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AGRICULTURA E PROTECIONISMO: SEMELHANÇA DOS RESULTADOS DAS POLÍTICAS AGRÍCOLAS DOS ESTADOS UNIDOS, DA COMUNIDADE EUROPÉIA E DO BRASIL
O trabalho, partindo de um escopo teórico no qual a auto-regulação
do mercado configura-se como um mito, procura mostrar a inconsistência no
tocante à agricultura, tanto do discurso da liberalização do comércio dentre as
nações, como da menor presença do Estado na economia. As políticas agrícolas dos
Estados Unidos (EUA) e da Comunidade Européia (CE), lançando mão de instrumentos
distintos, alcançam resultados semelhantes, tanto no aspecto do seu sucesso
consubstanciado na superprodução, como de seus problemas, tais como: ter
abrangido produtos específicos e os benefícios serem apropriados
majoritariamente pela parcela de médios e grandes agricultores. No Brasil, a
participação estatal também foi decisiva, reproduzindo, inclusive, resultados
com elementos de grande semelhança aos dos EUA e da CE. Portanto, a modernização
da agricultura foi produto da proteção estatal e não do liberalismo econômico.
Desse modo, tal como no século XIX, a propalada liberalização do comércio traz
embutida a defesa de interesses específicos das nações hegemônicas no mercado
agrícola mundial e não interessa nem ao Brasil nem aos demais países do Terceiro
Mundo. Palavras-chaves: protecionismo, agricultura, política agrícola, e
liberalismo.
Data de Publicação: 01/05/1994
Autor(es): José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor