Preços Agropecuários: Queda de 1,82% na terceira quadrissemana de fevereiro

           O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,2 registrou baixa de 1,82% na terceira quadrissemana de fevereiro de 2012. Separado em grupos de produtos, o IqPR-V (produtos de origem vegetal) apresentou recuo de 1,00%, e o IqPR-A (produtos de origem animal) teve variação negativa de 4,03% (Tabela 1).
 

Tabela 1. Variação Percentual do IqPR, Estado de São Paulo, 3ª Quadrissemana – Fevereiro/2012.

São Paulo

São Paulo s/cana

IqPR

- 1,82 

- 3,37 

IqPR-V

- 1,00 

- 2,69 

IqPR-A

- 4,03 

— 

Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).

            Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice devido a sua importância na ponderação dos produtos, o IqPR desce e fecha negativo em 3,37% e o IqPR-V sobe e fica em 2,69% (Tabela 1).
 

Tabela 2 – Variações das Cotações dos Produtos, Estado de São Paulo, 3ª Quadrissemana - Fevereiro/2012.

Origem

Produto

Unidade

Cotações (R$)

Variação quadrissemanal (%)

3ª Jan/11

3ª Fev/12

VEGETAL

Algodão

15 kg

54,01

57,26

6,02 

Amendoim

sc.25 kg

33,39

32,84

- 1,67 

Arroz

sc.60 kg

29,66

32,23

8,63 

Banana nanica

Kg

0,66

0,65

- 0,38 

Batata

sc.60 kg

23,57

22,78

- 3,34 

Café

sc.60 kg

480,38

463,36

- 3,54 

Cana-de-açúcar 

kg de ATR

0,5034

0,5029

- 0,09 

Feijão

sc.60 kg

157,65

157,43

- 0,14 

Laranja p/indústria

cx.40,8 kg

10,24

10,50

2,53 

Laranja p/Mesa 

cx.40,8 kg

10,97

10,62

- 3,21 

Milho

sc.60 kg

26,09

25,81

- 1,07 

Soja

sc.60 kg

42,21

42,66

1,06 

Tomate p/ Mesa

cx.22 kg

29,30

16,81

- 42,63 

Trigo

sc.60 kg

25,98

26,38

1,54 

ANIMAL

Carne Bovina

15kg

97,72

96,50

- 1,24 

Carne de Frango

Kg

1,69

1,52

- 10,49 

Carne Suína

15 kg

55,29

50,92

- 7,90 

Leite B

Litro

0,9133

0,9091

- 0,46 

Leite C

Litro

0,8220

0,8193

- 0,32 

Ovos

30 dz

42,20

39,72

- 5,87 

Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).


            Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas na terceira quadrissemana do mês de fevereiro foram: arroz (8,63%), algodão (6,02%) e laranja para indústria (2,53%) (Tabela 2).
 

            Sem sentir a entrada da safra da colheita do arroz irrigado gaúcho, que apresenta previsões de ser menor que as anteriores, os preços recebidos pelo produtor paulista se manteve em alta no intervalo desta última quadrissemana. Contudo, as perspectivas de reajuste dos estoques mundiais do produto para o próximo período limitam as expectativas de continuidade dessa ascensão.
 

            A baixa oferta de algodão de qualidade no mercado interno brasileiro no início de fevereiro garantiu a sustentação dos preços da pluma, uma vez que as indústrias mantiveram o interesse de compra com o objetivo de recompor seus estoques neste intervalo.
 

            Na laranja para indústria, a desvalorização cambial e a entrada da entressafra direcionaram preços mais elevados face às disposições contratuais, ainda que numa realidade de negócios pouco expressivos pela entressafra. Vale destacar que pouquíssimas comercializações foram realizadas neste período.
 

            Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços nesta quadrissemana foram: tomate para mesa (42,63%), carne de frango (10,49%), carne suína (7,90%) e ovos (5,87%) e (Tabela 2).
 

            O tomate, produto perecível que se caracteriza pela alta amplitude de variação conjuntural nos preços, neste período apresentou quedas nas cotações que se devem em primeiro momento (inicio do período) pelas chuvas que reduziram a qualidade dos frutos, e posteriormente, com o aumento das temperaturas, pelo amadurecimento rápido nos tomateiros que levou a necessidade do produtor colocá-lo rapidamente no mercado, gerando uma boa oferta do produto. As tendências no curto prazo indicam uma queda ainda maior.
 

            Na carne de frango, o final do período de festas produziu recuo da demanda e consequente queda nas cotações. Todavia, em virtude da quantidade de aves estocadas, remanescentes do período anterior, no começo de 2012 o declínio foi mais acentuado que em anos precedentes.
 

            Na carne suína, verifica-se de forma mais direta a retração da procura numa conjuntura de oferta elevada (inclusive com ofertas de outros estados de suíno já abatido). Ademais, a comparação de preços se dá com o pico da demanda na segunda metade de dezembro.
 

            Nos ovos, a perspectiva de mercado foi a mesma: numa associação entre o período de férias que reduziu a demanda e a passagem das festas do final de ano que diminuiu os volumes utilizados nas agroindústrias de confeitaria, massas e panificação, apresenta-se novamente uma queda nos preços recebidos pelos granjeiros. Em relação aos preços na cadeia é observado o mesmo comportamento da carne de frango - contudo não tão discrepante – onde o produtor está recebendo menos e o consumidor não está ainda sentindo o reflexo desta redução.
 

            No período analisado, 5 produtos apresentaram alta de preços (todos de origem vegetal) e 15 apresentaram queda (9 vegetais e todos os de origem animal, que perfazem 6).
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¹A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro segundas semanas (base), sendo a referência = 24/01/2012 a 21/02/2012 e base = 24/12/2011 a 23/01/2012.

²Artigo completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.; Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573


  
 

Data de Publicação: 27/02/2012

Autor(es): Luis Henrique Perez Consulte outros textos deste autor
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