Na tabela 1 é apresentado o comportamento das variações nas quatro quadrissemanas de julho/14 e do acumulado nos últimos 12 meses. As variações do IqPR (geral) em todas as quadrissemanas do mês de julho mostram-se negativas puxadas pelas baixas do IqPR-V (origem vegetal). Já o IqPR-A (origem animal), mesmo tendo registrado índice negativo de 1,21% na primeira quadrissemana de julho, encerrou positivamente em 0,76% puxado principalmente pelo reajuste da carne suína.

Quando a cana-de-açúcar (que em julho teve retração de 0,66%) é excluída do cálculo do índice na ponderação dos produtos, IqPR e IqPR-V (sem cana) fecham o mês de julho com variações negativas de maior intensidade (-4,95% e -11,08%), respectivamente (Tabela 1). Esses resultados confirmam a forte desvalorização que a maioria dos produtos vegetais apresentou no último mês.

Os produtos do IqPR que apresentaram altas nas cotações de preços no mês de julho/14 foram o tomate para mesa (10,83%), a carne suína (8,59%), a carne de frango (2,44%), leite cru resfriado (0,47%) e a carne bovina (0,10%) (Tabela 2).

 Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços neste mês foram: batata (32,49%), laranja para indústria e de mesa (22,58% e 12,86%), feijão (11,52%), milho (9,35%) e a banana nanica (8,87%). Em menor escala aparecem soja (4,49%), trigo (1,99%), café (1,75%), algodão (1,47%), ovos (1,37%), amendoim (0,95%), cana de açúcar (0,66%) e o arroz (0,52%) (Tabela 2).

 Em resumo, no mês de julho 5 produtos apresentaram alta de preços (1 de origem vegetal e 4 de origem animal) e 14 apresentaram queda (13 vegetais e 1 de origem animal).

Acumulado nos últimos 12 meses

No acumulado dos últimos 12 meses (julho/13 a julho/14), o IqPR registrou variação positiva de 11,83%. IqPR-A (animal) e IqPR-V (produtos vegetais)  valorizaram no acumulado respectivamente 14,24% e 10,76%. Sem o produto cana-de-açúcar (cujo valor do ATR teve variação positiva de 5,42% na comparação de julho/14 com julho/13), os índices acumulados tem forte valorização: o IqPR sobe para 18,31% e o IqPR-V (vegetais) apresenta 21,06% de aumento (Tabela 1).

Na figura 1 é possível visualizar a evolução das variações dos índices. Vê-se que o IqPR (linha azul contínua) mantém a tendência de crescimento influenciado pela variação mensal positiva do ATR da cana até maio. Em junho, com a desvalorização do ATR e da maioria dos produtos agrícolas, o índice geral inverte seu direcionamento para baixo. Já o IqPR sem a cana (linha azul tracejada), após os acréscimos  ocorridos no início de 2014 pela quebra de ofertas ocasionadas pela anomalia climática ocorrida, apresenta no último período (de maio a julho de 2014) queda com variações negativas para a maioria dos produtos de origem animal e vegetal. Contudo, nota-se que o índice sem a cana (IqPR-sem cana) está valorizado em 6,48 pontos percentuais em relação ao IqPR (com cana). Essa diferença demonstra como os índices agropecuários paulistas são fortemente influenciados pelos preços da cana-de-açúcar.

Em síntese, na comparação de julho/2014 com julho/2013, 13 produtos apresentaram variações positivas, enquanto apenas seis tiveram variações negativas. Os produtos que tiveram preços com incrementos em patamares mais elevados que a inflação acumulada nos últimos 12 meses medidos no IPCA-IBGE em 6,50% são os seguintes: carne suína (42,42%), café (35,34%), tomate para mesa (27,80%), laranja para indústria (24,33%), carne bovina (21,15%), banana nanica (20,13%), amendoim (9,18%) e arroz (7,95%). Já cana-de-açúcar (5,42%), leite cru resfriado (5,25%), laranja para mesa (4,98%), carne de frango (4,10%) e o milho (0,34%) apresentaram variações positivas abaixo da inflação acumulada nos últimos 12 meses (Tabela 2).

Já os produtos que apresentaram reduções de preços nos últimos 12 meses foram batata (60,78%), feijão (57,85%), algodão (15,12%) trigo (9,48%), ovos (5,36%) e soja (4,12%) (Tabela 2).