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Preços agrícolas sobem 2,35% no mês de dezembro
Os preços agrícolas subiram 2,35% em dezembro último, com redução de 6,00 pontos percentuais em relação ao mês de novembro. O índice de preços recebidos pelos agricultores (IPR), ainda que em fase de crescimento, mudou de patamar, passando da faixa de 8% a 9% ao mês para a de 2% a 2,5% ao mês. A tabela abaixo mostra a evolução dos preços agrícolas desde a primeira quadrissemana de novembro: No gráfico seguinte, é possível visualizar o comportamento do IPR desde dezembro de 2001.
Quadrissemana 1ª Quadrissemana / novembro 2ª Quadrissemana / novembro 3ª Quadrissemana / novembro 4ª Quadrissemana / mês de novembro 1ª Quadrissemana / dezembro 2ª Quadrissemana / dezembro 3ª Quadrissemana / dezembro 4ª Quadrissemana / mês de dezembro
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A variação dos preços agrícolas, por produto no mês de dezembro e no acumulado do ano de 2002, foi a seguinte:
Produto | Dezembro de 2002 (%) | Acumulado no ano 2002 (%) |
Algodão | 13,33 | 88,89 |
Amendoim | 0,00 | 103,25 |
Arroz | 0,00 | 45,20 |
Banana | 0,00 | 39,72 |
Batata | 12,75 | 19,86 |
Café | -8,14 | 77,13 |
Cana-de-açúcar | 4,78 | -3,06 |
Cebola | 11,11 | -9,09 |
Feijão | -9,17 | 77,83 |
Laranja | -2,09 | 21,96 |
Milho | -13,29 | 124,91 |
Soja | -0,65 | 56,21 |
Tomate | 47,37 | 15,04 |
Trigo | -6,78 | 95,73 |
Aves | 5,52 | 29,66 |
Boi gordo | 0,69 | 26,52 |
Leite | 0,00 | 61,54 |
Ovos | 7,38 | 63,00 |
Suínos | 2,73 | 8,20 |
O comportamento dos agrícolas, por grupo de produtos no mês de dezembro, foi o seguinte:
Grupo | Variação % |
Grãos + café | -6,30 |
Frutas | -1,96 |
Olerícolas | 24,00 |
Produtos Vegetais | 2,23 |
Produtos Animais | 2,57 |
Total – IPR | 2,35 |
No mês de dezembro, dos 19 produtos pesquisados, apenas seis apresentaram reduções nos preços (café, feijão, laranja, milho, soja e trigo). Entre os vegetais, o aumento nos preços de cinco produtos, apesar da redução em outros seis e da estabilização em três produtos, gerou a alta de 2,23% no índice de preços do grupo. No caso do segmento animal, a subida nas cotações de aves, boi gordo, ovos e suínos, aliada à manutenção da estabilidade no preço do leite, levou ao aumento de 2,57% no preço do grupo. O resultado final do mês foi o crescimento de 2,35% no índice geral (IPR).
Em 2002, a variação acumulada do IPR foi de 30,53%, em comparação com a variação de 25,31% do IGP-M e de 10,52% do IPC-Fipe (estimativa). Isto significa que houve ganho no poder de troca dos agricultores de 5,22 pontos percentuais em relação ao IGP-M e de 20,01 pontos percentuais frente ao IPC-Fipe. O gráfico abaixo permite comparar o comportamento acumulado desses indicadores desde janeiro de 2002.
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No ano, 17 produtos apresentaram crescimento nos preços, dos quais algodão, amendoim, arroz, banana, café, feijão, laranja, milho, soja, trigo, aves, boi gordo, leite e ovos com aumentos superiores a 20%. Acréscimos em menor intensidade foram verificados nos preços de batata, tomate e suínos. Por outro lado, apenas dois produtos apresentaram reduções nos preços (cana-de-açúcar e cebola).
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A variação mensal anualizada do IPR indica queda até abril, quando o índice começou a se recuperar até fechar dezembro com 30,53%, atingindo assim nível muito superior aos indicadores de inflação da economia, como o IGP-M e o IPC-Fipe.
Este é o segundo ano em que o IPR dos agricultores paulistas tem crescimento acumulado superior ao dos índices de inflação, apresentando assim ganhos no poder de troca do setor. A estimativa preliminar de 17% do índice de preços pagos pelos agricultores, cotejada com o aumento de 30,53% do IPR, confirma o ganho para os produtores rurais.
Vale lembrar que estimativas do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) indicam crescimento de 6,50% do PIB da agropecuária brasileira em 2002. Dessa forma, a agropecuária constitui-se no setor da economia brasileira com crescimento médio de 3,50% ao ano nos últimos oito anos, mantendo assim o seu padrão histórico de desempenho.
Em 2002, o milho foi o destaque de alta nos preços agrícolas, com 124,91%, em função da quebra da safra brasileira, das dificuldades de importação devido à indefinição quanto aos transgênicos e do aumento da demanda. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores de milho pode ser observado no gráfico abaixo:
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Ainda em 2002, o preço do café iniciou expressiva recuperação, mesmo com a maior colheita brasileira dos últimos quinze anos. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores de café pode ser observado no gráfico abaixo:
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Por outro lado, o preço do boi gordo, segundo produto em importância na agropecuária paulista, apresentou crescimento acumulado de 26,52%, em função da aceleração das exportações de carne bovina, que compensou a fraca demanda interna no ano. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores, no período de 2000/01, é apresentado no gráfico abaixo:
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O preço do feijão terminou 2002 com alta de 77,83%, que se manifestou a partir de junho, com a quebra da terceira safra do ano em função da estiagem e do atraso no plantio da safra de 2002/03. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser observado no gráfico abaixo:
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Data de Publicação: 06/01/2003
Autor(es): Nelson Batista Martin (nbmartin@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor