Artigos
Atividade Pecuária no Polo Extremo Oeste
O Departamento de Descentralização do
Desenvolvimento (APTA Regional), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
(APTA), agrega 14 Polos Regionais de Desenvolvimento Tecnológico dos
Agronegócios (Polos Regionais) que buscam realizar ações de pesquisa e inovação
de acordo com as especificidades locais para promover o desenvolvimento
regional1.
Os Polos Regionais da APTA situam-se em pontos
estratégicos, localizados em diversas regiões do Estado, com foco de atuação
nos problemas das cadeias de produção locais. O Polo Regional Extremo Oeste
abrange 31 municípios2 (Figura 1), cuja sede é Andradina, com
Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento em Araçatuba, está vinculado
administrativamente ao Departamento de Descentralização do Desenvolvimento da
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (DDD-APTA). Por sua vez, a APTA
é a instituição de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo (SAA/SP). O referido Polo possui a mesma abrangência dos
Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) de Andradina e de Araçatuba.
O valor da produção agropecuária (VPA)3
do Polo Regional de Desenvolvimento dos Agronegócios do Extremo Oeste somou
R$4,29 bilhões em 2016, o que representa 5,7% do VPA paulista que foi de
R$75,44 bilhões. Esse resultado é 20,2% superior ao VPA do Polo em 2015, um
aumento inferior ao do VPA do Estado no mesmo período (24,6%). Os principais produtos agropecuários do Polo Extremo Oeste são, por
ordem de grandeza: cana-de- -açúcar, carne bovina, ovos, abacaxi e leite, que
representam 87,7% do seu VPA.


A carne bovina é a principal atividade animal do
Polo Extremo Oeste, com VPA de R$822,45 milhões (19,2% do VPA total do Polo e
70,6% do VPA animal do Polo), este valor representa 8,4% do VPA da carne bovina
do Estado. Os ovos somam R$198,72 milhões (4,6% do VPA total do Polo e 17,1% do
VPA animal do Polo), o leite soma R$139,72 milhões (3,3% do VPA total do Polo e
12,0% do VPA animal do Polo). Os demais produtos somam R$4,05 milhões (0,09% do
VPA total do Polo e 0,35% do VPA animal do Polo) (Tabela 1).
Para o ano de 2016, segundo levantamento do IEA4
para produção animal, as estimativas para o Polo Regional Extremo Oeste indicam
840 mil bovinos no total, dos quais bovinos de corte representam 573 mil
cabeças, os bovinos mistos 216 mil cabeças e os bovinos de leite 51 mil
cabeças.
Pelos números apresentados, percebe-se que a importância
dos produtos de origem animal está próxima à média do Estado, em uma região que
outrora foi referência e sinônimo de pecuária de corte, inclusive cantada em
prosa e verso.

O Censo Agropecuário (Projeto LUPA), realizado entre
2007 e 2008 pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e pela Coordenadoria de
Assistência Técnica Integral (CATI), ambos da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA/SP)6, mostrou que o Polo
possuía 16.292 unidades
de produção agropecuária (UPA), num total de 1,284 milhão de hectares e média
de 78,8 hectares por UPA, 15,6 pontos percentuais acima da média estadual (63,2
hectares).

A distribuição geográfica para
os bovinos de corte, misto e leite para as UPAs do Polo Regional Extremo Oeste,
segundo dados do LUPA 2007/2008 é apresentada na figura 3.
Os equinos estavam presentes em 6.063 UPAs (37,2%)
com 21 mil animais; as aves poedeiras estavam em 209 UPAs (1,3%), com 2.996 mil
cabeças; as aves para corte em 113 UPAs (0,7%), com 164 mil unidades por ano;
os suínos estavam em 849 UPAs (5,2%), com 28 mil cabeças; os ovinos estavam em
726 UPAs (4,5%), com 35 mil cabeças e os asininos e muares em 225 UPAs (1,4%),
com 992 animais. As demais criações animais foram encontradas em 2,4% das UPAs
(Tabela 3).




A taxa de lotação de bovinos, nos municípios
abrangidos pelo Polo era de 1,66 animal/hectare, um pouco acima da média do
Estado (1,26 animal/hectare), descrita por Pinatti (2007)7.
Utilizando o mesmo parâmetro, estima-se que a lotação para unidade animal (UA -
450 kg peso vivo) é de 1,22 UA/ha, considerada
de nível baixo. A taxa de lotação está diretamente relacionada à qualidade das
pastagens e às tecnologias utilizadas no sistema de produção.

Assim, pode-se notar a importância da produção
animal, principalmente a bovinocultura, no Polo Regional Extremo Oeste.
Este rápido panorama da atividade pecuária do Polo
Regional Extremo Oeste pode contribuir para um melhor entendimento da realidade
da região. Para o desenvolvimento e/ou a adaptação de tecnologias voltadas para
os agronegócios do Polo é fundamental o conhecimento da realidade e das
necessidades locais.
1MARTINS, R. et. al. Pesquisa paulista: os pólos regionais
de desenvolvimento tecnológico dos agronegócios. In: CONGRESSO SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 50., 2012, Vitória. Anais eletrônicos... Brasília: SOBER,
2012. p. 1-17. Disponível em:
<http://aptaregional.sp.gov.br/assessoria/1278-os-polos-regionais/file.html>.
Acesso em: 21 nov. 2017.
2Os municípios que compõem o Polo Regional Extremo Oeste
são os seguintes: Alto Alegre, Andradina, Araçatuba, Avanhandava, Barbosa,
Bento de Abreu, Bilac, Birigui, Braúna, Brejo Alegre, Castilho, Clementina,
Coroados, Gabriel Monteiro, Glicério, Guaraçaí, Guararapes, Ilha Solteira,
Itapura, Lavínia, Luisiânia, Mirandópolis, Murutinga do Sul, Nova
Independência, Penápolis, Pereira Barreto, Piacatu, Rubiacea, Santópolis do
Aguapeí, Suzanópolis, Valparaíso.
3SILVA, J. R. et al. Valor da produção agropecuária do
Estado de São Paulo: resultado final 2016. Análises
e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-6, abr. 17.
Disponível: <https://iea.agricultura.sp.gov.br/
out/LerTexto.php?codTexto=14277>. Acesso em: 6 out. 2017.
4INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA. Banco de dados. São Paulo: IEA, 2017.
Disponível em: <https://iea.agricultura.sp.gov.br/out/bancodedados.html>. Acesso
em: 6 out. 2017.
5FIRETTI, R.; PINATTI, E.; BONACELLI, M. B. M.
Especialização produtiva da agropecuária em diferentes regiões do Estado de São
Paulo: ensaio para identificação e caracterização de sistemas locais de
produção e inovação agrícola. In: ENCONTRO DA NACIONAL DE ECONOMIA INDUSTRIAL E
INOVAÇÃO, 1., 2016, Araraquara. Anais
eletrônicos... São Paulo: Blucher, 2016. p. 463-479. Disponível em:
<http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/engineeringproceedings/1enei/027.pdf>.
Acesso em: nov. 17.
6TORRES, A. J. et. al. (Orgs.). Projeto LUPA 2007/08: Censo agropecuário do Estado de São Paulo.
São Paulo: IEA/CATI/SAA, 2009. 381 p.
7PINATTI, E. Produtividade da bovinocultura de corte paulista em 2005. Informações Econômicas, São Paulo, v. 37, n. 6, p. 17-25, jun. 2007. Disponível em: <https://iea.agricultura.sp.gov.br/ftpiea/ie/2007/tec2-0607.pdf>. Acesso em: nov. 17.
Data de Publicação: 07/12/2017
Autor(es):
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Ricardo Firetti (rfiretti@aptaregional.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor