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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro, Janeiro de 2020
1 - BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Em janeiro de 2020, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$2,92 bilhões (20,2% do total nacional), e as importações2 US$5,06 bilhões (31,3% do total nacional), registrando deficit comercial de US$2,14 bilhões (Figura 1). Em relação ao ano de 2019, houve queda nas exportações (-16,6%) e nas importações (-2,3%); essa conjunção de desempenhos resultou em maior deficit (27,4%) na balança paulista no ano de 2019. 1.1 - Análise Setorial do Agronegócio Na análise setorial do agronegócio, o resultado de janeiro de 2020, na comparação com janeiro de 2019, indica que o agronegócio3 paulista apresentou aumento nas exportações (9,5%), alcançando US$1,04 bilhão, e queda nas importações (-2,3%), totalizando US$0,43 bilhão. Com estes resultados, obteve-se superavit de US$0,61 bilhão (Figura 1). O saldo comercial no mês de janeiro de 2020 é superior (19,6%) ao superavit de janeiro de 2019, quando alcançou US$0,51 bilhão. A participação das exportações do agronegócio paulista no total do estado representou 35,6%, alta de 8,5 pontos percentuais, enquanto a participação das importações manteve-se em 8,5%, comparando-se ao mesmo período de 2019 (Figura 1). Há que se destacar que as exportações paulistas nos demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$1,88 bilhão em janeiro de 2020, e as importações US$4,63 bilhão, gerando um deficit externo desse agregado de US$2,75 bilhões. Desta forma, conclui-se que o deficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$0,61 bilhão). 1.2 - Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista, no primeiro mês de 2020, foram: complexo sucroalcooleiro (US$297,3 milhões, sendo que desse total o açúcar representou 85,6% e o álcool 14,4%), seguido do setor de carnes (US$167,1 milhões, em que a carne bovina respondeu por 83,4%), dos produtos florestais (US$161,9 milhões, com participações de 48,4% de papel e 44,4% de celulose), dos sucos (US$111,3 milhões, dos quais 97,6% referentes a sucos de laranja), e do grupo de fibras e produtos têxteis (US$54,5 milhões, tendo o algodão não cardado nem penteado a fatia de 95,0% de participação). Esses cinco agregados representaram 75,9% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1). Ainda de acordo com a tabela 1, na comparação com janeiro de 2019, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos da pauta paulista, com destaque para o complexo sucroalcooleiro (+13,4%), carnes (+35,9%), produtos florestais (-2,4%), sucos (+9,5%) e complexo soja (+2,0%). Além desses produtos, o café, tradicional produto do agronegócio paulista, com exportações de US$39,33 milhões em janeiro de 2020, apresentou queda de 8,1% em relação ao mesmo período de 2019. Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas pela composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados. 2 – BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A balança comercial brasileira registrou exportações de US$14,44 bilhões e importações de US$16,17 bilhões no mês de janeiro de 2020. Esse resultado indica deficit comercial de US$1,73 bilhão, devido ao maior recuo das exportações (-19,8%) do que das importações (-1,3%) (Figura 2). 2.1 - Análise Setorial do Agronegócio Na análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro em janeiro de 2020 recuaram 9,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, alcançando US$5,83 bilhões (40,4% do total nacional). As importações registraram no período valor de US$1,22 bilhão (7,5% do total nacional) (Figura 2). O superavit do agronegócio no mês de janeiro de 2020 foi de US$4,61 bilhões, sendo -11,2% inferior na comparação com o mesmo período de 2019 (Figura 2). Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$8,61 bilhões e importações de US$14,95 bilhões, produziram em janeiro de 2020 um déficit de US$6,34 bilhões. 2.2 - Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro, no mês de janeiro de 2020, foram: carnes (US$1,35 bilhão, com a carne de bovina representando 46,8% desse total e as carnes de frango 38,7% e suína 12,1%), produtos florestais (US$947,38 milhões, com participações de 58,6% de celulose e 25,0% de madeira), complexo soja (US$878,46 milhões), complexo sucroalcooleiro (US$514,49 milhões, dos quais 91,3% de açúcar), e o grupo de fibras e produtos têxteis (US$513,51 milhões, sendo 94,4% de algodão não cardado nem penteado). Esses cinco grupos agregados representaram 72,2% das vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 2). Conforme a tabela 2, na comparação com o mês de janeiro de 2019, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos do agronegócio brasileiro, com destaque para os grupos de carnes (+30,9%), complexo sucroalcooleiro (44,1%) e fibras e produtos têxteis (+126,1), que apresentaram variações positivas, enquanto os grupos de produtos florestais (-33,8%) e complexo de soja (-31,0%) registraram variações negativas. Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas pela composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados. 3 – PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL A participação paulista no total da balança comercial brasileira (todos os setores da economia) apresentou ligeiras variações: aumento de 0,8 ponto percentual nas exportações e queda de 0,3 p.p. nas importações em janeiro de 2020, apontando valores de 20,2% nas exportações e de 31,3% de representatividade para as importações (Figura 3). Para o agronegócio, as exportações setoriais de São Paulo em janeiro de 2020 representaram 17,8% em relação ao agronegócio brasileiro, 3,0 pontos percentuais maior que em janeiro de 2019; já as importações representaram 35,2%, 0,3 ponto percentual inferior ao verificado no ano anterior (Figura 3). 1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador. 3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Agrostat. Brasília: MAPA, 2020. Disponível em: http://indicadores.agricultura.gov.br/agrostat/index.htm. Acesso em: fev. 2020, Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações, comércio exterior, grupo de produtos.
Data de Publicação: 25/03/2020
Autor(es):
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor