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Balança Comercial dos Agronegócios Paulistas e Brasileiros de Janeiro a Outubro de 2010
De janeiro a outubro de 2010, as exportações do Estado de São Paulo1
somaram US$42,48 bilhões (26,0% do total nacional) e as
importações2, US$55,75 bilhões (37,5% do total nacional),
registrando um déficit de US$13,27 bilhões. Em relação ao mesmo período de 2009,
o valor das exportações paulistas cresceu 23,6% e o das importações, 35,4%, com
significativa elevação do déficit comercial (+95,1%) (Figura 1). Comparando-se o
período de janeiro a outubro de 2010 com o de 2009, o aumento das exportações
paulistas (23,6%) ficou abaixo da média brasileira (29,7%), enquanto que nas
importações, o acréscimo também foi maior no Brasil (43,8%) do que em São Paulo
(35,4%). Assim, na conjunção dos desempenhos das exportações e importações, o
saldo da balança comercial paulista teve aumento do déficit enquanto que o da
brasileira apresentou redução do superávit.
Figura 1 - Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Outubro de 2009 e 2010.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Os agronegócios paulistas também apresentaram exportações crescentes (30,3%), atingindo US$16,80 bilhões; enquanto que as importações tiveram menor acréscimo (27,5%), somando US$6,50 bilhões, ainda assim houve elevação de 32,2% no saldo comercial em relação a janeiro-outubro de 2009, atingindo US$10,30 bilhões3 (Figura 2). Há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios - somaram US$49,25 bilhões para exportações de US$25,68 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado, de US$ 23,57 bilhões. Assim, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho dos agronegócios estaduais, cujos saldos ainda se mantiveram positivos e crescentes.
Figura 2 - Balança Comercial dos Agronegócios Estado de São Paulo, Janeiro a Outubro de 2009 e 2010.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
A participação das exportações dos agronegócios paulistas no total do Estado cresceu 2,0 ponto percentual enquanto a participação das importações reduziu-se 0,7 ponto na comparação do período de janeiro a outubro de 2009 com o de 2010 (Figura 3).
Figura 3 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Outubro de 2009 e 2010.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$14,62 bilhões de janeiro a outubro de 2010, com exportações de US$163,31 bilhões e importações de US$148,69 bilhões. A queda no saldo comercial (-35,0%) aconteceu em função do aumento das exportações (29,7%) muito menor que a elevação das importações (43,8%) (Figura 4). Nestes termos, a valorização da moeda nacional incrementou aquisições externas em maior proporção que as vendas para o exterior.
Figura 4 - Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Outubro de 2009 e 2010.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
De janeiro a outubro de 2010, as exportações dos agronegócios brasileiros cresceram 17,0% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo US$66,85 bilhões (40,9% do total). Já as importações do setor elevaram-se em 24,7%, também em comparação com janeiro a outubro de 2009, somando US$19,00 bilhões (12,8% do total). O superávit dos agronegócios de janeiro a outubro de 2010 foi de US$47,85 bilhões4, sendo 14,2% superior ao do mesmo período do ano anterior (Figura 5). Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores, com exportações de US$ 96,46 bilhões e importações de US$129,69 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 33,23 bilhões.
Figura 5 - Balança Comercial dos Agronegócios, Brasil, Janeiro a Outubro de 2009 e 2010.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
As participações dos agronegócios nos totais do País recuaram tanto em termos das exportações (-4,5 pontos percentuais) como em relação às importações (-1,9 ponto percentual) (Figura 6).
A participação paulista no total da balança comercial brasileira caiu em termos
das exportações (-1,3 ponto percentual) e também no tocante às importações (-2,3
pontos percentuais) (Figura 7).
Figura 6 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Outubro de 2009 e 2010.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Figura 7 - Participação da Balança Comercial Paulista no Total do Brasil, Janeiro a Outubro de 2009 e 2010.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Em relação aos agronegócios brasileiros, as exportações setoriais de São Paulo de janeiro a outubro de 2010 representaram 25,1%, ou seja, 2,5 pontos percentuais a mais que no mesmo período de 2009, enquanto as importações representaram 34,2%, sendo 0,7 ponto percentual superior à verificada no ano anterior (Figura 8).
Figura 8 - Participação do Agronegócio Paulista no Brasileiro, Balança Comercial, Janeiro a Outubro de 2009 e 2010.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
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1Estado produtor
(Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de
exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos
agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou
parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi
completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua
forma final.
2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
3Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios paulistas foi de US$11,59 bilhões.
4Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios brasileiros foi de US$52,98 bilhões.
Palavras-chave: agronegócios, balança comercial, exportações, importações.
Data de Publicação: 30/11/2010
Autor(es):
José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor