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Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2017/18, Junho de 2018
1
– INTRODUÇÃO
Entre 1 e 20 de junho de 2018,
a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do
Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica
Integral (CATI), realizou levantamento da previsão e estimativa da safra
agrícola 2017/18 para as principais culturas paulistas, disponibilizando os
resultados finais e parciais de área e produção dos principais produtos
agrícolas do estado (Tabela 1).
Os resultados foram obtidos em levantamento por meio
de método subjetivo2, que consiste na coleta e sistematização dos
dados fornecidos pelos técnicos das Casas de Agricultura (CAs) dos 645
municípios do Estado de São Paulo.
O segundo trimestre de 2018 foi marcado pela falta
de chuvas, o que ocasionou redução nas expectativas de produção principalmente
dos grãos e da cana de açúcar.
2 – INDICADORES GERAIS
Os
resultados agregados das 48 principais atividades agrícolas, selecionadas a
partir do valor da produção agropecuária paulista, demonstram aumento de 1,62%
na área e de 1,53% na produção, e um decréscimo de 0,51% na produtividade em
relação aos resultados da safra anterior.
O
conjunto das culturas anuais apresentou aumento de área na ordem de 4,00%,
enquanto a produção foi reduzida em 2,77%, reflexo de uma produtividade 6,52%
menor (Tabela 2).
A
área ocupada com grãos aumentou 4,55% em relação à safra passada, e a produção
teve um incremento de 1,90%; a produtividade, porém, foi menor em 2,53%,
resultado fortemente influenciado pela escassez de chuvas observada no segundo
trimestre de 2018 (Tabela 2).
Quando consideradas as
culturas perenes e semiperenes, observam-se resultados positivos para área,
produção e produtividade, 0,88%, 2,53% e 1,14% respectivamente (Tabela 2).
Tabela 1 – Previsões
e Estimativas das Safras Agrícolas, Comparativo de Área, Produção e
Produtividade, Estado de São Paulo, Safra Agrícola 2017/18, Junho de 20181
Produto |
Área (1.000 ha) |
|
Produção (1.000
t) |
|
Produtividade
(kg/ha) |
||||||
Final |
Jun./2018 |
Var. |
|
Final |
Jun./2018 |
Var. |
|
Final |
Jun./2018 |
Var. |
|
|
|
||||||||||
Algodão |
4,8 |
8,8 |
84,0 |
|
15,6 |
31,5 |
101,7 |
|
3.246 |
3.562 |
9,7 |
Amendoim total |
124,0 |
136,8 |
10,3 |
461,0 |
530,0 |
15,0 |
3.718 |
3.875 |
4,2 |
||
Amendoim da seca2 |
1,9 |
3,2 |
66,2 |
4,9 |
10,3 |
110,2 |
2.528 |
3.261 |
29,0 |
||
Amendoim das águas3 |
122,1 |
133,6 |
9,4 |
456,1 |
519,7 |
13,9 |
3.735 |
3.890 |
4,2 |
||
Arroz total |
10,9 |
10,5 |
-4,0 |
64,6 |
60,8 |
-5,9 |
5.928 |
5.809 |
-2,0 |
||
Arroz de sequeiro e várzea2 |
2,2 |
2,1 |
-5,8 |
7,9 |
7,5 |
-4,6 |
3.607 |
3.638 |
0,9 |
||
Arroz irrigado2 |
8,7 |
8,4 |
-3,6 |
56,7 |
53,2 |
-6,1 |
6.526 |
6.346 |
-2,8 |
||
Banana4 |
58,2 |
58,5 |
0,5 |
1.160,4 |
1.165,7 |
0,5 |
21.571 |
21.775 |
0,9 |
||
Batata das águas5 |
6,6 |
7,6 |
15,2 |
190,4 |
228,8 |
20,2 |
28.831 |
30.170 |
4,6 |
||
Batata da seca2 |
8,5 |
8,3 |
-1,9 |
266,0 |
266,2 |
0,1 |
31.409 |
31.918 |
1,6 |
||
Batata de inverno |
15,0 |
13,9 |
-7,1 |
462,7 |
422,8 |
-8,6 |
30.793 |
30.329 |
-1,5 |
||
Café4 |
211,5 |
212,6 |
0,5 |
270,2 |
348,8 |
29,1 |
1.347 |
1.733 |
28,7 |
||
Cana para forragem |
76,2 |
69,4 |
-8,9 |
4.543,1 |
4.145,9 |
-8,7 |
59.647 |
59.753 |
0,2 |
||
Cana para indústria4 |
6.117,9 |
6.141,3 |
0,4 |
450.138,9 |
442.476,5 |
-1,7 |
80.365 |
78.203 |
-2,7 |
||
Cebola total |
5,0 |
5,1 |
2,8 |
216,8 |
244,5 |
12,8 |
43.360 |
47.541 |
9,6 |
||
Cebola de bulbinho2 |
0,6 |
0,7 |
19,2 |
24,9 |
28,3 |
13,5 |
40.020 |
39.523 |
-1,2 |
||
Cebola de muda |
2,3 |
2,2 |
-4,9 |
84,3 |
81,7 |
-3,0 |
36.967 |
37.360 |
1,1 |
||
Cebola em plantio direto |
2,1 |
2,2 |
6,6 |
107,6 |
134,4 |
24,9 |
51.701 |
60.044 |
16,1 |
||
Feijão das águas5 |
67,8 |
66,7 |
-1,6 |
166,4 |
173,7 |
4,4 |
2.454 |
2.602 |
6,0 |
||
Feijão da seca2 |
15,5 |
15,5 |
0,0 |
32,1 |
30,1 |
-6,2 |
2.070 |
1.944 |
-6,1 |
||
Feijão de inverno total |
30,5 |
30,2 |
-0,9 |
76,5 |
79,1 |
3,4 |
2.508 |
2.617 |
4,3 |
||
Feijão de inverno irrigado |
24,2 |
24,7 |
2,2 |
66,3 |
69,0 |
4,0 |
2.741 |
2.790 |
1,8 |
||
Feijão de inverno s/ irrigação |
6,3 |
5,5 |
-12,6 |
10,2 |
10,1 |
-0,6 |
1.612 |
1.842 |
14,3 |
||
Laranja4 |
446,2 |
460,0 |
3,1 |
13.240,9 |
14.221,4 |
7,4 |
31.480 |
32.718 |
3,9 |
||
Mandioca para indústria4 |
53,2 |
52,7 |
-0,9 |
1.013,6 |
965,0 |
-4,8 |
29.248 |
28.357 |
-3,0 |
||
Mandioca para mesa4 |
21,1 |
19,4 |
-8,1 |
243,0 |
233,1 |
-4,1 |
16.070 |
15.868 |
-1,3 |
||
Milho total (primeira safra)2 |
432,0 |
421,9 |
-2,3 |
2.817,4 |
2.817,3 |
0,0 |
6.522 |
6.679 |
2,4 |
||
Milho (primeira safra)2 |
383,5 |
366,8 |
-4,4 |
2.360,0 |
2.295,7 |
-2,7 |
6.154 |
6.259 |
1,7 |
||
Milho irrigado (primeira safra)2 |
48,5 |
55,1 |
13,5 |
457,4 |
521,6 |
14,0 |
9.434 |
9.474 |
0,4 |
||
Milho safrinha |
440,7 |
482,5 |
9,5 |
2.464,9 |
1.968,0 |
-20,2 |
5.594 |
4.079 |
-27,1 |
||
Seringueira2, 4 |
114,9 |
131,2 |
14,2 |
200,8 |
222,8 |
11,0 |
2.521 |
2.452 |
-2,7 |
||
Soja total (primeira safra)2,
6 |
906,9 |
958,5 |
5,7 |
3.144,1 |
3.334,1 |
6,0 |
3.467 |
3.479 |
0,3 |
||
Soja (primeira safra)2, 6 |
856,9 |
897,8 |
4,8 |
2.935,8 |
3.096,9 |
5,5 |
3.426 |
3.450 |
0,7 |
||
Soja irrigada (primeira safra)2 |
50,0 |
60,7 |
21,4 |
208,3 |
237,1 |
13,8 |
4.169 |
3.907 |
-6,3 |
||
Tomate envarado (mesa) |
9,8 |
7,8 |
-20,5 |
720,9 |
573,9 |
-20,4 |
73.389 |
73.683 |
0,4 |
||
Tomate rasteiro (indústria) |
3,4 |
3,2 |
-5,1 |
269,8 |
237,2 |
-12,1 |
79.022 |
73.492 |
-7,0 |
||
Trigo |
84,4 |
80,5 |
-4,6 |
268,7 |
259,3 |
-3,5 |
3.184 |
3.221 |
1,2 |
||
Triticale |
2,5 |
2,4 |
-4,0 |
6,4 |
6,1 |
-5,2 |
2.516 |
2.538 |
0,9 |
||
Uva para indústria3, 4 |
0,1 |
0,1 |
0,0 |
1,5 |
1,8 |
20,0 |
18.908 |
28.037 |
48,3 |
||
Uva para mesa total |
6,9 |
6,7 |
-2,9 |
241,8 |
254,1 |
5,1 |
35.043 |
37.925 |
8,2 |
||
Uva comum para mesa3, 4 |
4,8 |
4,1 |
-14,6 |
183,2 |
187,5 |
2,3 |
38.514 |
46.632 |
21,1 |
||
Uva fina para mesa2, 4 |
2,1 |
2,6 |
23,8 |
|
58,6 |
66,6 |
13,7 |
|
28.353 |
25.739 |
-9,2 |
1Este levantamento
foi efetuado de 1 a 20 de junho de 2018.
2Estimativa final da
safra agrícola 2017/18, dados de jun./2018.
3Estimativa final da
safra agrícola 2017/18, dados de abr./2018.
4Somatório da área
nova e área em produção, e produtividade calculada a partir da área em
produção.
5Estimativa final da
safra agrícola 2017/18, dados de fev./2018.
6Dados de 2016/17
retificados.
Fonte: Instituto
de Economia Agrícola e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral.
Tabela 2 - Evolução da
Agricultura no Ano Agrícola 2017/18 Relativamente a 2016/17, Estado de São
Paulo
Culturas/produtos |
Produção1 |
Área2 |
Produtividade |
Anuais4 |
97,23 |
104,00 |
93,48 |
Grãos5 |
101,90 |
104,55 |
97,47 |
Perenes e semiperenes6 |
102,53 |
100,88 |
101,14 |
Total |
101,53 |
101,62 |
99,49 |
1Índice Laspeyres; ano-base 2016/17 e
base de ponderação 2016/17=100.
2Índice simples de área cultivada;
2016/17=100.
3Índice Laspeyres de produção/índice
simples de área em produção.
4Abóbora; abobrinha; alface; algodão;
amendoim das águas e da seca; arroz em casca; batata das águas, de inverno e da
seca; batata doce; beterraba; cebola de muda e de bulbinho (soqueira); cenoura;
feijão das águas, de inverno e da seca; melancia; milho e safrinha; pimentão;
repolho; soja e safrinha; sorgo granífero da seca e das águas; tomate envarado
e rasteiro; e trigo.
5Algodão; amendoim das águas e da seca;
arroz em casca; feijão das águas, de inverno e da seca; milho e safrinha; soja
e safrinha; sorgo granífero da seca e das águas; e trigo.
6Abacate; abacaxi; banana; café; cana
para indústria; caqui; figo para mesa; goiaba de mesa; goiaba para indústria;
laranja; limão; mandioca; manga; maracujá; pêssego para mesa; seringueira;
tangerina; e uva para mesa.
Fonte: Instituto de Economia Agrícola e
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral.
3 – ESTIMATIVAS
FINAIS 2017/18
3.1 – Algodão
O levantamento
final para a cultura do algodão no Estado de São Paulo surpreende com o
crescimento na área plantada para 8,8 mil hectares (84,0%) e na produção para
31,5 mil toneladas (101,7%). A produtividade também acompanhou esse desempenho
e incrementou em 9,7% o resultado em relação à safra anterior, permitindo a
colheita média de 3.562 kg/ha.
Esse
desempenho parece confirmar as expectativas do setor, no início do ano, que
previu crescimento na produção de 20,7% da fibra no Brasil. Os indicadores
dessa previsão conforme divulgado pela imprensa seria a combinação de: a)
preços mais atrativos para os produtores; b) mercado internacional sinalizando
menores estoques; e c) crescimento no uso da cultura como opção de rotação
entre culturas. Essa reação do segmento produtor parece que se repetirá na
safra seguinte, 2018/19 ainda no caminho dos motivos que fizeram com que a
safra 2017/18 apresentassem esse resultado.
As principais
regiões produtoras são os Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) de Avaré
(64,0%), Itapeva (11,0%), Limeira (6,0%), Votuporanga (6,0%), Presidente
Prudente (5,0%) e Presidente Venceslau (5,0%) que, somadas, representam 97,0%
da produção paulista.
3.2 – Amendoim da Seca
Na safra anterior, o amendoim da
seca ocupava 1.900 ha com produção de 4.900 t, e os resultados do levantamento
de junho de 2017/18 apontam aumento significativo para área, produção e
produtividade. A área aumentou 66,2%, passando para 3.200 ha, e a produção
cresceu 110,2%, ou seja, 10.300 t, resultando em uma produtividade de 3.261
kg/ha, 29,0% maior que a safra passada. O crescimento ocorreu principalmente no
EDR de São João da Boa Vista que, atualmente, cultiva 1.214 ha do produto.
3.3 – Arroz
A estimativa final da safra 2017/18
de arroz (de sequeiro, várzea e irrigado) aponta para produção de 60,8 mil t,
5,9% menor que a obtida na safra passada, por conta tanto da queda da
produtividade da terra em 2,0%, quanto de 4,0% a menos na área plantada na
safra.
A área cultivada de 10,5 mil ha se
distribui em 2,1 mil ha do arroz de sequeiro e várzea, e em 8,4 mil ha do
irrigado, valores inferiores aos do ano agrícola passado em 5,8% e 3,6%,
respectivamente. A substituição por outras culturas de maior rentabilidade pode
justificar essa queda de área, associada à concorrência com o arroz do Rio
Grande do Sul (principal produtor do Brasil). Contudo, nos últimos dez anos,
enquanto houve decréscimos de área da ordem de 69,0% (perde 4,6 mil ha), houve
ganhos ao redor de 45,0% na produtividade da terra para a cultura de sequeiro e
várzea. Para o arroz irrigado, o resultado é similar – perda de 6,6 mil ha na
área plantada estadual (44,0%) e aumento de 22,0% na produtividade da terra.
Porém, mesmo com a atividade recuando nos últimos anos no Estado de São Paulo,
ela continua tendo papel fundamental na economia regional, principalmente na
região do Vale do Paraíba (EDRs de Guaratinguetá e Pindamonhangaba), que
participa com 71,0% da produção paulista do arroz irrigado. Quanto ao arroz de
sequeiro e várzea, as regionais de Registro e Itapeva respondem por 86,0% da
produção do estado.
3.4 – Batata da
Seca
Os resultados finais para o cultivo de batata da
seca apontam para área 1,9% menor em relação à safra passada, com produção e
produtividade tendo pequenas elevações, de 0,1% e 1,6%, respectivamente. A
produção encontra-se concentrada em três EDRs: São João da Boa Vista (44,4%),
Itapetininga (23,5%) e Itapeva (19,4%).
3.5 - Cebolas de Bulbinho
A área cultivada com cebola de
bulbinho no Estado de São Paulo passou de 600 ha para 720 ha, aumento de 19,2%.
A produção também apresentou aumento na ordem de 13,5% em relação à safra
passada, enquanto a produtividade da cultura permaneceu praticamente estável
(redução de 1,2%). Esses resultados podem indicar que os produtores na época do
plantio esperavam boa remuneração para sua safra, devido à conjuntura de
mercado que apontava queda na produção nacional e dólar desfavorável a
importação.
3.6 - Feijão da Seca e das Águas
O cultivo do feijão no
Estado de São Paulo é realizado em três safras, conforme o calendário agrícola:
águas (setembro a janeiro), seca (fevereiro a junho) e de inverno (abril a
setembro). Na safra das águas de 2017/18, já encerrada (de maior cultivo dentre
os 3 tipos), foram colhidas 173,7 mil t em 66,7 mil ha.
Em junho foi finalizado
levantamento da safra 2017/18 do feijão da seca, os resultados apontaram
estabilidade na área plantada em relação a junho/17 com 15,5 mil ha; a produção,
porém, registrou queda de 6,2%, sendo colhidas 30,1 t do grão. Essa queda é em
função da menor da produtividade na mesma proporção, recuando de 2.000 kg/ha da
safra 2016/17 para 1.944 kg/ha da atual safra.
3.7 – Milho de 1ª Safra
Os resultados finais do milho de 1ª safra mostram
que houve recuo de 2,3% na área em produção, estabilidade no volume produzido
em relação ao ano safra 2016/17 e produtividade 2,4% maior, com rendimento de
6.679 kg/ha (Tabela 3). As condições climáticas para o desenvolvimento da
cultura no estado foram adequadas, não ocasionando prejuízos a produção. A
redução de área justifica-se pela concorrência com a soja, cultura que se
mantém com melhor rentabilidade para o produtor. As regiões de maior produção
no estado são os EDRs de São João da Boa Vista, Itapeva e Itapetininga, que,
juntos, somam 36,2% do total produzido em São Paulo.
Tabela 3 – Evolução do Milho de 1ª safra, Estado de São
Paulo, 2017 e 2018
Produto |
2017 |
|
2018 |
|
Var. % |
||||||
Área em produção (ha) |
Produção (sc. 60 kg) |
Produtiv. (sc. 60 kg/ha) |
|
Área em produção (ha) |
Produção (sc. 60 kg) |
Produtiv. (sc. 60 kg/ha) |
|
Área em produção (ha) |
Produção (sc. 60 kg) |
Produtiv. (sc. 60 kg/ha |
|
|
|
||||||||||
Milho 1ª safra s/ irrig. |
383.475,51 |
39.332.686 |
102,57 |
366.771,21 |
38.261.216 |
104,32 |
-4,36 |
-2,72 |
1,71 |
||
Milho 1ª safra irrigado |
48.478,20 |
7.623.938 |
157,27 |
55.055,55 |
8.692.961 |
157,89 |
13,57 |
14,02 |
0,40 |
||
Milho 1ª safra |
431.953,71 |
46.956.624 |
108,71 |
421.826,76 |
46.954.177 |
111,31 |
-2,34 |
-0,01 |
2,40 |
Fonte: Instituto de Economia Agrícola e
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral.
3.8 - Soja
Os resultados apurados para a
cultura da soja mostram crescimento de área de 5,7% e de 6,0% na produção, esta
decorrente do pequeno aumento da produtividade de 0,3% em relação à safra
anterior. O fator climático nessa safra teve pouca influência no resultado, não
sendo prejudicial à produção e nem contribuindo para um resultado melhor. No
Estado de São Paulo, a soja não irrigada contabiliza 94,0% da área total
plantada. Os EDRs de Itapeva e Assis são as regiões que concentraram a maior
área do estado nesta safra, com 24,0% e 16,0%, respectivamente.
4 -
ACOMPANHAMENTOS DA SAFRA
4.1 -
Culturas Anuais
4.1.1 - Batata
de inverno
A colheita da batata de
inverno ocorre entre os meses de agosto e setembro de cada ano. Os resultados
deste levantamento indicam redução no cultivo: a área ocupada passou de 15.000
ha para 13.900 ha, redução de 7,1%. Por sua vez, a produção recuou em 8,6%
chegando a 422,8 mil t do produto, perfazendo produtividade de 30.329 kg/ha,
1,5% menor que na safra passada.
4.1.1 - Cebolas
de muda e plantio direto
O levantamento realizado
em junho inclui o segundo levantamento de acompanhamento da safra de cebola de
muda e cultivada em plantio direto. A área ocupada com cebola de muda
apresentou redução em relação à safra anterior (4,9%), enquanto a produção
diminuiu 3,0%, indicando pequeno ganho de produtividade (1,1%). O EDR de
Jaboticabal participa com 39,5% da produção do estado, Sorocaba com 37,1% e
Itapeva com 16,1%.
O cultivo de cebola em
plantio direto vem ganhando importância no Estado de São Paulo. O levantamento
de junho aponta crescimento de 6,6% na área e 24,9% na produção, proporcionando
um aumento de produtividade na ordem de 16,1%. A produtividade nesse sistema de
cultivo é significativamente maior em relação aos outros, uma vez que a cebola
em plantio direto produz em média mais de 60 t/ha, enquanto a cebola de muda
37,4 kg/ha, e a cebola de bulbinho, 39,5 t/ha. Jaboticabal é o principal EDR
produtor do estado com 55,8% da produção, seguido de São João da Boa Vista, que
participa com 37,6%.
4.1.3 -
Feijão de inverno
Os resultados do segundo
levantamento de área e produção para a cultura do feijão de inverno (irrigado e
sem irrigação) da safra 2017/18 indicam pequeno recuo de 0,9% em relação à
safra passada. Apresenta, porém, ganhos de 4,3% na produtividade (2.617 kg/ha)
e de 3,4% na produção, devendo atingir 79,1 mil t, dos quais 69,0 mil t (87,0%)
são do cultivo irrigado, sendo que o uso dessa tecnologia permite obter maior
produtividade (2.790 kg/ha) do que o cultivo sem irrigação (1.842 kg/ha).
4.1.4 -
Milho 2ª safra (safrinha)
No levantamento realizado
em junho, apurou-se aumento de 9,5% na área em produção quando comparada ao ano
anterior. Esse resultado mostra que os produtores estavam animados com a
cultura nesse ano-safra, mas a queda significativa de produção
(-20,2%) em virtude de produtividade inferior à de 2016/17 em 27,1%,
comprometeu as boas expectativas para a produção do milho safrinha. A causa
desse resultado é a baixa precipitação ocorrida no 2º trimestre desse ano. Por
exemplo, no município de Cândido Mota, o volume de chuvas foi 75,2% inferior ao
observado no ano anterior e, em Itaberá, o acumulado entre abril e junho foi de
47,9 mm, valor 87,9% inferior ao do ano anterior3. O levantamento a
ser realizado em setembro trará os números finais da cultura nesse ano safra.
4.1.5 -
Trigo
O levantamento de junho
de 2018 apresenta números para a safra de trigo de 2017/18 que antecedem o
fechamento da safra que ocorre em setembro. A área cultivada de 80,5 mil ha
apresenta queda de 4,6% ante a safra anterior, e de 3,5% em relação à produção
de 2016/17. Apesar disso, os produtores de trigo podem obter acréscimo na
produtividade de 1,2%, que resultou em produção de 259,3 mil t.
Essa cultura tem
apresentado um crescimento em área e produção no Estado de São Paulo graças à
sua participação como uma opção de cultura de inverno, podendo se expandir
muito, já que o estado é o maior consumidor de trigo do Brasil. Neste
levantamento, houve revisão baixista nas expectativas produtivas frente ao
levantamento de abril de 2018 e, a julgar pelo grau de comprometimento da safra,
em função da estiagem verificada nesse período de maio a julho. Espera-se,
portanto, que no próximo levantamento, que será realizado em setembro quando se
encerra do ano-safra 2017/18, possa ocorrer novo decréscimo na produção
esperada em virtude da menor produtividade.
4.1.6 –
Tomate
Em junho de 2018, foram
obtidas informações sobre o terceiro levantamento da atual safra dos tomates
envarado e rasteiro. Para o tomate envarado (mesa), destinado ao consumo in natura, os resultados parciais
mostram redução de 20,5% de área cultivada, passando de 9,8 mil para 7,8 mil ha
na comparação com a safra anterior. A estimativa da produção também apresenta
queda de 20,4%, com previsão de serem colhidas 573,9 mil t do fruto, e a
produtividade média de 73,7 t/ha é praticamente a mesma da safra passada. Essas
reduções foram verificadas no EDR de Itapeva, que é a maior região produtora e
representa 62,0% da produção do Estado de São Paulo.
O tomate rasteiro,
destinado à indústria, também apresenta redução na área e na produção no Estado
de São Paulo quando elas são comparadas às da safra anterior. A área cultivada
tem queda de 5,1%, ocupando atualmente 3.200 ha, e a previsão da produção de
237,2 mil t é 12,1% inferior, por conta de perdas de 7,0% na produtividade que
atingiu 269,8 mil t, com 73,5 t/ha ante a 79,0 t/ha da safra passada. O cultivo
do tomate para indústria concentra-se sua maior parte nas regiões noroeste e
norte do Estado de São Paulo, com destaque para os EDR de Votuporanga (20%),
Barretos (18%) e General Salgado (15%), que somados participam com 53% da
produção paulista.
4.2 -
Culturas Semiperenes e Perenes
4.2.1 -
Banana
Em junho de 2018, o
levantamento da produção da banana no Estado de São Paulo realizado pelo
IEA/CATI indica redução de área e produção em relação ao levantamento anterior,
feito em abril desse ano. Os dados da produção de banana são levantados 5 vezes
por ano. Os resultados de junho correspondem ao 4º levantamento da safra 2017/18,
indicando, portanto, resultados preliminares. Os dados finais da safra serão
determinados no levantamento de setembro.
Em relação ao
levantamento de abril, os dados atuais indicam redução de 3,7% na área em
produção, que foi estimada em 53,5 mil ha, enquanto a queda registrada na
produção foi de 3,4%, com 1,2 milhão de toneladas da fruta. Em relação à safra
anterior, observam-se aumentos de área e produção em 0,5%, e produtividade
superior em 0,9%.
A produção é bastante
concentrada na EDR de Registro, que responde por 69,2% da produção paulista,
seguida pelos EDRs de São Paulo (5,15%), Jales (3,75%) e Avaré (3,21%).
4.2.2 –
Café
Finalizado o quarto
levantamento de safra de café (junho de 2018) no Estado de São Paulo,
constatou-se nova elevação na estimativa de quantidade a ser colhida em
2017/18, totalizando 5,8 milhões de sacas (348,8 mil t), o que representa
incremento de 0,5% na expectativa de produção frente ao levantamento anterior,
e de 29,1% quando comparada à temporada 2016/17. O EDR de Franca, com
produtividade média acima das 39 sc./ha, congrega 44,7% da produção paulista,
constituindo-se em um dos cinturões cafeeiros mais importantes do país. Na
sequência aparece o EDR de São João da Boa Vista, com produtividade de 24,4 sc./ha
e 18,8% da produção do estado, destacando que esse EDR tem pouca oscilação na produção
devido sua condição geográfica (cafeicultura de montanha), enquanto na região
de Franca a produção é mais suscetível devido à bienalidade da cultura.
4.2.3 -
Cana-de-açúcar
O levantamento de junho
mostra aumento de área total (área nova mais área para corte) destinada a
cultura de 1,2%, com produção menor em 1,7%, devido à produtividade de -2,7% em
relação ao ano anterior. O principal motivo dessa queda produtiva situa-se nos
índices pluviométricos abaixo da média histórica, em especial, no 2º trimestre
do ano. Os EDRs de maior produção do estado indicam queda de produção: Barretos
(-3,5%), Orlândia (-1,1%), Ribeirão Preto (-2,2%), Araraquara (-1,8%), São José
do Rio Preto (-2,3%) e Jaboticabal (-3,3%). Juntas, essas regiões produzem mais
de 162 milhões de toneladas, equivalente a 37,0% da produção paulista. Ademais,
houve queda de área nova em relação a 2017, uma vez que os dados evidenciam
diminuição de 6,5%. Somados ambos fatores, não são otimistas as expectativas
para a cultura no próximo ciclo produtivo.
4.2.4 –
Laranja
O
levantamento realizado nos municípios paulistas, em junho de 2018, traz
estimativa preliminar da safra agrícola 2017/18 para a cultura da laranja.
Espera-se volume a ser produzido na safra de 348,6 milhões de
caixas de 40,8 kg (14.221 mil t), 7,4% superior ao obtido na safra de 2017
(324,5 milhões de caixas de 40,8 kg, equivalentes a 13.240 mil t).
Estima-se produtividade agrícola de 32.717 kg/ha, equivalente a 2,1 cx./pé ou
802 cx./ha. O tempo adequado para o desenvolvimento dos pomares, por conta das
chuvas que ocorreram no fim de 2017 em todas as regiões produtoras, e
potencializado pela melhora dos tratos culturais dos pomares, estão
influenciando esses resultados. Contudo, o volume de chuvas abaixo da média,
durante segundo trimestre de 2018, influenciou negativamente o desenvolvimento
dos frutos, principalmente em pomares sem irrigação. Com isso, a maior
participação de laranjas com menor calibre tem dificultado a comercialização no
mercado in natura, reduzindo a
oferta, mas aumentando a disponibilidade para processamento.
No volume de caixas
divulgado estão computados o volume a ser destinado ao mercado, as caixas
perdidas no processo produtivo e na colheita, bem como os frutos provenientes
de pomares não expressivos economicamente.
Quanto à área total
plantada de 460,0 mil ha (que inclui área com plantas ainda não produtivas), o
levantamento prevê área cultivada maior em 3,1% relativamente ao ano agrícola
anterior. Embora novas técnicas tenham sido aplicadas para minimizar e/ou
resolver a incidência de problemas fitopatológicos, em especial cancro cítrico e
HLB (greening), ainda há continuidade
no processo de erradicação e expansão menor de pomares.
4.2.5 -
Mandioca
Os resultados deste levantamento em relação ao cultivo de mandioca tanto
para indústria quanto para mesa no Estado de São Paulo foram menores quando comparados à safra anterior. A mandioca para mesa apresentou
redução de 8,1% na área e 4,1% na produção, o que refletiu em produtividade
1,3% menor. A área cultivada com mandioca para indústria permaneceu
praticamente estável, 0,9% menor, a expectativa da produção foi 4,8% e a
produtividade 3,0% inferior à safra anterior.
Atualmente os principais
EDRs produtores de mandioca para mesa são Mogi Mirim, Jaboticabal e Sorocaba. A
mandioca para indústria é produzida principalmente em Assis, Marilia,
Presidente Venceslau e Piracicaba.
5 –
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As informações deste
levantamento estão disponibilizadas por estado (Tabela 1 e 6), por Escritório
de Desenvolvimento Rural (Tabela 4) e por Região Administrativa e Região
Metropolitana (Tabela 5).
O próximo levantamento, a
ser efetuado em setembro de 2018, trará informações de intenção de plantio das
culturas da safra de verão para 2018/19 e resultados finais dos produtos
agrícolas de inverno e das culturas perenes (banana, café e laranja) da safra 2017/18.
¹Os
autores agradecem o desempenho no levantamento dos técnicos do DEXTRU, das
Casas de Agricultura e diretores dos EDRs e da Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral (CATI); os comentários dos pesquisadores do IEA Celso
Luis Rodrigues Vegro, Marisa Zeferino Barbosa, Rejane Cecília Ramos, Renata
Martins Sampaio e Waldemar Pires de Camargo do CPEEA do IEA; e também a
colaboração da técnica de apoio do CCTC/NETC Talita Tavares Ferreira, da
Oficial de Apoio à Pesquisa Michele Quirino Bettencourt do DTD/NIA, do Oficial
de Apoio à Pesquisa Cleber Custódio da Silva do CAPD/NIN e dos estagiários
Beatriz Pontes Ruiz, Caio Daniel Pinto de Lima, Elisandra Silva Santos e Victor
Alef Pereira Santos do Levantamento de Preços do CPIEA.
2Entende-se
por método subjetivo a coleta e a sistematização de dados fornecidos pelos
técnicos das Casas de Agricultura, em função de seu conhecimento regional e/ou
da coleta de dados de forma declaratória, fornecida pelo responsável pela
unidade de produção.
3Informações
climáticas (precipitação) obtidas no Centro Integrado de Informações
Agrometeorológicas (CIIAGRO).
Palavras-chave: previsão e estimativa de safras, EDR, Estado de São Paulo.
Data de Publicação: 31/08/2018
Autor(es):
Vagner Azarias Martins (vagnermartins@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Eduardo Fredo (cfredo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Nabil Ghobril (nabil@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Roberto Ferreira Bueno Consulte outros textos deste autor
Celma Da Silva Lago Baptistella (csbaptistella@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Denise Viani Caser (dcaser@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Felipe Pires de Camargo (fpcamargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Mario Pires De Almeida Olivette (olivette@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Paulo José Coelho (pjcoelho@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor