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Preços Agrícolas Sobem 8,83% No Mês De Setembro
Os preços agrícolas subiram 8,83% no mês de setembro, com ganho de 7,25 pontos percentuais em relação a agosto. Esta é a maior alta do índice de preços recebidos pelos agricultores (IPR) no ano e nos últimos 18 meses. Vários fatos contribuíram para este aumento, com destaque para a alta do dólar, a geada no início do mês, a entressafra da pecuária e dos grãos e a elevação nas cotações das commodities no mercado internacional. A tabela abaixo mostra a evolução dos preços agrícolas desde a primeira quadrissemana de agosto: No gráfico seguinte, é possível visualizar o comportamento do IPR desde setembro de 2001.
Quadrissemana 1ª Quadrissemana / agosto 2ª Quadrissemana / agosto 3ª Quadrissemana / agosto 4ª Quadrissemana / mês de agosto 1ª Quadrissemana / setembro 2ª Quadrissemana / setembro 3ª Quadrissemana / setembro 4ª Quadrissemana / mês de setembro
As variações dos preços agrícolas por produto, no mês de setembro, no acumulado de 2002 e em 12 meses, foram as seguintes:
Produto | Setembro de 2002(%) | Acumulado em 2002(%) | Acumulado em 12 meses (%) |
Algodão | 19,47 | 50,00 | 44,39 |
Amendoim | 6,49 | 62,31 | 110,26 |
Arroz | 0,00 | -7,41 | 0,78 |
Banana | 2,59 | 40,43 | 60,98 |
Batata | 58,04 | 42,27 | 19,67 |
Café | 27,82 | 36,79 | 21,66 |
Cana-de-açúcar | 0,61 | -15,31 | -15,02 |
Cebola | 4,17 | -24,24 | -54,55 |
Feijão | 13,57 | 37,87 | 34,89 |
Laranja | 16,17 | 15,54 | 23,60 |
Milho | 15,74 | 61,80 | 68,91 |
Soja | 18,02 | 40,52 | 36,43 |
Tomate | 104,72 | 78,31 | 178,21 |
Trigo | 14,44 | 88,97 | 98,13 |
Aves | 4,17 | 5,93 | 38,89 |
Boi gordo | 0,00 | 9,78 | 14,77 |
Leite | 0,00 | 50,00 | 39,29 |
Ovos | 8,80 | 7,29 | 25,38 |
Suínos | 29,59 | -9,83 | 14,14 |
O comportamento dos preços agrícolas, por grupo de produtos no mês de setembro, foi o seguinte:
Grupo | Variação % |
Grãos + café | 17,56 |
Frutas | 15,28 |
Olerícolas | 65,98 |
Produtos Vegetais | 11,82 |
Produtos Animais | 3,30 |
Total – IPR | 8,83 |
Dos 19 produtos pesquisados, nenhum apresentou redução no preço. Entre os vegetais, o aumento expressivo de 11,82% no índice de preços do grupo foi resultado do crescimento nos preços de treze produtos e da estabilidade no preço de outro produto. No caso do segmento animal, a alta nas cotações de aves, ovos e suínos, assim como a estabilidade nos preços do boi gordo e do leite, levou ao crescimento de 3,30% nos preços do grupo. O resultado foi o IPR de 8,83%, o maior do ano.
Os preços agrícolas no ano de 2002
Nos nove meses de 2002, a variação acumulada no IPR foi de 11,65%, em comparação com 10,54% do IGP-M e 3,67% do IPC-Fipe (estimativa). Isto indica ganho no poder de troca dos agricultores de 1,11 ponto percentual em relação ao IGP-M e de 7,98 pontos percentuais frente ao IPC-Fipe. Verifica-se, assim, a recuperação do poder de troca do setor agrícola.
No ano de 2002, quinze produtos apresentaram preços ascendentes, com destaque para algodão, amendoim, banana, batata, café, feijão, milho, soja, tomate, trigo e leite, cujo aumento acumulado foi superior a 20%. Outros quatro produtos tiveram redução de preço.
Os preços agrícolas nos últimos 12 meses
A variação mensal anualizada do IPR, em agosto de 2002, indica que, a partir de abril, se iniciou a recuperação, atingindo neste mês o valor de 18,40%, em relação a 13,32% do IGP-M e 5,33% do IPC-Fipe. Assim, os preços agrícolas apresentam ganho de 5,08 pontos percentuais em comparação com o IGP-M e de 13,07 pontos percentuais frente ao IPC-Fipe.
Variação Mensal Anualizada em 2001 e 2002 para o IPR, IGP-M e IPC-FIPE
Nos últimos 12 meses, dezessete produtos apresentaram crescimento positivo de preço, dos quais treze com alta superior a 20% (algodão, amendoim, banana, café, feijão, laranja, milho, soja, tomate, trigo, aves, leite e ovos). Apenas dois produtos tiveram queda nos preços.
Produtos que se destacaram
No mês de setembro, o café foi o destaque entre os preços em ascensão, com alta de 27,82%. O término da colheita da safra brasileira e a expectativa de menores produções mundiais no futuro próximo fizeram com que as cotações internacionais começassem a reagir, elevando os preços no mercado brasileiro. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser observado no gráfico abaixo:
O preço do trigo apresentou um dos maiores aumentos em 2002 (88,97%), em função da redução das ofertas mundial e brasileira devido à geada de setembro e da desvalorização do real, uma vez que o país importa 80% do seu consumo. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser observado no gráfico:
O preço do milho apresentou um dos maiores acréscimos nos últimos 12 meses, em função da redução de oferta derivada da retração da área e da estiagem na primeira safra, além da quebra na produção prevista para a safrinha. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser verificado no gráfico:
Data de Publicação: 02/10/2002
Autor(es): Nelson Batista Martin (nbmartin@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor