Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro no Ano de 2015

No ano de 2015, as exportações1 do Estado de São Paulo somaram US$45,58 bilhões (23,8% do total nacional), e as importações2, US$63,71 bilhões (37,2% do total nacional), registrando deficit de US$18,13 bilhões. Em relação ao ano de 2014, o valor das exportações paulistas caiu 11,4% e o das importações 24,9%, diminuindo em 46,0% o deficit comercial (Figura 1). A queda nas exportações paulistas (-11,4%), comparando-se os anos de 2015 e 2014, foi menor do que a das exportações brasileiras (-15,1%); nas importações, o decréscimo em São Paulo (-24,9%) também foi menor do que no Brasil (-25,2%). Assim, na conjunção dos desempenhos das exportações e importações, o deficit da balança comercial paulista registrou queda de 46,0%, enquanto a balança comercial brasileira - deficitária em 2014 - apresentou superavit de US$19,68 bilhões.

 

 

O agronegócio3 paulista apresentou exportações decrescentes (-12,7%), atingindo US$15,88 bilhões. As importações também diminuíram (-16,9%), somando US$5,02 bilhões, e o saldo, de US$10,86 bilhões, foi 10,5% menor que o do ano de 2014 (Figura 2). Destaque- -se que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - somaram US$58,69 bilhões, e as exportações US$29,70 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US$28,99 bilhões em 2015. Assim, conclui-se que o comércio exterior paulista seria mais deficitário não fosse o desempenho do agronegócio estadual.

 

 

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista no ano de 2015 foram: complexo sucroalcooleiro (US$5,42 bilhões, com as exportações de álcool representando 14,9% desse total); carnes (US$2,03 bilhões, em que a carne bovina respondeu por 78,4%); sucos (US$1,79 bilhão, dos quais 98,4% referentes a sucos de laranja); produtos florestais (US$1,68 bilhão); e complexo soja (US$1,32 bilhão). Esses cinco agregados representaram 77,1% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1).

Tiveram crescimento, na comparação do ano de 2015 com o de 2014, as exportações paulistas de: pescados (+133,3%); cereais, farinhas e preparações (+69,1%); produtos oleaginosos (+51,1%); produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (+20,8%); animais vivos (+5,9%); demais produtos de origem vegetal (+5,1%); produtos alimentícios diversos (+4,5%); e, produtos florestais (+2,2%). Houve redução nas demais4, ou seja: fibras e produtos têxteis (-3,6%); frutas (-4,8%); sucos (-5,3%); demais produtos de origem animal (-7,2%); couros, produtos de couro e peleteria (-9,1%); rações para animais (-9,2%); complexo soja (-11,6%); bebidas (-13,1%); café (-15,8%); complexo sucroalcooleiro (-19,7%); cacau e seus produtos (-20,5%); carnes (-23,1%); chá, mate e especiarias (-31,4%); produtos apícolas (-35,1%); plantas vivas e produtos de floricultura (-35,9%); e lácteos (-51,3%) (Tabela 1).

 

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do estado diminuiu 0,5 ponto percentual, enquanto a participação das importações aumentou 0,8 ponto percentual, na comparação dos anos de 2014 e 2015 (Figura 3).

A balança comercial brasileira registrou superavit de US$19,68 bilhões em 2015, com exportações de US$191,13 bilhões e importações de US$171,45 bilhões. O superavit comercial ocorreu em função de queda nas importações (-25,2%) ainda maior do que a das exportações (-15,1%) (Figura 4).

No ano de 2015, as exportações do agronegócio brasileiro diminuíram 8,8% em relação ao ano anterior, atingindo US$88,22 bilhões (46,2% do total). Já as importações do setor caíram 21,3%, também na comparação com o ano de 2014, somando US$13,07 bilhões (7,6% do total). O superavit do agronegócio no período foi de US$75,15 bilhões, 6,2% inferior ao do ano passado (Figura 5). Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores, com exportações US$102,91 bilhões e importações de US$158,38 bilhões, produziram no período um deficit de US$55,47 bilhões.

 

 

 

 

 

Os cinco principais grupos do agronegócio brasileiro nas exportações do ano de 2015 foram: complexo soja (US$27,96 bilhões); carnes (US$14,72 bilhões); produtos florestais (US$10,33 bilhões); complexo sucroalcooleiro (US$8,53 bilhões); e café (US$6,16 bilhões). Esses cinco agregados responderam por 76,7% das vendas externas do agronegócio nacional (Tabela 2).

Na comparação com o ano de 2014, aumentaram as exportações de: produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (+32,5%); cereais, farinhas e preparações (+26,7%); produtos oleaginosos (+21,4%); cacau e seus produtos (+11,1%); pescados (+6,2%); frutas (+5,7%); e produtos florestais (+3,9%). Diminuíram as exportações de: animais vivos (-62,5%); plantas vivas e produtos de floricultura (-30,0%); couros, produtos de couro e peleteria (-21,3%); complexo sucroalcooleiro (-17,7%); produtos apícolas (-16,4%); carnes (-15,5%); rações para animais (-13,0%); fumo e seus produtos (-12,6%); complexo soja (-11,0%); lácteos (-7,6%); café (-7,6%); sucos (-5,4%); produtos alimentícios diversos (-4,3%); fibras e produtos têxteis (-3,6%); demais produtos de origem animal (-1,9%); demais produtos de origem vegetal (-1,7%); chá, mate e especiarias (-0,9%); e bebidas (-0,9%) (Tabela 2).

A participação do agronegócio no total do país aumentou 3,2 pontos percentuais nas exportações, e 0,4 ponto percentual nas importações (Figura 6).

 

 

 

A participação paulista no total da balança comercial brasileira subiu em termos das exportações (+0,9 ponto percentual) e também das importações (+0,2 ponto percentual) (Figura 7).

 

 

 

A participação do agronegócio paulista no agronegócio nacional, no ano de 2015, destacou-se nos grupos de: sucos (87,5%); produtos alimentícios diversos (77,3%); complexo sucroalcooleiro (63,6%); plantas vivas e produtos de floricultura (55,9%); demais produtos de origem vegetal (51,0%); demais produtos de origem animal (42,6%); rações para animais (42,1%); produtos oleaginosos (38,1%); produtos apícolas (25,5%); couros, produtos de couro e peleteria (22,0%); bebidas (21,1%); e, animais vivos (21,0%) (Tabela 3).

 

 

Em relação ao ano anterior, sobressaíram-se os aumentos nas participações de São Paulo nos grupos: animais vivos (+13,6 pontos percentuais); produtos oleaginosos (+7,5 pontos percentuais); produtos alimentícios diversos (+6,5 pontos percentuais); demais produtos de origem vegetal (+3,3 pontos percentuais); e couros, produtos de couro e peleteria (+3,0 pontos percentuais). Já as maiores quedas ocorreram nas participações dos grupos: lácteos (-16,8 pontos percentuais); produtos apícolas (-7,3 pontos percentuais); cacau e seus produtos (-5,1 pontos percentuais); plantas vivas e produtos de floricultura (-5,1 pontos percentuais); e bebidas (-3,0 pontos percentuais) (Tabela 3).

 

 

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1Estado produtor (unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é aquela onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

 

2Estado importador (unidade da Federação importadora) é definido como aquela do domicílio fiscal do importador.

 

3Os grupos de produtos do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat. Brasília: MAPA. Disponível em: <http://agrostat2.agricultura.gov.br/index.
htm
>. Acesso em: jan. 2016.

 

4Exceto fumo e seus produtos (sem exportações no período de janeiro a dezembro de 2014).

 

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.

Data de Publicação: 14/01/2016

Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor