Preços Agrícolas Sobem 8,44% Na Terceira Quadrissemana De Novembro

            Os preços agrícolas subiram 8,44% na terceira quadrissemana de novembro. O índice de preços recebidos pelos agricultores (IPR) vem mantendo o mesmo patamar nas últimas oito quadrissemanas. A tabela abaixo mostra a evolução dos preços agrícolas desde a primeira quadrissemana de outubro.
 

Quadrissemana 
Variação dos Preços Agrícolas (%)
1ª quadrissemana / outubro
9,08
2ª quadrissemana / outubro
8,26
3ª quadrissemana / outubro
8,50
4ª quadrissemana / mês de outubro
5,43
1ª quadrissemana / novembro
8,65
2ª quadrissemana / novembro
9,62
3ª quadrissemana / novembro
8,44

            No gráfico seguinte, é possível visualizar o comportamento do IPR desde agosto de 2002.

            Na terceira quadrissemana de novembro, os preços agrícolas apresentaram as seguintes variações, por produto:
 

Produto
Variação quadrissemanal(%) 
Algodão
1,43
Amendoim
4,34
Arroz
5,09
Banana
-1,97
Batata
38,22
Café
1,12
Cana-de-açúcar
6,67
Cebola
4,35
Feijão
15,79
Laranja
-2,73
Milho
30,36
Soja
1,83
Tomate
0,79
Trigo
-6,25
Aves
22,50
Boi gordo
10,11
Leite
0,00
Ovos
12,67
Suínos
15,85
Fonte: NBM/IEA

            O comportamento dos preços agrícolas, por grupo de produtos na terceira quadrissemana de novembro, foi o seguinte:
 

Grupo
Variação % 
Grãos + café
12,78
Frutas
-2,68
Olerícolas
21,05
Produtos de Origem Vegetal
6,53
Produtos de Origem Animal
11,96
Total do IPR
8,44
Fonte: NBM/IEA

            Dos 19 produtos analisados, quinze apresentaram crescimento no preço (algodão, amendoim, arroz, batata, café, cana-de-açúcar, cebola, feijão, milho, soja, tomate, aves, boi gordo, ovos e suínos), enquanto três produtos tiveram redução de preço (banana, laranja e trigo). O destaque de alta foi o preço da batata (+38,22%), enquanto a maior queda foi verificada no trigo (-6,25%).
            Entre os vegetais, o aumento nos preços dos subgrupos de grãos e olerícolas, apesar da queda nos das frutas, fez com que o grupo desses produtos tivesse alta de 6,53% no preço. No segmento animal, o avanço nas cotações de aves, boi gordo, ovos e suínos, bem como a estabilização no preço do leite, contribuiu para a elevação no preço do grupo em 11,96%. O resultado foi o crescimento de 8,44% no índice geral (IPR). A variação acumulada do IPR em novembro, em relação à última quadrissemana de outubro, já atingiu 8,28%, indicando a tendência de o índice do mês se manter nos níveis atuais.
            O boi gordo, que apresenta acréscimo de 28% no preço em 2002, vem sustentando a alta em função da redução dos animais engordados em confinamento e semiconfinamento, da estiagem que vai atrasar o início da safra e da competitividade conferida à carne bovina brasileira pela desvalorização do real. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser observado no gráfico:


São Paulo, 25 de novembro de 2002
Nelson Batista Martin
Instituto de Economia Agrícola
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios/SAA-SP

 

Data de Publicação: 25/11/2002

Autor(es): Nelson Batista Martin (nbmartin@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor