Preços Agropecuários: Queda de 0,53% na segunda quadrissemana de março

            O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,2 registrou queda de 0,53% na segunda quadrissemana de março de 2012. Separado em grupos de produtos, o IqPR-V (produtos de origem vegetal) apresentou baixa de 2,44%, enquanto o IqPR-A (produtos de origem animal) subiu 4,58% (Tabela 1).
 

Tabela 1. Variação Percentual do IqPR, Estado de São Paulo, 2ª Quadrissemana – Março/2012.

 

São Paulo

São Paulo - sem cana

IqPR

- 0,53

-0,62 

IqPR-V

- 2,44 

-6,23

IqPR-A

4,58 

Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).
 

            Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice devido a sua importância na ponderação dos produtos, tanto o IqPR como o IqPR-V tem quedas maiores e fecham negativamente em 0,62% e 6,23%, respectivamente (Tabela 1).
 

Tabela 2 – Variações das Cotações dos Produtos, Estado de São Paulo, 2ª Quadrissemana - Março/2012.

Origem

Produto

Unidade

Cotações (R$)

Variação quadrissemanal (%)

2ª Fev/12

2ª Mar/12

VEGETAL

Algodão

15 kg

56,23

55,08

- 2,04 

Amendoim

sc.25 kg

32,22

33,10

2,72 

Arroz

sc.60 kg

31,56

32,29

2,32 

Banana nanica

cx.21 kg

0,6610

0,6189

- 6,37 

Batata

sc.50 kg

23,21

17,91

- 22,85 

Café

sc.60 kg

471,11

414,68

- 11,98 

Cana-de-açúcar 

kg de ATR

0,5032

0,5012

- 0,39 

Feijão

sc.60 kg

169,17

137,00

- 19,02 

Laranja p/indústria

cx.40,8 kg

...

...

...

Laranja p/Mesa 

cx.40,8 kg

10,80

11,10

2,83 

Milho

sc.60 kg

26,07

24,42

- 6,34 

Soja

sc.60 kg

42,80

43,81

2,36 

Tomate p/ Mesa

cx.22 kg

19,72

14,30

- 27,48 

Trigo

sc.60 kg

26,27

25,91

- 1,36 

ANIMAL

Carne Bovina

15kg

96,59

95,79

- 0,83 

Carne de Frango

Kg

1,49

1,74

16,29 

Carne Suína

15 kg

51,29

50,90

- 0,76 

Leite B

Litro

0,9104

0,9075

- 0,32 

Leite C

Litro

0,8201

0,8206

0,05 

Ovos

30 dz

39,30

43,57

10,87 

Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).


            Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas na segunda quadrissemana de março foram: carne de frango (16,29%), ovos (10,87%), laranja para mesa (2,83%) e amendoim (2,72%) (Tabela 2).
 

            A ascensão nos preços da carne de frango reflete a relação com os períodos anteriores (que apresentavam valores reduzidos), ademais a demanda interna está relativamente firme e os granjeiros adequaram a oferta do produto face aos custos de produção que estavam maiores que a remuneração recebida.
 

            Para os ovos, o período da quaresma, com a tradição religiosa de consumir menos carne, aumenta a preferência pelo produto, elevando os preços recebidos pelos granjeiros. A volta às aulas e o retorno de alto percentual de trabalhadores das férias de verão também aquecem o consumo.
 

            Na laranja para mesa, a demanda para sucos com a volta às aulas e o final da colheita de outras frutas permitiu a reversão do quadro de queda de preços, passando a apresentar elevação nesta quadrissemana.
 

            No amendoim, mesmo com o aumento de área e da produtividade, os baixos estoques de passagem levaram a movimentos de preços em alta, precificando a possibilidade de escassez durante o decorrer do ano.
 

            Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços nesta quadrissemana foram: tomate para mesa (27,48%), batata (22,85%), feijão (19,02%), café (11,98%) e banana nanica (6,37%) (Tabela 2).
 

            O tomate, produto perecível que se caracteriza pela alta amplitude de variação conjuntural nos preços, uma vez que com as temperaturas elevadas, prossegue com a boa oferta nas lavouras, levando à continua redução das suas cotações, entretanto em menor intensidade que nos períodos anteriores.
 

            Na batata, também solanácea perecível, verifica-se a reversão dos preços, que num primeiro momento tende a se manter, mas num segundo momento, com o aumento do consumo no final das férias, poderá refrear essa tendência de baixa.
 

            As secas que provocaram o atraso do plantio das águas nas principais regiões produtoras elevaram os preços recebidos pelos produtores de feijão. Porém, em meados de fevereiro, com a entrada de um volume mais denso do produto, reduziu-se as cotações em relação ao período anterior.
 

            No café, os preços internacionais associados à valorização cambial indicam tendência de queda nos próximos movimentos tanto internos quanto externos, situação que poderá ser alterada para melhor ou pior na dependência do desenrolar da crise européia.
 

            Para a banana, o fim do verão e a perspectiva de entrada em maior quantidade de outras frutas como a maçã levaram os preços a recuo na principal região produtora paulista. As dificuldades de colocação da fruta em tradicionais mercados do exterior também aumentaram a oferta interna estimulada pelo câmbio.
 

            No período analisado, 7 produtos apresentaram alta de preços (4 de origem vegetal e 3 de origem animal) e 12 apresentaram queda (9 vegetais e 3 de origem animal). A laranja para indústria está sem cotação de preços devido à entressafra.
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¹A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro semanas anteriores (base), sendo a referência = 15/02/2012 a 15/03/2012 e a base = 16/01/2012 a 14/02/2012.

²Artigo completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.; Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573

 

Data de Publicação: 20/03/2012

Autor(es): Luis Henrique Perez Consulte outros textos deste autor
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