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Preços Agrícolas Caem 2,33% No Mês De Janeiro De 2002
Os preços agrícolas caíram 2,33% no mês de janeiro de 2002, com perda de 4,72 pontos percentuais em relação a dezembro de 2001, indicando forte tendência de baixa neste início de ano. A tabela abaixo mostra a evolução dos preços agrícolas desde a primeira quadrissemana de dezembro.
Quadrissemana | |
1ª Quadrissemana / dezembro 2001 | |
2ª Quadrissemana / dezembro | |
3ª Quadrissemana / dezembro | |
4ª Quadrissemana / mês de dezembro | |
1ª Quadrissemana / janeiro 2002 | |
2ª Quadrissemana / janeiro | |
3ª Quadrissemana / janeiro | |
4ª Quadrissemana / mês de janeiro | |
No gráfico seguinte, é possível visualizar o comportamento do índice mensal de preços recebidos pelos agricultores (IPR) desde janeiro de 2001.
As variações dos preços agrícolas, por produto no mês de janeiro de 2002 e no acumulado de 12 meses, foram as seguintes:
Produto | Janeiro de 2002 (%) | Acumulado em 12 meses (%) |
Algodão | 1,67 | -7,58 |
Amendoim | 5,54 | -4,79 |
Arroz | -8,80 | 16,07 |
Banana | 0,00 | -26,81 |
Batata | 6,65 | -19,26 |
Café | 7,60 | -19,71 |
Cana-de-açúcar | 0,00 | 10,94 |
Cebola | 15,15 | 8,57 |
Feijão | -1,56 | 7,60 |
Laranja | -12,61 | 120,27 |
Milho | 4,40 | 36,81 |
Soja | -11,39 | 26,04 |
Tomate | -7,15 | -19,29 |
Trigo | 1,78 | 24,35 |
Aves | -2,54 | 51,32 |
Boi gordo | 0,00 | 15,00 |
Leite | 7,69 | -12,50 |
Ovos | -12,39 | 7,34 |
Suínos | -6,00 | 9,36 |
Fonte: NBM/IEA
O comportamento dos preços agrícolas, por grupo de produtos no mês de janeiro de 2002, foi o seguinte:
Grupo | Variação % |
Grãos + café | -0,25 |
Frutas | -11,78 |
Olerícolas | 3,27 |
Produtos Vegetais | -2,71 |
Produtos Animais | -1,63 |
Total – IPR | -2,33 |
Fonte: NBM/IEA
Dos 19 produtos pesquisados, oito apresentaram reduções nos preços: arroz, feijão, laranja, soja, tomate, aves, ovos e suínos. No segmento vegetal, o crescimento nos preços de sete produtos, mais que compensado pela redução em outros cinco e pela estabilização em dois produtos, não impediu a queda de 2,71% no índice de preços do grupo. Já no segmento animal, o aumento no preço do leite não evitou a queda de 1,63% nos preços do grupo, devido ao recuo nos preços de aves, ovos e suínos e à cotação estável do boi gordo. O resultado foi a baixa de 2,33% no índice geral de preços agrícolas. Esta foi a primeira queda mensal do IPR, desde setembro de 2001.
Os preços agrícolas no ano de 2002
No primeiro mês do ano de 2002, a variação do IPR foi negativa em 2,33%, em comparação com a variação positiva de 0,36% do IGP-M e de 0,70% do IPC-FIPE (estimativa). Assim, verificou-se uma perda no poder de troca dos agricultores de 1,97 ponto percentual em relação ao IGP-M e de 1,63 ponto percentual frente ao IPC-FIPE.
Os preços agrícolas nos últimos 12 meses
A variação mensal anualizada, em janeiro de 2002, indica crescimento do IPR até junho de 2001, quando começa a cair até novembro do mesmo ano para então atingir o valor de 24,20% em janeiro último, muito superior aos indicadores de inflação da economia, como IGP-M e IPC-FIPE.
Variação Mensal Anualizada em 2001 e 2002 para o IPR, IGP-M e IPC-FIPE
No acumulado dos últimos 12 meses (janeiro de 2002 como base), o IPR apresentou crescimento de 24,20%, enquanto o IGP-M ficou em 10,10% e o IPC-FIPE (estimativa) em 7,47%. Isto indica ganho acumulado para os agricultores de 14,10 pontos percentuais em relação ao IGP-M e de 16,73 pontos percentuais em relação ao IPC-FIPE.
Nos últimos 12 meses, doze produtos apresentaram crescimento positivo no preço, dos quais cinco com altas superiores a 20% (laranja, milho, soja, trigo e aves), enquanto sete tiveram queda no preço, sendo que banana, batata, café e tomate com variações negativas próximas a 20%.
Produtos que se destacaram
Em janeiro de 2002, o leite foi o destaque entre os produtos cujos preços aumentaram, com alta de 7,69%. Após longo período de queda iniciado em agosto de 2001, o preço do leite volta a se recuperar em função de reduções na oferta. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser observado no gráfico abaixo:
Os preços do milho vêm sinalizando com pequena alta, mesmo em inicio de colheita, em função da redução na área plantada e da quebra de safra que está ocorrendo em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores de milho pode ser observado no gráfico abaixo:
Data de Publicação: 04/02/2002
Autor(es): Nelson Batista Martin (nbmartin@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor