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Preços Agropecuários: alta de 1,44% na segunda quadrissemana de dezembro
O Índice
Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,2
registrou alta de 1,44% na segunda quadrissemana de dezembro de 2010. O
IqPR-V (produtos de origem vegetal) encerrou com elevação de 0,79%, e o IqPR-A
(produtos de origem animal) fechou em alta de 3,03% (Tabela 1).
Tabela 1. Variação Percentual do IqPR, Estado de São Paulo, 2ª Quadrissemana de Dezembro de 2010.
Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice (devido a sua importância na ponderação dos produtos), o IqPR fecha ainda positivamente em 0,58%, mas o IqPR-V (cálculo somente dos produtos vegetais) apresenta queda de 1,74% (Tabela 1). Nesse sentido, numa leitura de conjunto, a presença da cana de açúcar ajuda a explicar a alta dos preços agropecuários dos produtos de origem vegetal no período, uma vez que os demais produtos com comportamentos divergentes de preços, ao contrário, direcionam para baixo as variações do IqPR-V.
Tabela 2 – Variações das Cotações dos Produtos, Estado de São Paulo, 2ª Quadrissemana - Dezembro de 2010.
Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas nesta quadrissemana foram: carne de frango (11,16%), milho (9,38%), carne suína (6,03%), café (5,20%) e ovos (5,07%) (Tabela 2).
Mesmo com o aumento da produção de carne de frango no comparativo com 2009, o reajuste no volume exportado reduz a oferta do produto no mercado interno em um momento que se apresenta um aumento de sua demanda enquanto bem substituto às outras carnes (bovina e suína) devido ao seu preço mais concorrente. Junto com a subida no valor dos principais itens que compõem os custos de produção da avicultura de corte (milho, por exemplo), estes são os eventos que forçam o repasse para cima no preço da carne de frango.
O preço do milho vem aumentando em decorrência de pressões do mercado internacional face aos baixos estoques de passagens mundiais. Além disso, a perspectiva de que a oferta somente esteja normalizada no final do primeiro trimestre de 2011 leva a formação de expectativas altistas, precificando a possibilidade de maior escassez.
O aumento dos preços recebidos pelo produtor de carne suína ainda reflete o deslocamento da demanda da carne bovina na procura por produtos substitutos. O alargamento das escalas de abate dos frigoríficos de carne bovina na semana passada tem refletido na redução dos preços e no aumento da demanda desta carne no varejo. Isto tem arrefecido o efeito substituição em prol da carne suína, diminuindo suas cotações a serem analisadas na próxima quadrissemana.
No caso do café, os preços desta commodity se elevam devido às pressões da demanda internacional e doméstica e aos menores estoques. Ademais, a redução em especial da safra colombiana abre espaço para vendas de café brasileiro de qualidade superior, elevando os preços médios no mercado interno de arábica, como o café paulista.
Para os ovos, ocorre reposição dos valores pagos em parte também explicado pelo maior preço da carne bovina, além da pressão da demanda decorrente do aumento da massa salarial frente à queda do desemprego e aumento da renda média. Isso vem aumentando a demanda de produtos da panificação, confeitaria e massas alimentares (macarrão) que demandam ovos.
Os produtos que apresentaram maiores quedas de preços na segunda quadrissemana de dezembro foram: feijão (26,33%), batata (22,87%), banana nanica (14,97%) e tomate para mesa (6,99%).
Quanto aos preços do feijão, a queda é derivada da entrada de volumes expressivos das colheitas da safra das águas. A maior entrada de produto fez os preços despencarem na principal região produtora paulista, fato que continuará a ser refletido nas próximas semanas. Nos negócios da última semana, os preços já estão abaixo dos custos de produção, levando a perdas para os produtores.
No caso da batata, o tempo bom do período analisado, com poucas chuvas, possibilitou boas colheitas e uma quantidade ofertada que reduziu os preços recebidos por seus produtores no estado de São Paulo.
No caso da banana, o gradativo aumento da temperatura e das chuvas acelera a formação dos cachos, aumentando a oferta da fruta ao mesmo tempo em que a propensão ao consumo diminui consequentemente reduzindo os seus preços.
Para o tomate, um significativo aumento da produção levou à oferta conjuntural excedente desse produto perecível, reduzindo seus preços.
No período
analisado, 9 produtos apresentaram alta de preços (5 de origem vegetal e 4 de
origem animal) e 10 apresentaram queda (8 de origem vegetal e 2 de origem
animal).
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1A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de
Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA
e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se
os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios
das quatro segundas semanas (base), sendo a referência = 16/11/2010 a 15/12/2010
e base = 16/10/2010 a 15/11/2010.
2 Artigo completo com a metodologia: Pinatti, E.; Sachs, R.C.C.; Angelo, J.A.; Gonçalves, J.S. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.9, p.22-34, set.2008. Disponível em:http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573
Data de Publicação: 20/12/2010
Autor(es):
Luis Henrique Perez Consulte outros textos deste autor
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor