Ainda na Tabela 1 pode visualizar que as variações das quatro quadrissemanas de Fevereiro/14 foram reajustadas progressivamente, em especial o IqPR e o IqPR-V. Destaca-se o clima quente e a falta de chuvas como principal indicativo desse reajuste repassado pelos produtores às cadeias produtivas, que sofreram maiores impactos por estes fatores.

Quando a cana-de-açúcar (que em Fevereiro teve variação de 0,67%) é excluída do cálculo do índice na ponderação dos produtos, IqPR e IqPR-V (sem cana), os índices tem altas maiores e fecham com 5,50% e 9,60%, respectivamente (Tabela 1). Tal resultado demonstra que os demais produtos vegetais tiveram, na média, maior valorização em fevereiro de 2014.

Dos produtos do IqPR,  a laranja para mesa é o que apresentou a maior alta no período (27,18%). A seca e o calor reduziram a qualidade e, consequentemente, a oferta das variedades temporãs colhidas nessa época do ano.

Na sequência, os ovos (22,07%) também se destacam com ascensão bastante elástica no mês de fevereiro após o elevado nível de descarte de aves realizado pelo setor em janeiro, o que reduziu a oferta e aumentou o preço do produto recebido pelos granjeiros.

Para o café, a valorização de 21,61% em fevereiro acompanhou a recuperação das cotações no mercado internacional.

No caso do tomate para mesa, que no período subiu 21,12%, o aumento da temperatura no começo do verão propiciou  à produção do tomate a campo e em estufa um ciclo de tempo muito curto. Conforme informações repassadas por técnico da Casa de Agricultura do município de Buri (EDR de Itapeva, maior região produtora do Estado), com o ciclo acelerado os tomates que abasteceriam os mercados em fevereiro foram colhidos e comercializados em janeiro, levando à escassez do produto no segundo mês de 2014.

Outros seis produtos apresentaram alta nesse segundo mês do ano de 2014: laranja para indústria (9,27%), milho (8,60%), feijão (6,44%), algodão (3,97%), carne bovina (1,37%) e cana-de-açúcar (0,67%) (Tabela 2).

Os produtos que apresentaram quedas mais expressivas de preços neste mês foram: banana nanica (17,40%) e carne suína (8,66%).  Com menores variações aparecem a carne de frango (4,91%), o leite cru resfriado (4,45%), o amendoim (3,07%), o trigo (2,14%), a batata (2,02%), o arroz (1,05%) e a soja (0,03%) (Tabela 2).

Em resumo, em Fevereiro, 10 produtos apresentaram alta de preços (8 de origem vegetal e 2 de origem animal) e 9 apresentaram queda (6 vegetais e 3 de origem animal). A partir deste mês, as cotações médias do leite cru resfriado passam a ser publicadas em substituição às cotações dos leites tipos B e C.

Acumulado nos últimos 12 meses             

No acumulado dos últimos 12 meses (Fevereiro/13 a Fevereiro/14), o IqPR registrou variação positiva de 3,74%, puxado pelas altas do IqPR-A (animal) que no acumulado valorizou 4,97% e do IqPR-V (produtos vegetais) que valorizou no mesmo intervalo 3,33%. Sem o produto cana-de-açúcar (cujo valor do ATR teve variação negativa de 5,57% na comparação de Fevereiro/14 com o mesmo período do ano anterior), os índices acumulados têm forte valorização: o IqPR sobe para 13,97% e o IqPR-V (vegetais) para 23,12% (Tabela 1).

Na figura 1 é possível visualizar a evolução das variações dos índices. Vê-se que o IqPR (linha azul contínua) e IqPR sem a cana (linha azul tracejada) apresentam a mesma tendência de variação no transcorrer dos últimos 12 meses. Contudo, nota-se que o índice sem a cana teve valorização superior em 10,23 pontos percentuais. Essa diferença demonstra como os preços agropecuários paulistas são fortemente influenciados pelos preços da cana-de-açúcar.

Em síntese, na comparação de Fevereiro/2014 com Fevereiro/2013, 11 produtos apresentaram variações positivas, enquanto outros 8 tiveram variações negativas. Manifestaram preços com incrementos em patamares mais elevados que a inflação acumulada nos últimos 12 meses encerrados em Fevereiro de 2014 (5,65%), medida pelo IPCA-IBGE os seguintes produtos: laranja para mesa (66,16%), banana nanica (61,38%), laranja para indústria (54,89%), algodão (24,11%), carne bovina (18,50%), leite cru resfriado (9,91%), soja (9,11%) e café (8,01%), Tiveram variações positivas no período abaixo da inflação acumulada a carne suína (2,89%), o arroz (1,33%) e o trigo (1,08%) (Tabela 2).

Apresentaram reduções de preços os seguintes produtos: feijão (47,15%), tomate para mesa (45,02%), batata (25,79%), amendoim (23,65%), carne de frango (18,92%), ovos (14,67%), milho (6,94%) e cana-de-açúcar (5,57%) (Tabela 2).