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Antúrio de corte: alternativa para pequenas propriedades
Um dos
grandes problemas da pequena propriedade rural consiste em aumentar a renda
obtida face à limitada área de cultivo (que impede a expansão horizontal). Isto
restringe o potencial de obtenção de economias de escala com redução de custo
operacional, tornando a pequena propriedade menos competitiva no mercado
globalizado. Tabela 1 – Custo Operacional Total de Implantação de
Antúrios de Corte, São Paulo, 2001-02 O
lucro operacional (receita menos custo) mostrou-se crescente, de R$ 9.485,18 no
primeiro ano de produção para R$ 10.355,17, R$ 11.262,86 e R$ 11.285,43 entre o
segundo e o quarto anos. A Taxa Interna de Retorno (TIR) do investimento ficou
em 27,34% ao ano, superior à taxa mínima de atratividade de 10%, mostrando que o
investimento é viável e lucrativo nas condições consideradas no estudo.
No entanto, há outras alternativas para as propriedades orientadas para o
aumento do valor da produção, representado nas culturas de maior valor agregado.
Trata-se do uso de alta tecnologia e cultivo intensivo da terra através do
controle parcial ou total do ambiente, regulando temperatura e umidade com o uso
da irrigação/microaspersão (estufas); e da adubação controlada que proporciona
crescimento vegetativo e floração, além de reduzir a incidência de pragas e
doenças, obtendo assim maior produtividade e renda.
Estudo de caso realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), em parceria com a Faculdade de Agronomia Cantareira2, na estufa instalada nas dependências daquele centro de ensino, mostra que, com investimento de R$ 37.211,74, se pode obter renda economicamente viável durante quatro anos de produção, após o período de um ano e meio de investimento. Esse montante é investido na aquisição de equipamentos e benfeitorias (R$ 14.900,00) e no custo de implantação da cultura de antúrio (R$ 22.311,74). Apenas a estufa de 1.100 m2 consumiu grande parte do capital
inicial, no valor de R$ 9.900,00, enquanto os equipamentos utilizados na
irrigação, fertirrigação, microaspersão e pulverização somaram o valor de R$
5.000,00.
A parte interna da estufa é dividida em vários canteiros, preenchidos com
substratos preparados com mistura de terra, fibra de coco e adubos diversos:
formulado 10-10-10, nitrato de amônio, fosfatado MAP, nitrato de potássio,
sulfato de magnésio e nitrato de cálcio (tabela 1).
O Custo Operacional Total (COT) de implantação, de R$ 22.311,74, resultou de
despesas em operações no valor de R$ 765,76 (3,4% do COT), material consumido no
valor de R$ 19.452,94 (87%) – que teve como principal componente a muda
importada da Holanda (R$ 14.400,00) – e outros itens (ou custos indiretos) no
valor de R$ 2.093,04 (9.4%). O Custo Operacional Efetivo (COE), ou desembolso
direto, representou 91% do COT, com R$ 20.218,70.
1Considerou-se duas
horas de assistência técnica especializada por semana. .
Qtde A –
Operações Preparo dos canteiros manual Plantio manual Fertirrigação operador+moto-bomba Irrigação(regas) operador+moto-bomba Preparo do substrato manual Pulverização operador+pulverizador Poda de limpeza e
desbrota manual Capina e limpeza manual Subtotal 1 B -
Material consumido Mudas Holandesas Substrato (30m3/estufa) Fibra de coco (m3) Reposição de substrato
(3x/ano) Casca de pinus (m3) Adubo 1 10-10-10 (kg) Adubo 2 Nitrato de amônio (kg) Adubo 3 MAP (kg) Adubo 4 Nitrato de potássio
(kg) Adubo 5 Sulfato de magnésio
(kg) Adubo 6 Nitrato de cálcio (kg) Purificador Hipoclorito de sódio
(kg) Bactericida Casumim (l) Bactericida Catel (l) Vasos de plástico Unidades Subtotal 2 Custo
Operacional Efetivo(COE) C -
Outros itens Depreciação do
investimento Implantação Depreciação de máquinas Moto-bomba Deprec. de benfeit.
específicas Benfeitorias Assistência técnica1 Especializada Encargos sociais2 Mão-de-obra Encargos financeiros Recursos próprios CESSR(2,2%)3 Imposto Seguro (Proagro,
Cosesp) Não realizado Subtotal 3 Custo
Operacional Total(COT)
2Refere-se à mão-de-obra
(33%)
3Refere-se à
contribuição a seguridade social (CESSR), 2,2% sobre a renda bruta
Fonte: Dados da pesquisa.
Esses resultados são um indicativo de que a atividade pode ser uma alternativa
interessante para os pequenos e médios produtores de hortaliças, verduras e
legumes tradicionais, como opção de uso da terra e de capital.
Data de Publicação: 12/01/2004
Autor(es):
Hiroshige Okawa (okawa@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Roberto Jun Takane (takane@cantareira.br) Consulte outros textos deste autor
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Michele Cristina Morales (Michele_cm@yahoo.com.br) Consulte outros textos deste autor