Balança Comercial dos Agronegócios Paulistas e Brasileiros de Janeiro a Maio de 2010

            De janeiro a maio de 2010, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$ 18,80 bilhões (26,1% do total nacional), e as importações2, US$25,51 bilhões (38,4% do total nacional), registrando um déficit de US$6,71 bilhões. Em relação ao período de janeiro a maio de 2009, o valor das exportações paulistas cresceu 21,2% e o das importações, 36,3%, com significativa elevação do déficit comercial (+109,7%) (Figura 1). O aumento das exportações paulistas (21,2%), comparando-se o período de janeiro a maio de 2010 com o de 2009, ficou abaixo da média brasileira (29,9%), enquanto que nas importações, o acréscimo também foi maior no Brasil (44,0%) do que em São Paulo (36,3%). Assim, na conjunção das performances das exportações e importações, o saldo da balança comercial paulista teve aumento do déficit enquanto que a brasileira apresentou redução do superávit.

Figura 1 - Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Maio de 2009 e 2010.

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            Os agronegócios paulistas também apresentaram exportações crescentes (23,4%), atingindo US$6,90 bilhões; conquanto as importações tenham mostrado maior acréscimo (33,8%), somando US$2,97 bilhões, ainda assim houve elevação de 16,6% no saldo comercial em relação a janeiro a maio de 2009, atingindo US$3,93 bilhões3 (Figura 2). Há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios - somaram US$22,54 bilhões para exportações de US$11,90 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado, de US$ 10,64 bilhões. Assim, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho dos agronegócios estaduais, cujos saldos ainda se mantiveram positivos e crescentes.
 


Figura 2 - Balança Comercial dos Agronegócios Estado de São Paulo, Janeiro a Maio de 2009 e 2010.

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

A participação das exportações dos agronegócios paulistas no total do Estado cresceu 0,7 ponto percentual enquanto a participação das importações reduziu-se 0,3 ponto na comparação do período de janeiro a maio de 2009 com o de 2010 (Figura 3). 
 

Figura 3 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Maio de 2009 e 2010.

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            A balança comercial brasileira registrou superávit de US$5,61 bilhões de janeiro a maio de 2010, com exportações de US$72,09 bilhões e importações de US$66,48 bilhões. A queda no saldo comercial (-39,7%) aconteceu em função do aumento das exportações (29,9%) muito menor que a elevação das importações (44,0%) (Figura 4). Nestes termos, a valorização da moeda nacional incrementou aquisições externas em maior proporção que as vendas para o exterior.
 


Figura 4 - Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Maio de 2009 e 2010.

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

        De janeiro a maio de 2010, as exportações dos agronegócios brasileiros cresceram 16,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo US$29,33 bilhões (40,7% do total). Já as importações do setor elevaram-se em 30,1%, também em comparação com janeiro a maio de 2009, somando US$8,42 bilhões (12,7% do total). O superávit dos agronegócios de janeiro a maio de 2010 foi de US$20,91 bilhões4, 12,1% superior ao do mesmo período do ano anterior (Figura 5). Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores, com exportações de US$ 42,76bilhões e importações de US$ 58,06 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 15,30 bilhões.
 


Figura 5 - Balança Comercial dos Agronegócios, Brasil, Janeiro a Maio de 2009 e 2010.

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            As participações dos agronegócios nos totais do País recuaram tanto em termos das exportações (-4,6 pontos percentuais) como em relação às importações (-1,3 ponto percentual) (Figura 6).

            A participação paulista no total da balança comercial brasileira caiu em termos das exportações (-1,9 ponto percentual) e também no tocante às importações (-2,1 pontos percentuais) (Figura 7).
 
 

Figura 6 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Maio de 2009 e 2010.

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
 
 

Figura 7 - Participação da Balança Comercial Paulista no Total do Brasil, Janeiro a Maio de 2009 e 2010.

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            Em relação aos agronegócios brasileiros, as exportações setoriais de São Paulo de janeiro a maio de 2010 representaram 23,5%, ou seja, 1,3 ponto percentual a mais que no mesmo quadrimestre em 2009, enquanto as importações representaram 35,3%, sendo 1,0 ponto percentual superior à verificada no ano anterior (Figura 8).
 


Figura 8 - Participação do Agronegócio Paulista no Brasileiro, Balança Comercial, Janeiro a maio de 2009 e 2010.

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
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1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.

3Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios paulistas foi de US$4,40 bilhões.

4Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios brasileiros foi de US$22,87 bilhões.

Palavras-chave: agronegócios, balança comercial, exportações, importações.


 

Data de Publicação: 14/06/2010

Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor