Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Janeiro a Setembro de 2021


 

1 - BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

No acumulado de janeiro a setembro de 2021, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$39,43 bilhões (18,5% do total nacional), e as importações2, US$50,17 bilhões (32,0% do total nacional), registrando deficit comercial de US$10,74 bilhões (Figura 1). Em relação ao mesmo período de 2020, houve aumento nas exportações (29,3%) e nas importações (27,3%); essa conjunção de desempenhos resultou em crescimento de 20,4% do deficit no saldo da balança comercial paulista nos nove primeiros meses de 2021.

 

O Estado de São Paulo é o maior polo industrial do país e concentra grande valor e quantidades de produtos na pauta de importação, e sua participação corresponde a um terço aproximadamente da pauta brasileira. Além disso, há produtos manufaturados (prontos) cujas importações são registradas no domicílio fiscal do importador (caso do Estado de São Paulo), que também são comercializados para outros estados brasileiros. Por esse motivo, os números de importação se mostram sempre superiores aos da exportação apresentando resultados deficitários na balança comercial paulista.

Observa-se na tabela 1 que as exportações dos nove primeiros meses de 2021 registraram variações positivas e superiores em relação aos meses de 2020. No mês de setembro de 2021, as exportações cresceram 31,1%, e as importações, 32,5% em relação a setembro de 2020. Um dos motivos desse aumento no acumulado de 2021 é a forte retomada de alguns setores pós-ajustes em relação à pandemia da covid-19, inclusive no agronegócio, e também pela desvalorização do real perante o dólar.

 

 

1.1 - Análise Setorial do Agronegócio

Na análise setorial do agronegócio, o resultado do acumulado de 2021, na comparação com o mesmo período do ano anterior, indica que o agronegócio3 paulista apresentou aumento nas exportações (+12,4%), alcançando US$14,36 bilhões, e nas importações (+9,9%), totalizando US$3,34 bilhões; com esses resultados, obteve-se superavit de US$11,02 bilhões, 13,1% superior ao mesmo período de 2020 ((Tabela 2 e Figura 1).

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do estado é de 36,4%, enquanto a participação das importações setoriais é de 6,7% (Figura 1).

 

 

 

Há que se destacar que as exportações paulistas nos demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$25,07 bilhões, e as importações, US$46,83 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US$21,76 bilhões. Dessa forma, conclui-se que o deficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$11,02 bilhões).

A tabela 2 apresenta os resultados mensais da balança comercial do agronegócio paulista. Analisando o comportamento de setembro de 2021, as exportações do Estado de São Paulo somaram US$1,70 bilhão, e as importações, US$0,36 bilhão, registrando nesse mês superavit de US$1,34 bilhão. Na comparação com setembro de 2020, o valor da balança comercial apresentou aumentos de 10,4% nas exportações e de 24,1% nas importações (Tabela 2).

Decorridos nove meses de 2021 e considerando-se o bom desempenho das variações positivas do agro paulista de 12,4% nas exportações e de 13,1% no saldo comercial, o cálculo da projeção para o final de 2021 é que o valor das exportações fique próximo a US$19,5 bilhões, e o saldo do agro em US$14,9 bilhões.

 

1.2 - Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista nos nove primeiros meses de 2021 foram: complexo sucroalcooleiro (US$4,84 bilhões sendo que, desse total, o açúcar representou 87,7%, e o álcool, 12,3%), complexo soja (US$2,17 bilhões), setor de carnes (US$2,02 bilhões, dos quais a carne bovina respondeu por 86,6%), grupo de sucos (US$1,21 bilhão, dos quais 96,3% referentes a sucos de laranja) e produtos florestais (US$1,19 bilhão, com participações de 52,1% de papel e 32,9% de celulose). O grupo de café, tradicional nas exportações paulistas, aparece na oitava colocação (US$496,19 milhões, dos quais 71,8% referentes ao café verde). O agregado dos cinco principais grupos representou 79,6% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 3).

 

 

Ainda de acordo com a tabela 3, nos primeiros nove meses de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020, houve importantes variações nos valores exportados dos cinco principais grupos de produtos da pauta paulista mais o café, com aumentos para os grupos dos sucos (22,4%), das carnes (21,4%), do complexo soja (15,4%), do café (12,3%), do complexo sucroalcooleiro (9,3%) e dos produtos florestais (3,8%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.

 

1.3 - Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Paulista

Os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio paulista de janeiro a setembro de 2021 em comparação com igual período de 2020 são apresentados na tabela 4.

Desses grupos relevantes, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação (33,7%) nas exportações paulistas. No total, o grupo cresceu 9,3% em valores e caiu 6,8% em volumes exportados, devido ao desempenho das vendas externas do açúcar (principal item do grupo), com aumento de 13,0% em valores e queda de 5,4% em volume, resultado que mostra a valorização do preço dessa commodity em 2021. Para o álcool, os embarques apresentaram queda de 11,3% em valores e de 23,1% em volume, quando comparados com o mesmo período de 2020. Os destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação dos países, e os resultados apontam como principais compradores: China (16,2%), Nigéria (7,5%), Argélia (6,4%), Arábia Saudita (5,7%), Bangladesh (5,2%), Indonésia (4,7%), Coreia do Sul (4,5%), Malásia e Estados Unidos (4,2%), Marrocos (4,1%) e demais países (37,4%).

O grupo composto pelo complexo soja tem a segunda posição na pauta do estado, obtendo, de janeiro a setembro de 2021, desempenho negativo nos embarques (-10,4%), mas aumento em valores (+15,4%). A soja em grão, principal produto do grupo, apresentou aumento nos valores e variação negativa nos volumes (+14,8% e -9,4%, respectivamente), quando comparados com o mesmo período de 2020. A China (71,1%) é o principal destino em termos de participação de valores, seguida de Tailândia (5,4%) e Paquistão (3,9%); os demais importadores somam 19,6%.

O grupo de carnes aparece na terceira posição na pauta do estado, apresentando aumentos em valores (+21,4%) e em volume (+3,6%), em relação aos nove primeiros meses de 2020. A carne bovina com maior contribuição no grupo registrou aumentos de 21,9% em valores e de 2,8% em volume exportado. É o mesmo desempenho para carne de frango com aumentos em valores (+19,0%) e volumes (+4,2%). Já a carne suína apresentou reduções de 18,5% em valores e de 26,0% na quantidade embarcada. Os principais destinos em participação são: China (49,5%), Estados Unidos (15,3%), Hong Kong (6,2%), União Europeia (6,1%), Filipinas (2,3%), Chile (1,9%) e Reino Unido (1,6%), enquanto os demais países compradores somam 17,1% de participação.

 

 

 

O suco de laranja (FCOJ concentrado) apresentou aumentos de 6,2% no valor e de 8,0% em volume exportado. Para o suco NFC (não congelado), as vendas externas cresceram em valores (28,4%) e em volume (22,2%). A variação total das exportações do grupo de sucos foi de 22,4% em valores e 20,9% em volume, na comparação com os nove primeiros meses de 2020. Os maiores compradores desse grupo são União Europeia (62,1%), Estados Unidos (21,1%), China (5,7%), Japão (2,4%) e Reino Unido (1,6%), enquanto os demais compradores somam 7,2% em participação.

Os produtos florestais aparecem na quarta posição com aumento de 3,8% em valores e queda de 1,6% em volume em relação ao ano anterior. O produto papel, principal item do grupo na pauta paulista, obteve variação positiva quanto aos valores (+8,6%) e ao volume (+4,1%). As exportações dos demais produtos de celulose apresentaram quedas nos valores (-10,5%) e queda nos embarques (-6,9%). O principal destino em participação de valores exportados é a União Europeia (18,0%), Estados Unidos (14,4%), China (13,7%), Argentina (9,2%), Peru (5,8%), Chile (5,3%) e Reino Unido (4,9%). Outros países somam 28,7% de participação.

Para o grupo do café, os resultados apontaram aumentos de 12,3% nos valores e de 6,7% no volume das exportações paulistas. O principal produto desse grupo é o café verde, que registrou aumento de 15,2% em valores e 7,9% em quantidades exportadas pelo estado, enquanto o café solúvel exibiu decréscimos de -1,6% em valores e de -7,4% em volume comercializado. A União Europeia é o principal destino e suas compras representam 41,3% do valor exportado. Na sequência aparecem Estados Unidos (16,3%), Japão (9,3%) e Argentina (4,4%); os demais países participam com 28,7%.

 

1.4 - Destinos das Exportações do Agronegócio Paulista

Em relação aos destinos das exportações do agronegócio paulista no acumulado de janeiro a setembro de 2021 (Tabela 5), a China (US$3,83 bilhões, 26,7% de participação e variação positiva de 21,2% em relação ao valor do mesmo período de 2020) é o principal destino das exportações de São Paulo, seguida da União Europeia (US$1,89 bilhão, 13,2% de participação e aumento de 8,0% sobre 2020) e dos Estados Unidos (US$1,39 bilhão, participação de 9,7% e variação positiva de 20,8%). Na sequência, completando os dez principais destinos em termos de participação, aparecem Nigéria (2,6%), Argélia (2,5%), Arábia Saudita (2,2%), Bangladesh, Indonésia e Coréia do Sul (com 2,1% cada) e Reino Unido (1,7%). A tabela 5 apresenta os 20 principais destinos das exportações paulistas no ano de 2021, que somados representam 78,8% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos.

 

 

Ainda de acordo com a tabela 5, observa-se uma diferenciação na composição das pautas dos principais parceiros comerciais do agronegócio paulista. A China importou principalmente produtos do complexo soja (40,2%), seguidos das carnes (26,1%) e do complexo sucroalcooleiro (20,4%), enquanto na pauta da União Europeia predominam os produtos do grupo de sucos (39,8%, basicamente suco de laranja), de produtos florestais (11,3%) e do café (10,8%). Já os Estados Unidos apresentam pauta mais diversificada, composta principalmente pelos grupos das carnes (22,2%) e de sucos (18,4%). Na sequência dos dez maiores importadores, da Argélia até o Reino Unido, todos têm elevada concentração de suas importações no complexo sucroalcooleiro, acima de 70% de representatividade (exceto o Reino Unido com 31,7%); na 11ª posição, aparece a Argentina que recebe 45,8% dos produtos florestais exportados.

 

1.5 - Importações do Agronegócio Paulista

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista nos primeiros nove meses de 2021 foram papel (US$256,30 milhões), trigo (US$244,93 milhões) e salmões (US$222,53 milhões). A figura 2 apresenta os dez principais produtos que representam 47,6% (US$1,59 bilhão) do total importado de janeiro a setembro (US$3,34 bilhões).

 

2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL

A balança comercial brasileira registrou saldo positivo de US$56,57 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2021, com exportações de US$213,35 bilhões e importações de US$156,78 bilhões. Esse resultado indica aumento de 38,7% no saldo comercial em relação ao mesmo período de 2020, quando alcançou US$40,79 bilhões (Figura 3).

A tabela 6 apresenta o comportamento mensal indicando que, no mês de setembro de 2021, as exportações brasileiras somaram US$24,27 bilhões, e as importações, US$19,96 bilhões, apresentando superavit de US$5,08 bilhões. Na comparação com setembro de 2020, os valores cresceram 33,2% nas exportações e 51,9% nas importações, resultado impactado pela retomada do crescimento econômico dos principais países da pauta da balança comercial brasileira.

 

2.1 - Análise Setorial do Agronegócio

Na análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro nos primeiros nove meses de 2021 (Figura 3) apresentaram aumento (20,6%) em relação a igual período de 2020, alcançando US$93,62 bilhões (43,9% do total nacional). Já as importações cresceram 22,3% no período, registrando US$11,24 bilhões (7,2% do total nacional).

O superavit do agronegócio foi de US$82,38 bilhões no período, sendo 20,4% superior na comparação com o período de janeiro a setembro de 2020 (Figura 3 e, no acumulado, Tabela 7).

 

Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao bom desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$119,73 bilhões e importações de US$145,54 bilhões, produziram um deficit de US$25,81 bilhões nos primeiros nove meses de 2021.

A participação das exportações do agronegócio no total nacional recuou 5,9 pontos percentuais, e a das importações caiu 0,8 p.p. no período analisado (Figura 3).

Decorridos os nove primeiros meses de 2021 e considerando que o bom desempenho das variações positivas do agro brasileiro de 20,6% nas exportações e de 20,4% no saldo comercial se mantenha nos próximos meses, a projeção para o final de 2021 é de que o valor das exportações possa ficar próximo a US$121,50 bilhões, e o saldo do agro em US$105,50 bilhões, novo recorde brasileiro, ultrapassando as maiores marcas para as exportações de 2018 (US$101,17 bilhões) e do saldo comercial do agro de 2020 (US$87,65 bilhões).

A tabela 6 mostra os resultados mensais da balança comercial do agronegócio nacional. Em setembro de 2021, as exportações somaram US$10,10 bilhões, e as importações, US$1,25 bilhão, registrando superavit de US$8,85 bilhões. Na comparação com setembro de 2020, o valor do saldo da balança comercial cresceu 21,2%, com acréscimos de 21,0% nas exportações e de 19,0% nas importações.

 

2.2 – Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro nos nove primeiros meses de 2021 foram: complexo soja (US$41,33 bilhões, sendo 83,0% de participação da soja em grãos), carnes (US$15,38 bilhões, com as carne bovina, de frango e suína representando desse total, respectivamente, 48,4%, 35,8% e 13,3%), produtos florestais (US$10,10 bilhões, com participações de 48,2% de celulose e 38,6% de madeira), complexo sucroalcooleiro (US$7,46 bilhões, dos quais 89,4% de açúcar) e café (US$3,84 bilhões, tendo o café verde participação de 90,8%). Esses cinco grupos agregados representaram 84,0% das vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 8).

 

 

Ainda conforme a tabela 8, na comparação com os meses de janeiro a agosto de 2020, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos do agronegócio brasileiro, com destaque para os grupos complexo soja (28,3%), carnes (21,6%), produtos florestais (20,0%), café (14,4%) e complexo sucroalcooleiro (11,8%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações, tanto de preços como de volumes exportados.

 

2.3 - Exportações dos Principais Produtos do Agronegócio Brasileiro

A tabela 9 apresenta os dados de valor e volume exportados dos principais produtos dos grupos mais relevantes do agronegócio brasileiro, e suas respectivas variações no acumulado dos meses de janeiro a setembro de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020.

Desses grupos relevantes, o complexo soja, que apresenta a maior participação (44,1%), registrou aumentos em valores (28,3%) e queda no volume exportado (1,6%) em relação ao mesmo período do ano anterior. O principal produto desse grupo, a soja em grão, teve elevação de 26,9% em valores e queda de 1,7% em volume. A China representa 58,4% das compras desse grupo, seguida por União Europeia (14,8%) e Tailândia (4,9%); os demais países importadores somam 22,0%.

O grupo de carnes, que tem a segunda posição na pauta brasileira, apresentou avanço de 21,6% em valores e 7,6% em volume. A carne bovina teve crescimento de 21,9% em valores e aumento de 2,0% em volume exportados. Com resultado expressivo mostram-se a carne suína (22,7% e 13,4%) e a de frango (21,1% e 8,4%), com aumentos em valores e volume, respectivamente. Nesse grupo, a China se destacou como principal destino e representa 38,6% das compras de carnes; na sequência aparecem Hong Kong (7,9%), União Europeia (4,4%), Arábia Saudita (4,3%), Japão e Chile (4,2%), enquanto os demais países somam 36,5% de participação.

O grupo produtos florestais aparece na terceira posição na pauta brasileira, apresentando variações positivas em valores (20,0%) e em volume exportado (8,8%). Destaca-se expressivo aumento do valor e volume da madeira (50,8% e 31,5%, respectivamente), enquanto a celulose apresentou ganhos em valores (8,3%) e queda na quantidade (0,7%). Já o papel apresentou variações negativas para valores (0,4%) e volumes (6,3%) nas exportações dos primeiros nove meses de 2021 quando confrontados com igual período de 2020. Os principais países importadores desse grupo são Estados Unidos (27,1 de participação), China (23,3%) e União Europeia (17,9%). Os demais países participam com 31,7%.

 

Para o grupo sucroalcooleiro, os resultados do período de janeiro a setembro de 2021 apresentaram crescimento em valores (11,8%) e queda nas quantidades embarcadas (3,4%). O açúcar exibiu bom desempenho do grupo, com aumentos para valores (13,4%) e queda no volume (2,7%) no período analisado. Para o álcool etílico, os resultados apresentaram-se negativos de 0,2% e 14,3% para valores e quantidades embarcadas em comparação com o mesmo período de 2020. Assim como o Estado de São Paulo, os destinos das exportações desse grupo são bem diversificados em termos de participação dos países. Os resultados apontam a sequência composta por China (15,4%), Argélia (7,3%), Nigéria (6,6%), Bangladesh (5,6%), Arábia Saudita (4,5%), Indonésia e Canadá (4,2%), Malásia (4,0%), Coréia do Sul (3,9%), Marrocos (3,8%), e Estados Unidos (3,6%); outros países importadores somam 37,0% de participação.

O grupo do café apresenta ganho em valores (14,4%) e em quantidade (5,5%), sendo o café verde o principal produto, com variações positivas de 16,8% em valores e de 5,9% em quantidades exportadas pelo país. Quanto às participações dos países destinos das exportações em valores, a União Europeia representa 44,5% desse grupo, Estados Unidos com 19,0%, Japão com 7,4% e Rússia com 2,9%. Os demais países somam 26,6% de participação.

 

2.4 - Destinos das Exportações do Agronegócio Brasileiro

Em relação aos destinos das exportações do agronegócio brasileiro nos nove primeiros meses de 2021, a liderança permanece com a China (US$34,96 bilhões, 37,3% de participação e 22,3% de crescimento em comparação com o mesmo período do ano anterior), seguida pela União Europeia (US$13,83 bilhões, 14,8% de participação) e Estados Unidos (US$6,29 bilhões, 6,7% de participação). A tabela 10 apresenta os 20 principais destinos das exportações que somados representam 84,0% do total, e as respectivas pautas (em %) por grupos de produtos.

Ainda de acordo com a tabela 10, observa-se uma diferenciação na composição das pautas dos principais países. A China importa principalmente produtos do complexo soja (69,0%) e carnes (17,0%). Já a União Europeia possui pauta mais diversificada, com destaque para o complexo soja (44,3%), o café (14,0%) e produtos florestais (13,1%.). Estados Unidos têm como principal produto na pauta os produtos florestais (43,6%), seguido pelo café (13,1%). Na sequência, aparecem Tailândia, Turquia, Vietnã, Coreia do Sul, Turquia, Irã Indonésia tendo o complexo soja o principal grupo e Japão (carnes), completando a lista dos dez principais importadores no primeiro semestre de 2021.

 

 

2.5 - Importações do Agronegócio Brasileiro

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio brasileiro de janeiro a setembro de 2021 foram trigo (US$1,29 bilhão), papel (US$649,77 milhões) e malte (US$507,41 milhões). A figura 4 apresenta os dez principais produtos que representam 44,4% (US$4,99 bilhões) do total importado (US$11,24 bilhões).

 

 

3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL

A participação paulista no total da balança comercial brasileira (todos os setores da economia) apresentou queda de 1,1 ponto percentual nas exportações e 2,3 p.p. nas importações nos nove primeiros meses de 2021, na comparação com o mesmo período do ano anterior, apontando valores de representatividade de 18,5% nas exportações e de 32,0% para as importações (Figura 5).

Para o agronegócio, as exportações setoriais de São Paulo nos nove primeiros meses de 2021 representaram 15,3% em relação ao agronegócio brasileiro, valor -1,2 ponto percentual inferior ao registrado no mesmo período de 2020. Já as importações tiveram queda (3,4 p.p.), passando de 33,1% para 29,7% (Figura 5).

 

 

1Estado produtor (unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é aquele onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

 

2Estado importador (unidade da Federação importadora) é definido como aquele do domicílio fiscal do importador.

 

3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos na opção “Tabela de Agrupamentos” de MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Agrostat. Brasília: MAPA, 2021. Disponível em: http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html. Acesso em: out. 2021.

 

 

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações, comércio exterior, grupo de produtos.

 

 

 

 

COMO CITAR ESTE ARTIGO

ANGELO, J. A.; OLIVEIRA, M. D. M.; GHOBRIL, C. N. Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Janeiro a Setembro de 2021. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 16, n. 7, p. 1-18, out. 2021. Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.


Data de Publicação: 26/10/2021

Autor(es): José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor