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Em 2024, as exportações do estado de São Paulo1 somaram US$70,91 bilhões (21,0% do total nacional), e as importações2, US$75,84 bilhões (28,9% do total nacional), registrando déficit comercial de US$4,93 bilhões (Figura 1). Em relação a 2023, houve ligeira queda nas exportações (-0,8%) e aumento nas importações (+5,7%); essa conjunção de desempenhos resultou na elevação do déficit (+1.660,7%) no saldo da balança comercial paulista.

1.1 - Análise Setorial do Agronegócio

Na análise setorial do agronegócio3, o resultado do setor paulista no ano de 2024, na comparação com o ano anterior, apresentou aumentos nas exportações (+6,8%), alcançando US$30,64 bilhões e nas importações (+11,9%), totalizando US$5,65 bilhões; com esses resultados, a balança comercial do agro paulista obteve um superávit de US$24,99 bilhões, 5,8% superior em relação a 2023 (Figura 1). Com esses resultados, o agro paulista registrou novo recorde para exportações e saldo da balança comercial em 2024.

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do estado em 2024 foi de 43,2%, enquanto a participação das importações setoriais foi de 7,4% (Figura 1).

Há que se destacar que as exportações paulistas nos demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$40,27 bilhões, e as importações, US$70,19 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$29,92 bilhões em 2024. Dessa forma, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$24,99 bilhões).

A figura 2 apresenta os resultados das exportações, importações e respectivos saldos comerciais da balança paulista do agronegócio, mostrando a evolução no período do de 2000 a 2024. Percebe-se a recuperação e crescimento das exportações e do saldo comercial a partir do ano de 2020, resultando em valores recordes alcançado em 2024, tanto no valor exportado como no saldo comercial da balança paulista do agronegócio, que ultrapassou os valores recordes obtidos no ano de 2023.


 

 

1.2 - Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista no acumulado do ano de 2024 foram: complexo sucroalcooleiro (US$12,30 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 93,0% e o álcool etílico – etanol, 7,0%), setor de carnes (US$3,57 bilhões, em que a carne bovina respondeu por 84,2%), produtos florestais (US$3,14 bilhões, com participações de 54,9% de celulose e 37,4% de papel), o grupo de sucos (US$2,95 bilhões, dos quais 98,1% referentes a suco de laranja) e complexo soja (US$2,27 bilhões, tendo a soja em grão 74,8% de participação no grupo). Esses cinco agregados representaram 78,9% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1). Já o grupo de café, tradicional nas exportações paulistas, aparece na sexta posição, com vendas de US$1,28 bilhão (71,0% referentes ao café verde e 24,8% de café solúvel).

Ainda de acordo com a tabela 1, em 2024 na comparação com 2023, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos da pauta paulista, com aumentos nos grupos de café (+42,9%), de sucos (+29,7%), florestais (+16,3%), grupo de carnes (13,4%) e complexo sucroalcooleiro (+11,6%), e queda no grupo de complexo soja (-38,0%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.


 

1.3 - Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Paulista

Os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio paulista no ano de 2024 frente ao mesmo período do ano anterior são apresentados na tabela 2.


Desses grupos relevantes, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação nas exportações paulistas (40,1%). No total, o grupo subiu 11,6% em valores e 20,6% em volumes exportados, puxado pelo bom desempenho das vendas externas do açúcar (+17,8% em valores e +24,5% em volume). Para o álcool (biocombustível), as exportações apresentaram quedas em volume (-25,1%) e em valores (-34,1%), quando comparados ao ano de 2023. Os destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação em valores dos países, e os resultados apresentam como principais compradores: Índia (8,3%), China (8,1%), Indonésia (7,9%), Emirados Árabes Unidos (7,3%), Marrocos (5,3%), Bangladesh e Arábia Saudita (4,8%, cada um), Nigéria (4,7%), Argélia (4,5%), Egito (4,3%), Iraque (4,0%) e Estados Unidos (3,5%); os demais países somam 32,5%.

Na segunda posição em 2024, aparece o grupo de carnes, com 11,6% de participação na pauta paulista, apresentando altas em valores (+13,4%) e em volumes embarcados (+15,4%) em relação a 2023. A carne bovina, principal produto com 84,2% de contribuição no grupo, registrou aumentos de 15,7% em valores e de 20,4% no volume exportado. Para a carne de frango, segundo produto com 13,4% de participação no grupo, o desempenho obtido registrou redução das vendas em valores (-6,6%) e alta em volumes (+2,5%). A carne suína (0,5% de participação) apresentou resultados positivos em valores (+203,3%) e na quantidade embarcada (+248,9%). Os principais destinos em participação são China (46,1%), Estados Unidos (13,2%), União Europeia (6,1%), Hong Kong (4,6%), Filipinas (4,0%), Arábia Saudita (2,7%) e enquanto os demais países compradores somam 23,3% de participação.

O grupo dos produtos florestais ocupa a terceira posição na pauta paulista com 10,2% de participação, e seu desempenho foi de aumento em valores (+16,3%) e estabilidade na quantidade embarcada (0,0%) em relação a igual período do ano anterior. As exportações dos produtos de celulose, principal item do grupo, apresentou aumento em valores (+25,0%) e queda nos embarques (-4,1%). Já o papel obteve variações positivas para os valores (+5,9%) e volume (+12,4%). O principal destino em participação de valores exportados é a China (35,1%), seguida de União Europeia (15,2%), Estados Unidos (9,5%), Peru (4,8%), Argentina (4,7%), Colômbia (3,8%) e Chile (3,6%). Outros países somam 23,3% de participação.

O grupo de sucos passou para 4ª posição com 9,6% de representatividade na pauta paulista, o suco de laranja (FCOJ concentrado e congelado) registrou aumento de 25,2% no valor e redução de 24,7% no volume exportado. Para o suco NFC (não congelado, valor brix <=20), as vendas externas ganharam em valores (+36,3%) e perdas em volumes (-3,4%). Já os outros sucos de laranja não fermentados obtiveram alta em valores de 29,1% e queda de 28,7% em volumes. A variação total das exportações do grupo de sucos foi positiva em valores (+29,7%), puxados pela valorização dos preços dos sucos no período analisado (FCOJ 66,3%, NFC 41,1% e outros sucos de laranja não fermentados 81,0%), uma vez que houve diminuição nos volumes embarca-

dos (-8,6%). Os maiores compradores desse grupo são União Europeia (51,4%), Estados Unidos (35,7%), China (4,5%) e Japão (3,9%); os demais compradores têm 4,5% de participação.

Para o grupo composto pelo complexo soja (na 5ª posição e 7,4% de participação), no período analisado houve reduções nos embarques (-24,6%) e em valores (-38,0%), acompanhando o comportamento da soja em grão, principal produto do grupo, com variação negativa para valores (-43,9%) e nos volumes (-31,5%). A China (61,6%) é o principal destino em termos de participação de valores, seguida da União Europeia (7,1%), Indonésia (5,8%), Tailândia (5,2%), Índia (4,2%) e Irã (3,6%); os demais importadores somam 12,5%.

No grupo do café (6ª posição e 4,2% de participação), os resultados apontaram crescimentos de 42,9% nos valores e 25,4% no volume das exportações paulistas. O principal produto deste grupo é o café verde, apresentando bom desempenho com aumentos nas vendas externas de 47,1% em valores e de 29,1% em quantidades exportadas pelo estado. Já o café solúvel obteve incrementos de 45,2% em valores e de 18,4% em volume comercializado. A União Europeia é o principal destino e suas compras representam 42,1% do valor exportado. Na sequência aparecem Estados Unidos (16,5%), Japão (5,4%), Canadá (5,0%), Argentina (3,5%), Coreia do Sul (3,0%) e Reino Unido (2,7%); os demais países participam com 21,8%.

 

1.4 - Destinos das Exportações do Agronegócio Paulista    

Em relação aos destinos das exportações do agronegócio paulista em 2024, a China é o principal destino das exportações do estado de São Paulo, com US$5,90 bilhões, detendo 19,3% de participação no total do agro paulista e registrando, contudo, variação negativa de 19,1% em relação ao valor do ano de 2023, por conta da redução do preço médio da soja em grão (-18%) e das menores compras (-30% em volume). Na segunda posição aparece a União Europeia (US$3,89 bilhões, 12,7% de participação em 2024 e variação positiva de 14,0% no valor ante ao ano de 2023), seguida pelos Estados Unidos (US$3,45 bilhões, participação de 11,3% e incremento de 21,5% em valores). Na sequência, completando os dez principais destinos em termos de participação, aparecem Índia (4,0%), Indonésia (3,9%), Emirados Árabes Unidos (3,3%), Arábia Saudita (2,4%), Bangladesh (2,2%), Marrocos e Argélia (2,1%, cada um). A tabela 3 apresenta os 20 principais destinos das exportações paulistas em 2024, que somados representam 78,3% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos.

Ainda de acordo com a tabela 3, observa-se uma diferenciação na composição das pautas dos principais parceiros comerciais do agronegócio paulista. A China importou principalmente produtos dos grupos de carnes (27,9%), complexo soja (23,7%), produtos florestais (18,7%) e sucroalcooleiro (16,8%), enquanto a União Europeia entre os principais produtos da pauta de importações paulista, predominam os produtos do grupo de sucos (39,1%, basicamente suco de laranja) e destaques para os grupos de café (13,9%) e produtos florestais (12,3%). Já os Estados Unidos apresentam pauta mais diversificada, composta principalmente pelos sucos (30,5%), grupo das carnes (13,6%), sucroalcooleiro (12,5%), produtos florestais (8,6%), café (6,1%) e os demais grupos (28,6%). Na sequência, do 4º até ao 15º dos principais destinos, esses países têm elevada concentração de suas importações no complexo sucroalcooleiro, acima de 70% de representatividade.

 

 

1.5 - Importações do Agronegócio Paulista

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista no acumulado do ano de 2024 foram: salmões (US$460,84 milhões), papel (US$398,99 milhões), trigo (US$320,47 milhões), leite em pó (US$ 223,10 milhões), produtos têxteis de algodão e vestuários (US$216,77 milhões), outras rações para animais domésticos (US$206,84 milhões), demais peixes (US$202,32 milhões) e arroz (US$158,21 milhões). A figura 3 apresenta os dez principais produtos que representam 43,6% (US$2,46 bilhões) do total importado (US$5,65 bilhões).

 

2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL

A balança comercial brasileira registrou superávit de US74,56 bilhões em 2024, com exportações de US$337,04 bilhões e importações de US$262,48 bilhões. Esse resultado apresenta redução de 24,6% no superávit em relação ao ano de 2023, quando alcançou US$98,91 bilhões (Figura 4).

2.1 - Análise Setorial do Agronegócio

Na análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro no ano de 2024 (Figura 4) apresentou queda de 1,3% em relação ao ano anterior, alcançando o valor de US$164,37 bilhões (48,8% do total nacional). Já as importações aumentaram 16,2% no período, registrando US$19,30 bilhões (6,9% do total nacional).

O superávit do agronegócio chegou a US$145,07 bilhões em 2024, sendo 3,2% inferior na comparação com 2022 (Figura 4).

Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$172,67 bilhões e importações de US$243,18 bilhões, produziram um déficit de US$70,51 bilhões no ano de 2024.

A figura 5 apresenta o comportamento dos resultados da balança comercial do agronegócio brasileiro no período de 2000 a 2024. Observa-se que, nos anos de 2022 a 2024, as exportações ficaram na faixa de US$160 bilhões e o saldo da balança se manteve acima de US$140 bilhões, traduzindo o bom momento da agricultura nacional.


 

2.2 - Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro no ano de 2024 foram: complexo soja (US$53,94 bilhões, tendo a soja em grão 79,6% de participação e farelo de soja, 18,0%), carnes (US$26,18 bilhões, com as carnes bovina, de frango e suína representando desse total, respectivamente, 49,0%, 37,2% e 11,4%), grupo sucroalcooleiro (US$19,69 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 94,5% e o álcool etílico – etanol, 5,4%), produtos florestais (US$17,31 bilhões, com participações de 61,3% de celulose e 24,2% de madeira) e café (US$12,34 bilhões com participação de 91,9% do café verde e 7,3% do café solúvel). Esses cinco grupos agregados representaram 78,4% das vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 4).



Ainda conforme a tabela 4, na comparação com o valor do ano de 2023, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos do agronegócio brasileiro, com destaque positivo para os grupos café (+52,6%), florestais (+21,2%), complexo sucroalcooleiro (+13,3%) e carnes (+11,4%), enquanto o grupo complexo soja apresentou redução (-19,8%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.

 

2.3 - Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Brasileiro

A tabela 5 apresenta os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio brasileiro e suas respectivas variações em 2024, em comparação com o ano de 2023.

Desses grupos relevantes, o grupo complexo soja é o que apresenta a maior participação em valores nas exportações do agro brasileiro (32,8%). Em 2024 o grupo reduziu -19,8% em valores e -2,7% em volumes exportados. O desempenho da soja em grão impactou nesse resultado, com perdas de -19,8% nos valores e de -2,7% nas quantidades exportadas. Para o óleo de soja, os embarques apresentaram quedas em receitas de
-47,8% e de -41,4% nos embarques, enquanto o farelo de soja teve redução de -15,7% em valores e elevação de 3,0 em volume. A China representa 58,7% das compras em valores desse grupo, seguida por União Europeia (13,1%), Tailândia (4,9%) e Irã (3,1%); os demais países importadores somam 20,2%.

O grupo de carnes aparece na segunda posição na pauta brasileira (15,9% de participação), apresentando ganhos de 11,4% em valores e 9,6% em volume em relação ao ano de 2023. A carne bovina teve aumentos em valores (+21,7%) e no volume exportado (+25,5%). Para a carne de frango, foram registrados aumentos em valores (+1,3%) e nos embarques (+3,0%), e para carne suína, crescimentos em valores (+7,4%) e na quantidade (+8,9%). Neste grupo, a China se destacou como principal destino, com 29,8% das compras de carnes; na sequência aparecem Emirados Árabes Unidos (6,1%), Estados Unidos (5,4%), União Europeia (4,9%), Japão (4,6%), Filipinas (4,2%), Arábia Saudita e Chile (4,1%, cada um), Hong Kong (3,5%) e México (3,4%, cada); os demais países somam 29,9% de participação.

Na terceira posição, com 12,0% de participação, destaca-se o grupo sucroalcooleiro, que em 2024 apresentou aumentos de 13,3% em valores e 19,4% em volumes exportados, devido ao crescimento das vendas externas do açúcar (+18,1% em valores e +22,2% em volume). Para o álcool (biocombustível), as vendas externas tiveram quedas de -24,5% nos embarques e de -34,2% em valores, quando comparados ao mesmo período do ano anterior. Assim como no estado de São Paulo, os destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação dos países. Os resultados apontam sequência composta por Indonésia (8,4%), Índia (8,3%), China (7,1%), Emirados Árabes Unidos (5,9%), Argélia (5,4%), Egito (4,8%), Marrocos (4,7%), Arábia Saudita (4,5%), Estados Unidos (4,0%); os demais países importadores somam 46,9% de participação.

 

 

O grupo de produtos florestais (4ª posição e 10,5% de participação), no ano de 2024, registrou aumentos para valores (+21,2%) e no volume exportado (+4,4%). As variações de valores e volume foram de, respectivamente, +33,7% e +3,5% para a celulose (principal item do grupo), +6,0% e +4,7% para a madeira, e +4,7% e +11,5% para o papel. Os principais países importadores deste grupo são China (27,9%), Estados Unidos (21,6%), União Europeia (19,3%), México (3,3%) e Argentina (2,7%); os demais países participam com 25,2%.

O grupo do café (5ª posição e 7,5% de participação) apresentou aumentos em valores (+52,6%) e em quantidade (+30,0%), puxado pelo café verde, principal produto do grupo, com variações positivas de 55,0% em valores, e 30,8% em quantidades exportadas pelo país. Quanto às participações dos países destinos das exportações em valores, a União Europeia representa 46,5% desse grupo, seguida por Estados Unidos com 16,8%, Japão (4,8%), Turquia (2,9%), Rússia (2,6%) e México (2,5%); os demais países somam 23,9% de participação.

 

2.4 - Destinos das Exportações do Agronegócio Brasileiro 

Em relação aos destinos das exportações do agronegócio brasileiro no ano de 2024, a China (US$49,71 bilhões, 30,2% de participação e variação negativa de 17,5% em relação ao ano anterior) é o principal destino das exportações do Brasil, seguida da União Europeia (US$23,23 bilhões, 14,1% de participação em 2024 e variação positiva de 7,9%) e dos Estados Unidos (US$12,09 bilhões, participação de 7,4% e crescimento de 23,1%). A tabela 6 apresenta os 20 principais destinos das exportações brasileiras de 2024, que somados representam 81,8% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos.

A China importou principalmente produtos do complexo soja (63,7%), carnes (15,7%) e produtos florestais (9,7%), enquanto na União Europeia, entre os principais produtos da pauta de importações, predominam os setores de grupo complexo soja (30,5%) e, destaques para café (24,7%) e os produtos florestais (14,4%). Já os Estados Unidos apresentam em sua pauta principalmente produtos florestais (30,9%), café (17,2%), carnes (11,7%), sucroalcooleiro (6,6%) e os demais grupos (32,4%).

 

 

2.5 - Importações do Agronegócio Brasileiro

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio brasileiro no acumulado do ano de 2024 foram: trigo (US$1,64 bilhão, contabilizando 6,65 milhões de toneladas, 59,0% superior ao volume importado em relação a 2023), papel (US$965,96 milhões), salmões (US$909,26 milhões), azeite de oliva (US$783,77 milhões), produtos têxteis de algodão e vestuário (US$ 728,70 milhões), malte (US$717,80 milhões) e arroz (US$672,38 milhões, com importação de 1,07 milhão de toneladas, 3,2% maior do que em 2023). A figura 6 apresenta os dez principais produtos que representam 42,6% (US$8,21 bilhões) do total importado (US$19,30 bilhões).

 

3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL

Em 2024 a participação paulista no total da balança comercial brasileira (todos os setores da economia) permaneceu estável em 2024, e as importações recuaram em 0,9 ponto percentual, apontando valores de 21,0% nas exportações e de 28,9% de representatividade para as importações (Figura 7).



 

Para o agronegócio, as exportações setoriais de São Paulo em 2024 representaram 18,6% em relação ao agronegócio brasileiro, alta de 1,4 p.p. ante ao ano anterio. Já as importações recuaram 1,1 p.p., saindo de 30,4% em 2023 para 29,3% em 2024 (Figura 7).

A participação dos grupos do agronegócio paulista no agronegócio nacional em 2024 se destacou nos seguintes grupos de produtos, cuja participação em valores ultrapassa 50% do total nacional: sucos (84,1%), produtos alimentícios diversos (73,3%), demais produtos de origem vegetal (63,0%), complexo sucroalcooleiro (62,5%) e plantas vivas e produtos de floricultura (62,2%) (Tabela 7).

A tabela 8 apresenta a contribuição dos estados brasileiros na composição da pauta nacional de exportações do agronegócio em 2023 e de 2024, e suas respectivas participações. O estado de São Paulo foi o principal exportador em 2024, com exportações de US$30,64 bilhões e participação de 18,6%, crescimento de 1,4 ponto percentual em relação a 2023. Mato Grosso está na segunda posição (16,4%), seguido por Paraná (11,1%), Minas Gerais (10,4%), Rio Grande do Sul (9,5%), Goiás (6,3%), Mato Grosso do Sul (5,8%), Santa Catarina (4,6%) e Bahia (4,1%); os demais estados representam os 13,2% restantes.


1Estado produtor (unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

 

2Estado importador (unidade da Federação importadora) é definido como a unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.

 

3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos na opção Tabela de Agrupamentos em MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Agrostat. Brasília: MAPA, 2025.  Disponível em: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html. Acesso em: jan. 2025.

 

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações, comércio exterior, grupo de produtos, superávit, saldo.


 

 

 

COMO CITAR ESTE ARTIGO

ANGELO, J. A.; OLIVEIRA, M. D. M.; GHOBRIL, C. N. Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Ano de 2024, Recordes para Exportação e Saldo Comercial em São Paulo. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 1-19, jan. 2025. Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.