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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Novembro de 2019
1 - BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO No acumulado de janeiro a novembro de 2019, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$44,18 bilhões (21,5% do total nacional), e as importações2, US$55,21 bilhões (33,5% do total nacional), registrando deficit comercial de US$11,03 bilhões (Figura 1). Em relação ao mesmo período de 2018, houve queda nas exportações (-7,9%) e também nas importações (-2,3%); essa conjunção de desempenhos resultou em maior deficit (29,8%) na balança paulista neste período em 2019, na comparação com igual período de 2018. Ao se analisar o comportamento mensal de novembro de 2019, verifica-se que as exportações do Estado de São Paulo somaram US$3,99 bilhões e as importações US$4,69 bilhões, registrando um deficit de US$0,70 bilhão. Na comparação com novembro de 2018, o valor das exportações paulistas teve queda de 7,2%, e o valor das importações caiu 4,9% (Tabela 1). Com isso, o saldo comercial foi negativo na comparação dos meses de novembro nos dois anos em análise. 1.1 - Análise Setorial do Agronegócio Na análise setorial do agronegócio, o resultado de janeiro a novembro de 2019, na comparação com o mesmo período de 2018, indica que o agronegócio3 paulista apresentou quedas nas exportações (-8,7%), recuando para US$13,89 bilhões e nas importações Há que se destacar que as exportações paulistas nos demais setores da economia - exclusive o agronegócio - somaram US$30,29 bilhões de janeiro a novembro de 2019, e as importações US$50,93 bilhões, gerando uma diferença negativa desse agregado de US$20,64 bilhões. Dessa forma, conclui-se que o deficit do comércio exterior paulista neste período só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo manteve-se positivo (US$9,61 bilhões). A tabela 2 apresenta os resultados mensais da balança comercial do agronegócio paulista, analisando o comportamento de novembro de 2019. As exportações do Estado de São Paulo somaram US$1,30 bilhão, e as importações US$0,37 bilhão, registrando superavit de US$0,93 bilhão. Na comparação com novembro de 2018, os valores da balança comercial avançaram 4,0% nas exportações, enquanto as importações recuaram 7,5% (Tabela 2). 1.2 - Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista, de janeiro a novembro de 2019, foram: complexo sucroalcooleiro (US$3,76 bilhões, sendo que, desse total, o açúcar representou 77,1% e o álcool 22,9%), seguido do setor de carnes (US$2,01 bilhões, em que a carne bovina respondeu por 84,9%), dos sucos (US$1,66 bilhão, dos quais 97,3% referentes a sucos de laranja), dos produtos florestais (US$1,56 bilhão, com participações de 57,5% de papel e 32,6% de celulose), e do complexo soja (US$1,52 bilhão). Esses cinco agregados representaram 75,7% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 3). Ainda de acordo com a tabela 3, na comparação com o mesmo período de 2018, houve importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos da pauta paulista, com destaque para o complexo sucroalcooleiro (-20,5%), carnes (+2,0%), sucos (-3,7%), produtos florestais (-8,2%) e do complexo soja (-13,7%). Além desses produtos, o café, tradicional produto do agronegócio paulista, com exportações deUS$ 542,11 milhões em 2019, apresentou alta de 6,8% em relação ao acumulado de 2018. Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas pela composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados. 1.3 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial Paulista A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado diminuiu 0,3 ponto percentual, enquanto a participação das importações caiu 0,2 ponto percentual, comparando-se os resultados do acumulado até novembro de 2019 aos de 2018 (Figura 3). 2 - BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL A balança comercial brasileira registrou superavit de US$41,07 bilhões de janeiro a novembro de 2019, com exportações de US$205,86 bilhões, e importações de US$164,79 bilhões. Esse resultado indica redução de 20,4% no superavit comercial em relação ao mesmo período de 2018, devido ao maior recuo das exportações (-6,4%) do que o das importações (-2,1%) (Figura 4). Ao se analisar o comportamento mensal no mês de novembro de 2019, as exportações brasileiras somaram US$17,60 bilhões, e as importações US$14,17 bilhões, apresentando superavit de US$3,43 bilhões. Na comparação com novembro de 2018, ambos os valores, das exportações e das importações, apresentaram queda de 16,0% (Tabela 4). 2.1 - Análise Setorial do Agronegócio Na análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro de janeiro a novembro de 2019 apresentaram redução (-3,7%) em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando US$89,33 bilhões (43,4% do total nacional). Já as importações recuaram 2,7% no período, registrando US$12,56 bilhões (7,6% do total nacional). O superavit do agronegócio no período foi de US$76,77 bilhões, sendo 3,9% inferior na comparação ao igual período de 2018 (Figura 5). Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$116,53 bilhões e importações de US$152,23 bilhões, produziram no acumulado de 2019 um deficit de US$35,70 bilhões. A tabela 5 mostra os resultados mensais da balança comercial do agronegócio nacional. Em novembro de 2019, as exportações somaram US$8,21 bilhões, e as importações US$1,07 bilhão, registrando superavit de US$7,14 bilhões. Na comparação com novembro de 2018, o valor do saldo da balança comercial cresceu 2,7%, com acréscimos de 1,0% nas exportações e queda de 9,3% nas importações (Tabela 5). 2.2 - Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro, de janeiro a novembro de 2019, foram: complexo soja (US$31,01 bilhões), carnes (US$14,83 bilhões, com a carne de bovina representando 45,3% desse total, e as carnes de frango 42,3% e suína 9,5%), produtos florestais (US$12,02 bilhões, com participações de 58,6% de celulose e 26,2% de madeira), o grupo de cereais, farinhas e preparações (US$7,32 bilhões, sendo 90,7% do milho em grão), e complexo sucroalcooleiro (US$5,76 bilhões, dos quais 83,8% de açúcar). Esses cinco grupos agregados representaram 79,4% das vendas externas setoriais brasileiras (Tabela 6). O café (US$ 4,68 bilhões), importante grupo na pauta das exportações brasileiras, embora com variação positiva do valor apurado no período (7,6%), permaneceu na 6ª posição no ranking, reflexo da queda do preço internacional do café verde em grão, ainda que o embarque do produto tenha aumentado (28,1%), passando de 1,58 milhão de tonelada até outubro de 2018 para 2,02 milhões de tonelada no acumulado de 2019. 2.3 - Participação do Agronegócio na Balança Comercial Brasileira A participação do agronegócio nos totais do país apresentou ligeiras variações, com aumento de 1,2 ponto percentual nas exportações e decréscimo de 0,1 ponto percentual nas importações na comparação entre os acumulados de 2019 e de 2018 (Figura 6). 3 - PARTICIPAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO NO BRASIL A participação paulista no total da balança comercial brasileira (todos os setores) apresentou ligeiras variações: queda de 0,3 ponto percentual nas exportações e de 0,1 ponto percentual nas importações no período analisado, apontando valores de 21,5% nas exportações e de 33,5% de representatividade para as importações (Figura 7). Para o agronegócio, as exportações setoriais de São Paulo de janeiro a novembro de 2019 representaram 15,5% em relação ao agronegócio brasileiro, 0,9 ponto percentual abaixo do mesmo período de 2018; já as importações representaram 34,1%, 1,1 ponto percentual inferior ao verificado no ano anterior (Figura 7). 1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador. 3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Agrostat. Brasília: MAPA, 2019. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat. Acesso em: dez. 2019. Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações, comércio exterior, grupo de produtos.
(-5,7%), totalizando US$4,28 bilhões; com estes resultados, obteve-se superavit de US$9,61 bilhões (Figura 2). Embora positivo, o saldo comercial nos 11 primeiros meses de 2019 é inferior (-9,9%) ao superavit do igual período de 2018, quando alcançou US$10,67 bilhões.
Data de Publicação: 07/01/2020
Autor(es):
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor