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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de 2008 – Janeiro a Março
De
janeiro a março de 2008, as exportações do Estado de São Paulo1
somaram US$12,45 bilhões (32,2% do total nacional), e as
importações2, US$13,85 bilhões (38,6% do total nacional),
registrando déficit de US$1,40 bilhão. Em relação ao período de janeiro a março
de 2007, o valor das exportações paulistas aumentou 10,5% e o das importações,
31,4%, produzindo a reversão do saldo comercial de positivo para negativo
(Figura 1). O desempenho paulista de crescimento nas exportações (+10,5%),
comparando-se o conjunto dos primeiros três meses de 2007 e de 2008, ficou pouco
abaixo da média brasileira (+13,8%). Nas importações também ocorreu menor
incremento em São Paulo (+31,4%) do que no Brasil (+41,8%). Assim, na conjunção
das performances das exportações e importações, o saldo da balança
comercial paulista teve expressiva queda (-291,8%), enquanto o da brasileira
apresentou menor redução (-67,4%).
Figura 1 - Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Março de 2007 e 2008.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Os agronegócios paulistas, depois de longo período de crescimento, apresentaram exportações decrescentes (-0,3%), atingindo US$3,45 bilhões, enquanto as importações aumentaram 38,2%, somando cerca de US$1,70 bilhão, com saldo de US$1,75 bilhão, ainda que positivo, mas 21,5% menor do que o de janeiro a março de 2007 (Figura 2). Em função disso, há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios - somaram US$12,15 bilhões para exportações de US$9,00 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado, de US$3,15 bilhões de janeiro a março de 2008. Assim, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista seria muito maior não fosse o desempenho dos agronegócios estaduais.
Figura 2 - Balança Comercial dos Agronegócios Estado de São Paulo, Janeiro a Março de 2007 e 2008.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
A participação das exportações dos agronegócios paulistas no total do Estado reduziu-se em expressivos 3,0 pontos percentuais, enquanto a participação das importações aumentou 0,6 ponto percentual, na comparação dos primeiros três meses de 2007 e 2008 (Figura 3).
Figura 3 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Março de 2007 e 2008.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$2,84 bilhões de janeiro a março de 2008, com exportações de US$38,69 bilhões e importações de US$35,85 bilhões. Esse superávit, 67,4% menor do que o do mesmo período em 2007, aconteceu em função de aumento nas exportações (+13,8%) inferior ao das importações (+41,8%) (Figura 4).
Figura 4 - Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Março de 2007 e 2008.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Nos três primeiros meses de 2008, as exportações dos agronegócios brasileiros cresceram 18,8% em relação ao ano anterior, atingindo US$14,80 bilhões (38,3% do total). Já as importações do setor aumentaram 52,7%, também em comparação com janeiro a março de 2007, somando US$5,33 bilhões (14,9% do total). O superávit dos agronegócios de janeiro a março de 2008 foi de US$9,47 bilhões4, 5,6% superior ao do mesmo período do ano anterior (Figura 5). Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores, com exportações de US$ 23,89 bilhões e importações de US$ 30,52 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 6,63 bilhões.
Figura 5 - Balança Comercial dos Agronegócios, Brasil, Janeiro a Março de 2007 e 2008.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
As participações dos agronegócios nos totais do País cresceram tanto em termos das exportações (+1,6 ponto percentual) como das importações (+1,1 ponto percentual) (Figura 6).
A participação paulista no total da balança comercial brasileira caiu em termos das exportações (-1,1 ponto percentual) e também diminuiu, mas de forma mais expressiva,no tocante às importações (-3,1 pontos percentuais) (Figura 7).
Figura 6 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Março de 2007 e 2008.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Figura 7 - Participação da Balança Comercial Paulista no Total do Brasil, Janeiro a Março de 2007 e 2008.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Em relação aos agronegócios brasileiros, as exportações setoriais de São Paulo nos primeiros três meses de 2008 representaram 23,3%, ou seja, 4,5 pontos percentuais a menos que no mesmo período de 2007, enquanto as importações representaram 32,0%, sendo 3,3 pontos percentuais inferiores à verificada no ano anterior (Figura 8).
Figura 8 - Participação do Agronegócio Paulista no Brasileiro, Balança Comercial, Janeiro a Março de 2007 e 2008.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Os
cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos
agronegócios paulistas, de janeiro a março de 2008, foram: bovídeos - bovinos
(US$ 774.97 milhões), cana e sacarídeas (US$ 704,78 milhões), frutas (US$ 541,65
milhões), produtos florestais (US$ 457,79 milhões) e agronegócios especiais (US$
215,48 milhões), que juntos perfizeram 78,1% das exportações setoriais paulistas
(tabela 1).
TABELA 1. Exportações dos Agronegócios, por Grupo de Mercadorias, Estado de São Paulo, Janeiro a Março de 2008. | ||
Grupo de Mercadorias |
(mil
US$) |
% |
bovídeos - bovinos |
774.974 |
22,47 |
cana e sacarídeas |
704.783 |
20,44 |
Frutas |
541.651 |
15,71 |
produtos florestais |
457.794 |
13,27 |
agronegócios especiais |
215.479 |
6,25 |
bens de capital / insumos |
196.249 |
5,69 |
Café e estimulantes |
176.862 |
5,13 |
cereais/leguminosas/oleaginosas |
170.123 |
4,93 |
suínos e aves |
125.385 |
3,64 |
Têxteis |
72.959 |
2,12 |
flores e ornamentais |
5.721 |
0,17 |
Olerícolas |
3.129 |
0,09 |
Pescado |
3.015 |
0,09 |
Fumo |
571 |
0,02 |
Agronegócios |
3.448.695 |
100,00 |
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir dos dados básicos da SECEX/MDIC
Em
âmbito nacional, os cinco principais agregados de cadeias de produção nas
exportações dos agronegócios foram: cereais/leguminosas/oleaginosas ( US$ 2,88
bilhões), produtos florestais (US$2,37 bilhões), bovídeos - bovinos (US$ 2,35
bilhões), suínos e aves (US$1,79 bilhão) e cana e sacarídeas (US$1,27 bilhão),
que totalizam 72,1% das vendas externas dos agronegócios (tabela
2).
TABELA 2. Exportações dos Agronegócios, por Grupo de Mercadorias, Brasil, Janeiro a Março de 2008. | ||
Grupo de mercadorias |
(mil
US$) |
% |
cereais/leguminosas/oleaginosas |
2.877.759 |
19,45 |
Produtos florestais |
2.371.482 |
16,03 |
Bovídeos - bovinos |
2.351.841 |
15,89 |
suínos e aves |
1.787.248 |
12,08 |
cana e sacarídeas |
1.266.683 |
8,56 |
café e estimulantes |
1.185.122 |
8,01 |
Frutas |
769.704 |
5,20 |
bens de capital / insumos |
660.114 |
4,46 |
agronegócios especiais |
592.971 |
4,01 |
Têxteis |
456.351 |
3,08 |
Fumo |
362.524 |
2,45 |
Pescado |
58.579 |
0,40 |
Olerícolas |
47.981 |
0,32 |
flores e ornamentais |
8.474 |
0,06 |
Agronegócios |
14.796.833 |
100,00 |
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir dos dados básicos da SECEX/MDIC
A
quantidade exportada5 de produtos dos agronegócios brasileiros
reduziu-se em 2,6% de janeiro a março de 2008, quando comparada com a do mesmo
período de 2007, enquanto a quantidade exportada pelo Estado de São Paulo teve
queda ainda maior de 11,3%. Os preços dos produtos exportados pelos agronegócios
subiram 21,9% em nível nacional e 12,4% no âmbito de São Paulo (tabela
3).
TABELA 3. Variações Percentuais dos Índices de Quantidade e de Preço das Exportações de Produtos dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Março de 2008(1). | |||||
Setor | Brasil | São Paulo | |||
Quantidade |
Preço |
Quantidade |
Preço | ||
Agronegócios |
-2,6 |
21,9 |
-11,3 |
12,4 | |
Agronegócios exc. Bens de capital/insumos |
-3,4 |
22,1 |
-12,2 |
12,2 | |
(1) Variações em relação a igual período do ano anterior, baseadas em índices calculados pela fórmula de Fisher. |
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Cerca
de 54,4% do valor das exportações brasileiras dos agronegócios de janeiro a
março de 2008 corresponderam, em nível nacional, a produtos industrializados
(manufaturados e semimanufaturados) e 46,6% a produtos básicos. No Estado de São
Paulo, os produtos básicos representam apenas 22,8% e a participação de produtos
industrializados dos agronegócios se mostra muito maior (77,2%), evidenciando
índices superiores de agregação de valor (tabela 4).
TABELA 4. Exportações dos Agronegócios por Fator Agregado, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Março de 2008. | |||||||
Fator Agregado | Brasil | São Paulo | SP/BR | ||||
(Produtos) |
US$
mil |
% |
|
US$
mil |
% |
|
% |
Produtos Básicos |
6.887.916 |
46,55 |
784.791 |
22,76 |
11,39 | ||
Produtos Semimanufaturados |
2.689.701 |
18,18 |
575.313 |
16,68 |
21,39 | ||
Produtos Manufaturados |
5.219.216 |
35,27 |
|
2.088.591 |
60,56 |
40,02 | |
Agronegócios |
14.796.833 |
100,00 |
3.448.695 |
100,00 |
23,31 |
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Entre as categorias de uso, observa-se que
matérias-primas e produtos intermediários foi o grupo predominante no período de
janeiro a março de 2008, representando 56,4% do valor total de exportações
nacionais de mercadorias dos agronegócios. No caso do Estado de São Paulo, esse
grupo tem participação pouco inferior (47,6% do valor total) ao de bens de
consumo (48,5%)(tabela 5).
TABELA 5. Exportações dos Agronegócios por Categoria de Uso, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Março de 2008. | |||||||
Categorias de Uso | Brasil | São Paulo | SP/BR | ||||
US$
mil |
% |
US$
mil |
% |
% | |||
Bens de capital |
513.762 |
3,47 |
135.538 |
3,93 |
26,38 | ||
Bens de consumo |
5.933.288 |
40,10 |
1.671.951 |
48,48 |
28,18 | ||
Matérias-primas e produtos intermediários |
8.349.783 |
56,43 |
1.641.206 |
47,59 |
19,66 | ||
Agronegócios |
14.796.833 |
100,00 |
3.448.695 |
100,00 |
23,31 |
Fonte: Elaborada pelo Instituto de
Economia Agrícola, a partir de dados básicos da
SECEX/MDIC.
______________________________________________
1Estado produtor (Unidade da
Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a
Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os
minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste
último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do
processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
2Estado importador (Unidade da
Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio
fiscal do importador.
3Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos
Demais Setores, o superávit dos agronegócios paulistas foi de US$2,05
bilhões.
4Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos
Demais Setores, o superávit dos agronegócios brasileiros foi de US$10,85
bilhões.
Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.
Data de Publicação: 24/04/2008
Autor(es):
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Sueli Alves Moreira Souza Consulte outros textos deste autor